terça-feira, 28 de julho de 2009

Lixo da Inglaterra: cadê o Greenpeace?

20/jul/09 (Alerta em Rede) – Causou uma certa comoção nacional, com reflexo internacional, a descoberta de mais de 1.000 toneladas de lixo tóxico, procedentes da Inglaterra, que estavam acondicionadas em dezenas de contêineres armazenados nos portos de Santos (SP) e Rio Grande (RS). [1]

Durante vistoria, fiscais do IBAMA constataram que as cargas de lixo inglês continham embalagens usadas no transporte de produtos químicos industriais, bombonas plásticas para transporte de corrosivos, óleo queimado, tinta, cápsulas de gás e muito lixo eletrônico - entre os quais, ironicamente, centenas de DVDs com um documentário sobre o rápido processo de mudança climática, de 2008.

Já visivelmente se decompondo, o lixo forma um fedorento e tóxico chorume a escapar pelas beiradas dos contêineres. O Ibama recolheu amostras do material para análise, mas já adiantou que são resíduos "altamente perigosos", segundo Antonio Ganme: "O óleo hidrocarboneto é tóxico e, nesse local, próximo do Porto de Santos, pode chegar à água e afetar a biodiversidade local. A degradação disso demoraria gerações e causaria impacto na biodiversidade."

"Exportar produtos nocivos ao meio ambiente sem a autorização do órgão fiscalizador é crime, passível de prisão", complementou Ingrid Maria Furlan Oberg, chefe do Ibama em Santos. A exportação de lixo doméstico para o Brasil viola a Resolução 23 do Conama e a Convenção Internacional da Basileia, da qual o país é signatário.

A devolução das cargas de lixo tóxico já está em andamento.

Contudo, independentemente da identificação e punição dos responsáveis pela remessa de lixo tóxico, sejam eles brasileiros e/ou ingleses, o que se notou foi a total ausência de ONGs ambientalistas, como o Greenpeace e caterva, sempre tão atentas em fazer denúncias cinematográficas sobre supostas mazelas ambientais ocorridas no Brasil.

No caso em questão, as evidências e autoria do crime ambiental estão mais que disponíveis e não se viu qualquer “ação direta” do Greenpeace e caterva, nem mesmo uma de suas costumeiras faixas de protesto com dizeres em inglês, provavelmente porque o lixo é “made in England” e não traria o impacto midiático desejado.

Notas:

[1]Mistério cerca as toneladas de lixo importadas da Inglaterra, O Estado de S. Paulo, 18/072009

http://www.alerta.inf.br/Geral/1532.html

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