Cel Luis Alberto Villamarín Pulido
Analista de assuntos estratégicos
www.luisvillamarin.co.nr
O recente anúncio do governo russo da venda massiva de um milionário carregamento de armas com destino à injustificada carreira armamentista venezuelana, constitui o corolário de uma série de fatos estruturais que apontam para demonstrar que o controverso presidente Hugo Chávez é um elemento desestabilizador para a segurança hemisférica, para a paz do continente e para o equilíbrio geopolítico e geoestratégico das super-potências.
A presença de bombardeiros estratégicos russos, somada à dependência política e ideológica de Havana e Moscou, a par com a desafiante atitude frente aos Estados Unidos, com a abertura de refinarias na China, alianças com os governos islâmicos extremistas e aproximação com a ditadura norte-coreana, configuram uma realidade: em contraste com os conceitos apressados dos que o vêem como um louco ou desadaptado, na realidade Hugo Chávez é a ponta de lança do marxismo cubano e dos interesses globais da Rússia sobre a América Latina.
E tudo isso com o desejo a longo prazo de desfazer a influência dos Estados Unidos no hemisfério, assim como a derrota do capitalismo, com a conseqüente imposição de ditaduras comunistas em todos os países latino-americanos. Embora soe utópico ou exagerado, isso é na realidade o que Chávez persegue, cujo plano, em que pese as evidências, tem sido levado a sério.
No caso colombiano, determinado como o primeiro objetivo da expansão chavista, nem a academia, nem os dirigentes políticos, nem os analistas do conflito observam a agressão com a gravidade que ela encarna. Muitos deles são céticos e continuam crendo que se trata das atitudes esquentadas de um isolado mandatário tropical, sem se dar conta de que suas atitudes são produto de uma estratégia habilidosa da ditadura cubana e de um egocentrismo ilimitado que o faz pensar que é a reencarnação do Libertador Simón Bolívar.
A vergonhosa compra de consciência da mandatária argentina a quem financiou a campanha presidencial, bem como a influência que exerce sobre seus cachorros de Quito, Manágua, Assunção e
Construir um monumento a Tirofijo, financiado com dinheiro oficial da Venezuela e coonestado por Chávez, não é um fato simplista. Trata-se da calculada legitimação implícita de um terrorista por parte de um Estado, com o fim de minimizar o sacrifício do povo colombiano por defender a liberdade. Não é um mero simbolismo com fins psicológicos. É uma jogada política, desafiante e ireverente frente à soberania nacional e a livre auto-determinação do povo colombiano. É uma declaração de guerra, disfarçada com fatos aparentemente intranscendentes.
A razão é simples: se Chávez respeitasse a Colômbia ou não estivesse interessado em derrubar o presidente Uribe, teria reagido e seu governo teria se oposto a esta afronta contra a Colômbia. Ao contrário, Chávez manteve silêncio cúmplice pois no fundo é o gestor desta idéia.
Tenho insistido em reiterados escritos que se observa uma grave agressão contra a Colômbia, que Chávez está preparando um ataque militar, que não podemos confiar em que os Estados Unidos nos apoiariam, que as FARC continuam vivas, que o complô internacional contra a institucionalidade colombiana continua vigente e que o trinômio petrodólares venezuelanos, a coca das FARC e a ideologia cubana são os combustíveis deste plano estratégico.
É hora de começar a tomar corretivos antes que Chávez incendeie a região com uma guerra de efeito dominó, que pode alcançar conotações mundiais. E isso o bocudo mandatário venezuelano sabe muito bem. É isso o que ele pretende desatar. Por essa razão, a segurança hemisférica está sem estabilidade. E Chávez é o perturbador.
Tradução: GRAÇA SALGUEIRO
Fonte: http://www.eltiempo.com/participacion/blogs
http://www.faroldademocracia.org/editorial_unico.asp?id_editorial=192
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