sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O despertar de César Benjamin

Mídia Sem Máscara

Penso que acima das ideologias está o real e Benjamin enxergou o real. Agora terá que fazer o acerto consigo mesmo e abandonar a estupidez esquerdista.

Os dois artigos publicados por César Benjamin na Folha de S. Paulo ("Os filhos do Brasil" e "Por que agora?") precisam ser lidos por todos os brasileiros. Ao artigo inicial coloquei meu dedo de dúvida e até pensei que se tratasse de uma peça político-eleitoral. O segundo artigo, todavia, publicado ontem, foi esclarecedor e corrigiu meu engano: o autor é portador de uma mensagem política a mais relevante, retirada de sua aguda observação da cena que se desenrola diante de todos nós. César Benjamin só pôde fazer isso porque tem grande integridade moral. Ainda bem que o fez antes que os acontecimentos se precipitem.

O ponto central do primeiro artigo é demonstrar a loucura que está sendo o culto à personalidade de Lula, descasado do homem real. Lula tem as qualidades e defeitos comuns a qualquer um e Benjamin recordou um deles, o assédio sexual narrado pelo próprio Lula, que mostrou ser ele um sujeito escravo de seus próprios instintos e sem qualquer limitação moral. O oposto do retrato idílico feito pelo filme comentado de Fábio Barreto.

A motivação de Cesar Benjamin, todavia, só está claramente exposta no segundo artigo, escrito para combater os críticos, que o acusam de ter traído a "causa". O que moveu o autor foi perceber os perigos em que o Brasil está embarcando, a bordo dessa loucura política, em tudo e por tudo cada vez mais parecida com a loucura política de Mussolini e Hitler. E também de Stalin e Mao Tse Tung. De novo e de novo a história se repete, agora em nosso quintal. Bem sabemos que a mistificação em larga escala da política deságua em violência e a história da primeira metade do século XX dá-nos o resoluto testemunho dessa realidade.

Essa propaganda maciça em torno da figura pública de Lula está ocorrendo em paralelo com a ação de tomada do poder de Estado pelos quadros do PT e seus aliados, em todos os recantos. Como jamais houve na nossa história temos agora a fusão do partido com o Estado, dentro também do figurino do totalitarismo do século passado. Um ângulo saliente dessa tomada de poder é a colocação da Polícia Federal e da Justiça a serviço dos interesses do partido. A PF tem sido o aríete responsável pela destruição dos inimigos políticos, sempre sob o manto judicial. A agonia de José Roberto Arruda é apenas o último exemplo de uma sucessão de casos. A questão é saber: por que é assim? Por que trilhar de novo esse caminho?

Ora, um passo vem depois do outro. Essa gente chegou ao poder com um projeto revolucionário e, desde o primeiro dia, passou a trabalhar para chegar ao alvo, o poder total. Não encontrou resistência de espécie alguma e cada vitória alcançada deu-lhe convicção da eficácia do caminho escolhido. Como Lula e o PT não tiveram como dar o golpe de Estado restou a via eleitoral, a mesma via de Mussolini e Hitler. O que temos visto é que os dirigentes não tiveram nenhum escrúpulo e mobilizaram todas as forças para se perpetuarem no poder, dentro das regras eleitorais. O segredo de Lula e do PT é apenas esse: a falta de escrúpulos e a ambição desmedida, no rumo do Estado totalitário. O filme "Lula, o filho do Brasil" é o carro-chefe de sua propaganda.

Lula e o PT estão apenas seguindo o roteiro dos que vivem dentro da Segunda Realidade revolucionária. Seus passos são bastante previsíveis e o estrago é também previsível. Estou certo de que a fase violenta da tomada do poder está em processo de acontecer. Seu começar depende de circunstancia, em especial de qualquer movimento organizado que se oponha à alucinação revolucionária. Uma ameaça eleitoral que seja pode acionar o gatilho. Ao primeiro ato de resistência teremos o primeiro ato de "justiça" revolucionária. Daí ao genocídio é questão de tempo. Basta observar a política externa de Lula, em especial seu alinhamento com o Irã e a sua ação em Honduras, para vermos a mais crua estupidez política posta a serviço do delírio revolucionário. No plano internacional é que o delírio de grandeza se manifesta de forma mais acentuada.

Cesar Benjamin é de esquerda, alguém dirá, e onde está a coerência? Penso que acima das ideologias está o real e Benjamin enxergou o real. Agora terá que fazer o acerto consigo mesmo e abandonar a estupidez esquerdista. O mais difícil ele já fez. O passo seguinte será inevitável. Foi assim com George Orwell e muita gente boa no período que precedeu a Segunda Guerra. Está sendo com César Benjamin.

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