Papéis avulsos – Heitor de Paola
Graça Salgueiro
O Brasil foi palco, entre os dias 16 e 17 de dezembro num dos mais luxuosos balneários brasileiros – Costa de Sauípe-BA -, de três cúpulas: Cúpula de Presidentes do MERCOSUL, Cúpula da UNASUL e Cúpula da América Latina e do Caribe. Essas cúpulas redundavam na mesma coisa: um convescote caríssimo, pago pelo faminto povo brasileiro, onde presidentes e ditadores latino-americanos membros do Foro de São Paulo ratificavam mútuos apoios enquanto emocionados agradeciam a presença do “presidente” cubano Raúl Castro. Ao mesmo tempo, na capital baiana “movimentos sociais”, esta coisa difusa que alberga desde desocupados profissionais, a agit props, sindicalistas, sem-teto, sem-terra, sem-vergonha na cara e sem-coragem para trabalhar, iniciaram desde a sexta-feira
Vale ressaltar a subserviência da imprensa tupinikin ao referir-se ao sanguinário ditador hereditário de Cuba, Raúl Castro, como “presidente”, e nenhuma palavra de repúdio à presença deste assassino sendo recebido com honras de chefe de Estado. Nenhuma reação, nenhum espanto, nenhum protesto, nada exceção apenas aos sites e blogs que hoje são uma força poderosa de comunicação.
Em meados de novembro os membros do Grupo do Rio decidiram incluir Cuba neste grupo, inclusão que só agora foi ratificada juntamente com a UNASUL, mais um dos braços do Foro de São Paulo. A respeito da inclusão de Cuba no Grupo do Rio o chanceler Celso Amorim disse: “É uma decisão nossa, mas se servir também para que o futuro presidente dos Estados Unidos (Barack Obama) veja para que lado estão soprando os ventos, então acho útil”. Lula, por sua vez, disse: “Demorou muito tempo. Muitas vezes, sem que estudiosos entendam, quase que como um furacão político e ideológico começa-se a fazer mudanças profundas. Nem sempre com a pressa que todos nós gostaríamos, mas certamente com aquilo que o tempo entende que é evolução política e consciência do nosso povo”.
E, mais adiante, Lula corroborou o que vimos denunciando há anos: que a expansão do comunismo na América Latina se deu por força do Foro de São Paulo que, secundando a Chávez, ascendeu-o ao poder. Disse ele: “Tudo o que aconteceu na América Latina foi em apenas oito anos de vida política, em oito anos aconteceu essa mudança extraordinária na nossa querida América Latina”.
Durante as sessões das cúpulas viu-se um Lula constantemente com cara de ressaca, com aquele palavrório chulo, vulgar, como se estivesse não em meio a chefes de Estado mas à “cumpanherada” sindicalista, embevecendo-se com as próprias piadas sem graça que todos riem por obsequiosidade. Escancarou as portas dos cofres da Nação para criar fundos disso e daquilo, foi cortês e silente quando o moleque arrogante Rafael Correa anunciou pela enésima vez que ia dar calote no BNDES e derreteu-se em afagos ao ex-bispo embaixador das FARC, Fernando Lugo, presidente do Paraguai, que reiterou seu desejo de imitar o colega equatoriano no caso de Itaipu.
A propósito do calote equatoriano circula pela rede a notícia de que o Brasil enviou, através da Receita Federal, uma auditora-fiscal como integrante de uma comissão internacional para auditar as finanças daquele país. Curiosamente, depois desta auditoria Correa resolveu dar o calote e o governo nem mia nem pia, do mesmo modo que baixou a cabeça ao índio cocalero Evo Morales no caso da Petrobras. Nos dois casos, não foi por bondade, covardia ou porque achou justas as afrontas. Foi por designação do Foro de São Paulo, do mesmo modo que irá ceder ao Paraguai no caso de Itaipu. Como dizem os árabes, "Mak Tube!”
Além disso, também foi ratificado o relatório feito pela comissão da UNASUL (que diz “não interferir em assuntos internos dos outros países” mas é só o que tem feito) encarregada de avaliar o massacre de Pando em 11 de setembro passado e que, como era de se esperar, porque os membros dessa comissão eram todos “amigos do rei”, fez-se um documento mentiroso, fraudulento, onde se incrimina a vítima e inocenta-se o maior responsável, o pesidente-cocalero Morales e seu partido MAS. Entretanto, o que pouca gente sabe é que o relator, o Sub-secretário de Direitos Humanos da Argentina, Rodolfo Mattarolo, é terrorista e colaborador das FARC de longa data. Confiram neste artigo aqui, porque a imprensa brasileira, companheira de viagem, omitiu esse dado importantíssimo propositalmente. E também, como era de se esperar, a ONU ratificou o relatório da UNASUL.
Os latino-americanos clamaram durante todo o governo Bush por uma interferência no avanço do comunismo no continente mas assessorado por pessoas que, se não eram ignorantes (coisa que não acredito!) eram coniventes com os desmandos dos governantes, nunca moveu um dedo em prol dos desesperados apelos e alertas. Bush acreditou na conversa de botequim de Lula e depositou esperanças de que ele pudesse “conter” os arroubos de Chávez. Nada o demoveu da idéia de um Lula conciliador, democrata e amigo dos Estados Unidos. E em que resultou isso? Naquilo mesmo que Lula referiu sobre os oito anos. China, Rússia e Irã nunca estiveram tão próximos e íntimos da América Latina como nos últimos tempos!
De Cuba, o insepulto ditador vitalício Fidel Castro, sorri feliz. Seu sonho de “reconquistar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu” vai de vento em popa: 14 presidentes eleitos pelo Foro de São Paulo Chávez a um passo de se tornar o mais novo ditador vitalício da América Latina Cuba novamente se inserindo no cenário mundial Rússia, China e Irã unidos com os países deste continente contra os Estados Unidos e esta grande nação, outrora berço da democracia, nas mãos de um impostor comunista em quem todo o comuno-terrorismo planetário deposita suas mais caras esperanças.
E para culminar, volta a entrar na pauta a re-re-eleição de Lula, desta vez através da propaganda mais sórdida jamais vista no Brasil e que, a meu ver, foi calculada para atingir não somente os beneficiários das bolsa-esmola mas sobretudo economistas, empresários, liberais que acreditam que uma economia forte é a única coisa que importa ao país. Segundo Renato Rabelo, presidente nacional do PC do B, “Não defendemos a continuidade de Lula mas, diante da crise e se o governo souber enfrentá-la bem, pode existir uma exigência espontânea da população para que ele continue”. Depois veio a pesquisa Data Sensus, com o récord de popularidade do presidente atingindo o topo da glória, a diminuição do IPI no preço dos carros, até que, “a voz rouca das ruas” vai clamar que ele fique.
Lula nega com veemência que queira perpetuar-se no poder enquanto esbanja e distribui o nosso dinheiro a governos comunistas, Rabelo começa negando exatamente o que quer afirmar e ano que vem, bem, ano que vem o dadivoso “Lulinha paz e amor” será carregado nos braços do povo e finalmente conseguirá o poder, porque até agora eles só conseguiram alcançar o governo.
Artigo escrito para o Jornal Inconfidência, edição de dezembro.
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