Sexta-feira, 3 de Julho de 2009
Alerta Total
Por Arlindo Montenegro
Minha gente! Vou contar o que aconteceu pela segunda metade do século passado, do jeito que vi, vivi e senti. Naquele tempo eram os comunistas da União Soviética de um lado e os governantes norte americanos do outro lado do planeta, medindo forças, contando ogivas nucleares que somente as duas "potências mundiais" possuíam. O mundo vivia tenso enquanto eles ditavam as regras para os que estavam sob sua influência.
Por aqui, no hemisfério ocidental, os povos se reconheciam como integrantes da "civilização cristã". Na URSS e nos países onde os exércitos soviéticos impuseram sua forma de governo depois da Segunda Guerra Mundial, a prática de qualquer religião era proibida, como se a fé dos antepassados fosse um atentado contra o Estado, para quem toda religião era considerada como "ópio do povo". Por lá, os templos foram fechados e profanados e os religiosos enviados para os campos gelados da Sibéria e os judeus perseguidos como na Alemanha nazista.
Como Hitler, Lenin, Stalin e seus sucessores queriam dominar todo o planeta. E a URSS espalhava agentes em todos os países, para divulgar as “maravilhas de um mundo gentil, pacífico e grandioso proporcionado pelo estado comunista” que prometia o milagre da partilha: primeiro "a cada um segundo seu trabalho", e depois a igualdade total: "a cada um segundo sua necessidade". Com muita propaganda mentirosa.
Os ditadores das republiquetas caribenhas e sul americanas eram figuras grotescas, velhos oligarcas que se mantinham no poder apoiados em crendices, milícias e potentados oligarcas. Ao conhecer a História das Américas e do mundo, os estudantes de nível médio já eram informados sobre ditaduras e ditadores: Salazar em Portugal, Franco na Espanha, Duvalier no Haiti com seus tonton macute, Strossener no Paraguai, Getúlio que havia reinado no Brasil, Perón na Argentina... e ditadores, nos ensinavam: eram o atraso!
Cuba, uma ilha do Caribe que a gente conhecia mais pelas histórias de piratas, funcionava econômica e culturalmente como protetorado norte americano, também tinha seu ditador: Geraldo Machado. Em 1933, um sargento de nome Fulgêncio Batista promoveu um golpe militar e tomou o poder. Dizem que ele conseguiu reduzir a influência dos norte americanos e melhorar a economia. O fato é que promoveu eleições e foi eleito. Em 1952, contou com apoio de vários partidos, inclusive o Partido Comunista Cubano, para dar novo golpe, promulgar uma Constituição e continuar mandando no pedaço.
Cuba ocupava o oitavo lugar entre as 20 maiores economias latino americanas. A grana dos negócios mafiosos, jogatina, drogas, prostituição e corrupção corria solta. No cenário da guerra fria, todos queriam uma boquinha e alardeavam boas intenções para mobilizar a classe média, os pobres e os estudantes contra o sargento ditador. No 26 de Julho de 1953, o estudante de direito Fidel Castro, com um grupinho, assaltou um quartel (Moncada) em Santiago, maior cidade depois de Havana. No entrevero Castro foi preso. Julgado e condenado a 15 anos.
Mas uns padres amigos da família pediram e Batista deixou o moço, descendente de aristocratas espanhóis, partir para o exílio no México onde ficou até fins de 1958, juntando exilados compatriotas, treinando táticas e técnicas militares para voltar a Cuba e enfrentar Batista. Percebeu que, com grana podia comprar, corromper, prometer, mentir, enganar e obter os apoios necessários.
Nesse meio tempo, em 1954, depois de andar feito hippie (mochileiro) pela Bolívia, Peru, Panamá, Colômbia, Equador, Costa Rica, El Salvador e Guatemala, chegou ao México o argentino Ernesto Guevara, com intenção de seguir para os Estados Unidos e ganhar dinheiro. Conheceu Raul Castro e abraçou a aventura. Foi admitido por Fidel, para integrar o grupo, (na maioria cristãos e contrários ao marxismo), na qualidade de médico.
Logo surgiram animosidades entre os conspiradores e o argentino que manifestava desprezo aos índios e aos negros. Não aceitava a disciplina militar e destratava os mesmos cubanos, como o negro Juan Almeida, que mais tarde seria Ministro das Forças Armadas. Mas Fidel Castro percebeu a sede de sangue que estrangeiro tinha. Diferente dos seus homens, cujo patriotismo e religiosidade conservava alguns aspectos de respeito aos soldados do exército cubano que estavam prestes a combater.
Fidel Castro usou Guevara enquanto foi útil aos seus próprios intuitos ditatoriais. Fidel Castro comprou os comandantes do Exército Constitucional cujas unidades se entregavam, maioria das vezes, sem combate. Seu ponto forte foi a propaganda e a arrecadação de recursos financeiros da elite cubana e dos americanos cansados dos métodos de Batista, e de simpatias internacionais. A mídia norte americana “encarregou-se de forjar a imagem dos valorosos revolucionários” da Sierra Maestra.
“No dia 1 de janeiro de 1959, o regime de Batista caiu principalmente pela corrupção de suas forças, que aceitavam dinheiro de Fidel Castro para retirar-se sem luta...”
Logo após a fuga de Batista, os comunistas passaram a apoiar Fidel Castro e em pouco tempo a verdadeira face do regime revelou-se, na face de Guevara, o grande promotor da violência, assassinatos, tortura e prisões. Castro o senhor e Guevara o vassalo no reinado de terror imposto aos cubanos. Fidel Castro utilizou o instinto sanguinário do argentino como meio para alcançar seus fins, enquanto Guevara acreditava que a “violência revolucionária” era a melhor forma de manter o poder e “desde o começo, ligou-se ao aparato repressivo do bloco soviético, transportando a metodologia comunista para o cenário cubano.”
O homem que é cultuado por líderes de minorias raciais, hippies, alternativos e jovens, tinha,
na verdade, uma mentalidade racista, patriarcal, despótica e arrogante, desprezando negros, jovens, “cabeludos”, música – enfim, tudo aquilo que, dizem as esquerdas e desinformados em geral, Guevara simbolizaria.
Por hoje é só. Amanhã vamos continuar esta história que está escondida.
Arlindo Montenegro é Apicultor.
Alerta Total de Jorge Serrão
Nenhum comentário:
Postar um comentário