sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Do despreparo politiqueiro de Silva Luján

Mídia Sem Máscara

Há alguns anos, quem vazasse um documento destes para os meios de comunicação ou ao potencial adversário, que neste momento é o megalômano governante venezuelano, era submetido a conselho verbal de guerra por traição à Pátria ou por fornecer informação ao inimigo.

Em que pese em ser bisonho e nitidamente desconhecedor do cargo, da função e dos conteúdos de Segurança e Defesa Nacional, o senhor Silva Luján destila muita arrogância convencido de que vai se tornar uma celebridade, produto do mesmo estilo politiqueiro e oportunista com fins eleitoreiros, legado no Ministério da Defesa por Rafael Pardo, Martha Lucía Ramírez e Juan Manuel Santos.

A mais recente pisada em falso do ministro Silva Luján foi o desnecessário vazamento para a imprensa de um documento de segurança nacional que, de acordo com as normas e protocolos de contra-inteligência e segurança militar, tem classificação de ULTRA-SECRETO, quer dizer, que só podem ter acesso a ele o presidente da República, o ministro da Defesa e os comandos militares comprometidos com sua execução, ou alguma comissão acidental do Congresso que esteja investigando algo a respeito.

Há alguns anos, quem vazasse um documento destes para os meios de comunicação ou ao potencial adversário, que neste momento é o megalômano governante venezuelano, era submetido a conselho verbal de guerra por traição à Pátria ou por fornecer informação ao inimigo. Porém, como diz o adágio popular: "aqui não acontece nada...".

Com fins politiqueiros e egocentrismo populista, Santos publicou por meio de um amigo todos os pormenores da Operação Xeque. Romperam-se assim os códigos de segurança militar, colocou-se no pelourinho público os que executaram a operação e advertiu-se às FARC e seus sócios Lula, Chávez, Correa, Ortega e demais bandidos de colarinho branco, sobre qual é o modus opernandi das Forças Militares e qual é a forma do planejamento estratégico para as operações militares na Colômbia.

Desconhecedor absoluto dos protocolos de Estado-Maior, Contra-inteligência, Guerra Psicológica, etc., o senhor Silva Luján, impregnado de uma soberba e auto-suficiência meridianas, permitiu ou facilitou por inação, o vazamento de um documento-chave para a readequação do potencial bélico com o propósito de garantir a segurança nacional, ante a iminente agressão armada dos comunistas contra a Colômbia.

Sem dúvida, com este documento na mão o boquirroto inquilino do Palácio de Miraflores em Caracas terá mais argumentos para justificar a preparação de um ataque contra a Colômbia, e a busca de legitimar as FARC com status de beligerância sem rótulo de terroristas, propósito que é compartilhado pelo Partido Comunista Colombiano, o setor dos "comunistas chiques" do Polo Democrático, os "Colombianos pela Paz" que militam nas FARC mas que aparecem como pacifistas ante os olhos do mundo, e uns quantos idiotas funcionais como César Gaviria, Pardo Rueda, Daniel Samper, Mauricio Vargas e outros mais, que por estar pensando em tirar Uribe do caminho abrem as comportas para que as FARC e seus propagandistas agridam a Colômbia.

Ministro Silva, para que o senhor não caia no erro de seus antecessores (sem exceção) desde 1991 até esta data, e que entraram no cargo sem diferenciar um cabo de um general e saíram do mesmo sem entender muito de segurança e defesa nacional, sugerimos que comece a ler e estudar o livro intitulado "In Retrospect", escrito por Roberto Mc Namara que, para seu conhecimento, de gerente da Ford passou a ocupar a pasta de Guerra dos Estados Unidos durante a época do Vietnã.

As confissões auto-críticas de Mc Namara serviriam ao senhor para que reflita, aterrisse, localize seus objetivos e entenda que o fato de ser gerente de um grêmio econômico não o converte nem em sabe-tudo, nem em expert em temas dos quais, pela lógica, o senhor é ignorante ou novato.

