Mídia Sem Máscara
21 outubro 2008
Editorias - Cultura, Estados Unidos, Política
O que dizer daquelas “questões substantivas”, a que os apoiadores de Barack Obama na mídia dizem que deveriámos nos voltar tão logo surge algum fato desagradável sobre seu passado?
Certamente educação é uma questão substantiva, com as crianças americanas tirando notas menores que as de outros países e crianças das comunidades minoritárias com notas ainda menores.
Qual a posição do senador Obama em relação a esta questão substantiva? Como em outras questões, ele tem falado de uma forma e agido de outra.
A situação educacional em sua base eleitoral, a cidade de Chicago, é uma das piores do país para as crianças – e uma das melhores para os professores sindicalizados.
Menos de um terço dos que estão no início do Ensino Médio em Chicago atingem a nota mínima nos testes estaduais. Somente 6% dos jovens que entram no Ensino Médio em Chicago se tornam universitários antes dos 25 anos de idade.
O problema não é dinheiro: Chicago gasta mais de US$ 10.000,00 por estudante.
Os professores de Chicago estão bem. Um professor iniciante, recém-saído da faculdade, ganha mais do que o salário médio da cidade e este pode atingir mais de US$ 100.000,00 ao longo da carreira.
Isso para 6 horas de aula por dia, 9 meses de trabalho por ano. Ademais, o salário do professor depende de sua especialização e outras coisas similares – mas, de nenhuma forma, do aprendizado real de seus estudantes.
Obama tem abordado eloqüente e pomposamente o tema educação, como ele faz com outros temas – por exemplo, como é “inaceitável para um país tão rico quanto o nosso” que algumas crianças “não estejam tendo uma oportunidade decente na vida” por causa das más escolas.
Numa região predominantemente negra de Chicago, onde o salário médio do professor é de US$ 83.000,00 e um quarto dos professores ganham mais de US$ 100.000,00, Barack Obama observou que o dia escolar termina às 13h30.
Em seu livro “Dreams from My Father”, Obama disse candidamente que professores administradores escolares negros “defendem o status quo com a mesma habilidade e vigor de seus colegas brancos de duas décadas atrás.”
Essa não é uma questão que Obama desconheça. Ele tem demonstrado conclusivamente que sabe o que está ocorrendo.
Mas, apesar de todas suas palavras eloqüentes, ele tem votado consistentemente a favor dos sindicatos de professores e do status quo.
“Eu devo a esses sindicatos,” ele tem dito francamente. “Quando seus líderes me chamam, faço o possível para atendê-los. Não considero isso corrupção de nenhuma forma.”
Somente os interesses especiais de outros políticos são chamados “interesses especiais” por Barack Obama, cuja habilidade superior de racionalizar é seu dom mais assustador.
Mesmo quando ele verbalmente endossa a idéa de que os salários dos professores dependam de um índice de mérito, ele inteligentemente redefine “mérito”, tal que este seja medido pelos próprios professores, em vez de por “testes aleatórios”. Em outras palavras, Obama aplaca os críticos do status quo sendo favorável, verbalmente, ao mérito influenciar o salário, ao mesmo tempo em que destitui de sentido suas palavras, de forma a não ofender as suscetibilidades dos sindicatos de professores.
O fracasso dos professores é apenas parte do desastre da escola pública. Estudantes desordeiros e violentos podem impedir que mesmo os melhores professores eduquem os estudantes.
Os administradores escolares se mostram relutantes em impor qualquer punição séria àqueles estudantes que tornam impossível o processo educacional. Isso é causado parcialmente por juízes esquerdistas que processam as escolas, em nível federal, se estudantes de uma determinada minoria forem mais punidos que estudantes de outra.
Em outras palavras, se homens negros são mais punidos que mulheres de origem asiática, isso pode ser suficiente para sugar os administradores escolares para um labirinto jurídico, que custa dinheiro e tempo, mesmo se a punição for eventualmente mantida.
Quando uma lei mais severa para estudantes de mau comportamento foi proposta em Illinois, Barack Obama votou contra.
Um reformador real desejaria atacar o problema tanto dos estudantes desordeiros e violentos quanto dos professores dos quais nada se pode cobrar. Um político inteligente falaria eloqüentemente, clamaria por “mudança” – e então votaria a favor do status quo. Obama faz um grande jogo.
Publicado por Townhall.com
Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo
Leia também O Obama real: Parte II
Nenhum comentário:
Postar um comentário