domingo, 28 de dezembro de 2008

Blog do Clausewitz não apóia o capitanismo...

Domingo, 28 de Dezembro de 2008

Blog do Clausewitz

Eu acabei de receber a dica pela amiga Vivi, a respeito da reportagem da Folha, que consegui na íntegra pelo canal UOL... pelo que a Vivi transcreveu no comentário que fez, me interessei, pois a preliminar da entrevista, ou seja, o primeiro parágrafo é de minha total concordância... mas parou por ai e discordo com o capitão em quase tudo... não fosse pelas últimas considerações feitas pelo oficial, não teria o trabalho de criticá-lo... mas qualquer movimento que apóie o PT, seus candidatos e suas propostas terá meu total e irredutível rechaço... mas vamos à entrevista e depois eu comento...

"O mineiro Luis Fernando Ribeiro de Sousa, 32, cresceu e até hoje vive no meio militar. É um capitão do Exército que acredita que a democracia pode melhorar as Forças Armadas. Ele integra um movimento que defende mais participação política na corporação, e se prepara para concorrer em 2010 a deputado federal. Para evitar punições, ele falou à Folha enfatizando que todas as idéias são pessoais e não representam a corporação.

FOLHA - Como surgiu esse movimento? LUIS FERNANDO RIBEIRO DE SOUSA - Mudanças que poderiam melhorar as Forças Armadas, para que ela tenha papel importante, só acontecem por meio de participação política. Qualquer coisa que a gente pode fazer passa pela via política. Precisamos de deputados e senadores para promover qualquer transformação. Assim começamos a nos organizar.

FOLHA - Qual o objetivo do movimento? SOUSA - O regulamento disciplinar do Exército não contempla um monte de garantias que a Constituição contempla. O movimento é para dizer que o documento maior é a Constituição [e não regimentos internos]. Deve-se ter direito à liberdade de expressão, de associação para fins pacíficos.

FOLHA - Querem mais democracia no Exército?
SOUSA - Dentro das Forças Armadas, até certo ponto tem democracia e até certo ponto não tem. O processo para que todos os direitos do artigo 5º e do artigo 6º [da Constituição Federal] cheguem aos militares não será de uma hora para a outra. Precisa haver democracia para toda a sociedade, inclusive para o Exército. O que está errado é o regulamento disciplinar. Lá na Constituição, que é a arma que nós empunhamos, diz que ninguém pode ser preso senão em flagrante delito. Temos que fazer mudar o regulamento disciplinar do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, fazer um regulamento da Defesa unificado e pedir que os governos estaduais também façam isso com as polícias militares.

FOLHA - Querem menos disciplina?
SOUSA - Há setores mais conservadores, ainda da ditadura militar, que dizem que estamos querendo acabar com a hierarquia e a disciplina. Muito pelo contrário. Será uma disciplina verdadeira. Como uma pessoa pode ser punida por dar uma entrevista, por se associar?

FOLHA - O Exército está boicotando o movimento?
SOUSA - O Exército sabe que nosso objetivo é ter um candidato por Estado. O que ele fez? Transferiu [os oficiais]. As ligações políticas locais são quebradas. A meu ver, foi uma medida pensada para desarticular esse movimento. Querem evitar que haja interferência política em assuntos do Exército.

FOLHA - Ao falar em participação política dos militares, não há como não se lembrar da ditadura...
SOUSA - A gente não tem nada a ver com a ditadura militar. Eu não quero entrar no mérito [e dizer] se foi certo ou errado. Cabe a nós pensar para frente, somos capitães, tenentes. Nosso pensamento é desenvolver o Brasil, um lugar para a gente crescer, com a não-criminalização dos movimentos sociais.

FOLHA - O que é o capitanismo? SOUSA - É um movimento que constrói a democracia. É uma adequação da estrutura secular das forças militares à realidade pós-88. É fazer chegar a Constituição também ao meio militar.

FOLHA - Quantos os senhores são?
SOUSA - Eu não quero identificar ninguém, porque a retaliação pode vir pesada. Mas eu recebo cerca de cem e-mails por dia, de todo o Brasil. São pessoas de todas as Forças Armadas com o mesmo sentimento.

FOLHA - Como os senhores estão se organizando para 2010?
SOUSA - Estamos discutindo os candidatos. Definimos que vamos apoiar quem o presidente [Luiz Inácio] Lula [da Silva] apoiar. Vemos o Lula como uma pessoa mais desenvolvimentista. Não é uma opção pela direita ou pela esquerda. É desenvolvimento, onde há projetos de usinas nucleares, de submarino nuclear, de tecnologia militar, de fortalecimento da indústria militar de defesa. Queremos um país forte, uma América Latina integrada.