Em segundo lugar, leia, analise e entenda qual é o Plano Estratégico das FARC, leia todos os correios eletrônicos dos computadores de Raúl Reyes, consulte o livro "Cese al Fuego" escrito por Jacobo Arenas, faça uma análise pontual dos falidos processos de paz de diferentes governos com os grupos terroristas na Colômbia, avalie o que é que o Foro de São Paulo pretende e qual é o objetivo final, tanto do Movimento Continental Bolivariano quanto o dos mal chamados "Colombianos pela Paz". Porém, além disso leia e digira os chamados documentos programáticos das FARC, que são vários.

Uma vez que tenha claro estes temas, adentre-se no conhecimento do estudo da guerra. Leia Clausewitz, Moltke, Mauricio de Turquia, Sun Tzu, Frederico, o Grande, Vauban. Não para usar duas ou três conhecidas frases desses estrategistas como tiques repetitivos, mas para que entenda o que é a estratégia e qual é a relação do poder civil com o militar, assim como quais são os alcances táticos e estratégicos de um adversário atual como as FARC ou de um em potencial, como a malta comunista sedenta de posicionar as FARC no poder na Colômbia.

Quando tiver compreendido os complexos inóspitos da variante geopolítica hemisférica, a estratégia nacional, a estratégia operacional, a segurança nacional, a defesa nacional, a mobilização de recursos, a alta logística e, em particular, o valor da contra-inteligência para evitar a espionagem contra os documentos, a sabotagem contra as instalações e as agressões armadas contra o pessoal que o senhor representa, nesse momento pode avaliar o que publica e o que não. Porém, sobretudo o que diz e o que não diz, para que não caia no imediatismo popularesco porque, lembre que a língua nunca foi boa companheira dos altos cargos, nem públicos nem privados.

Além disso, ministro Silva, o senhor é o representante político da maior empresa da Colômbia e, essencialmente, dos homens que neste momento histórico cumprem a missão de combater uma das mais graves interferências substanciais que a Segurança Nacional teve ao longo da vida republicana.

Tenha em conta que o sangue, o suor e o sacrifício desses homens que o senhor representa, são superiores às suas ambições politiqueiras pessoais e ao seu colombianíssimo desejo de figuração midiática permanente.

Ao menos por respeito aos contra-guerrilheiros e suas abnegadas famílias, seja mais discreto em seus desejos pessoais e mais veemente em seu serviço à Colômbia. Não esqueça que somos os colombianos que pagamos impostos quem arrecadamos tributos para pagar seu salário, com a finalidade de que, do seu cargo, o senhor dirija a estratégia de defesa nacional e não para que faça politicagem brega a seu favor.

Os segredos de Estado não se revelam, muito menos quando se trata de planos de contingência para fazer face a uma agressão de um vizinho. Os planos militares se preparam e se praticam no terreno, porém não se revelam. Faça como os dirigentes técnicos das equipes de futebol antes de cada partida. Treine de portas fechadas e não revele qual vai ser a disposição tática no terreno.

Dado que o que está em jogo é o prolongamento do Estado de Direito e a liberdade dos colombianos, sob pena de cair nas garras dos cúmplices das FARC, oriente os esforços do seu trabalho para a eficiência militar, administrativa e operacional, não para elevar mais seu ego sideral, pois o senhor e todos os funcionários públicos são e serão passageiros. O que deve prevalecer é a institucionalidade. Portanto, a obrigação de quem ocupa um cargo é enriquecer esse projeto.

Reflita em torno da frase do general Rafael Reyes: "Mais administração e menos política"... menos politicagem, diria qualquer pessoa sensata.


PS: Oxalá que o vazamento desse documento não tenha sido "pelas suas costas"...

* Analista de assuntos estratégicos - www.luisvillamarin.com

Fonte: www.eltiempo.com

Tradução: Graça Salgueiro

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