FOLHA - Quando você entra nas Forças Armadas, você sabe do regulamento ao qual deve se submeter. SOUSA - Regulamento que não contempla direitos. Um regulamento que te coloca uma rédea curta. Ele pode ser totalmente diferente sem estragar nada. O grande problema, que os generais não aceitam, é a [eliminação da] pena restritiva de liberdade. Você ficar preso dentro do quartel. Eu fui preso e meu filho foi me visitar. Imagina o que o menino pensa: "Meu pai é do Exército ou é traficante?" Prisão é para criminoso. Quem está com cabelo grande não é criminoso."

Fonte: UOL

Alguns comentários meus:

1º- O que vou falar sairá de uma alma amante das regras e da justiça... certa feita, uma amiga me criticou pelo meu apego às regras... não há sociedade que sobreviva sem regras e a existência delas não pressupõe o politicamente correto, visto que este é uma degenerescência da incorreção ideológica dos humanóides socialistas ou dos humanos socialóides...

2º- Apesar de minha discordância se ater ao apoio, notoriamente incondicional dado pelo capitão a Lula, que é um representante de uma facção disseminadora do ódio entre classes e raças, discordo dele em quase tudo... não vou perder meu tempo em discutir com ele o valor dos regulamentos militares, pois o referido oficial não existe no manual de oficiais do exército e se existir, representa uma linhagem de formação diferente, talvez pervertida por maus professores que tenha tido em suas escolas de formação...

3º- Como o referido militar não existe com esse nome, ou seja Luis Fernando Ribeiro de Sousa, é normal que o vejamos escondido num nick, tal qual estou... e se estou escondido atrás do personagem Clausewitz é que temo pela vida das pessoas que amo... Deus é tão bom, que me deu dependentes, pois se esses não existissem o PT já tinha há muito tempo se transportado para os paraísos comunistas que tanto idolatra...

4º- Voltemos então ao capitão que acha inconstitucionais os regulamentos militares... eu entendo como necessária a disciplina reinante na caserna e sem ela não haveria a coesão que sustenta a instituição exército, por exemplo, há tantos anos... e garanto a todos os leitores que o nobre oficial não deve ter sido enquadrado por estar com cabelo grande para ser punido com pena coercitiva de prisão, muito menos em caráter fechado, visto que ao comandante é facultado o direito de estabelecer o local de cumprimento do apenamento dado a oficial...

5º- Já vi muitos casos nesses meus anos de vivência militar em que o oficial ou a praça se desilude com os rigores que são próprios de uma profissão que prepara para a guerra e começa dela ser detrator... mas já vi muitos casos... ou o profissional entende que ele é de uma lavra diferente e se enquadra nos ditames daquilo a que fez parte ou deve sair...

6º- Minha total convicção quanto ao fato que os problemas da família militar só serão reduzidos com uma conscientização política, mas sem tiro no pé... e não é desestruturando o elan da carreira militar que conseguiremos soerguê-las dos escombros em que foram jogados pela claque do grande desenvolvimentista a que fez menção o capitão Sousa ou quem quer que ele seja na realidade...

7º- Creio sim na construção de um partido que agregue militares que pensem numa resistência democrática e resistência democrática não significa subserviência pacífica e omissa, tal qual é praticada pela atual oposição vendida... mas este partido a que faço menção deve ser uma agremiação que lute pela moralização da sociedade, na qual está inserido o EB e as demais forças singulares e auxiliares...

8º- Agora quanto ao principal pecado do jovem capitão, ou seja o que ele for... a humanidade já definiu há alguns séculos que existe um confronto entre a direita conservadora e a esquerda progressista... entre a direita desenvolvimentista e a esquerda assistencialista... entre a direita agregadora da moral religiosa, familiar e social ou a esquerda genocida, fratricida, extorsiva... então, se o capitão se exime de se definir de esquerda ou direita e se apóia o assitencialismo arruinador do PT, ele e seus amigos são de esquerda...

9º e último- Portanto, minhas desculpas se decepcionei alguém que estivesse vindo aqui pensando que eu iria apoiar qualquer movimento de insurreição, insurgência ou revolução... entendo que estamos carentes de líderes, mas o verdadeiro líder não desagrega e sim, serve como argamassa do que está sem estabilidade... não apóio o cidadão que se define como capitão, por suas idéias que representam em última análise a luta de classes proposta pelo PT de Lula, não ficando difícil de entender porque motivo... e para quem não conseguiu ainda entender que esse rapaz é alguém plantado dentro da instituição para depreciá-la, veja que ele fala em América Latina integrada, ou seja, o papo do foro de São Paulo...

Clausewitz

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