sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Vitória!

Mídia Sem Máscara

Agora os amantes da liberdade têm Honduras como exemplo triunfante de reação ao socialismo. A Lula resta bufar de ódio, impotente.

Basta compararmos a reação de Lula a duas eleições presidenciais recentes para sabermos de que lado ele está. Vamos recordar a eleição presidencial no Irã. Vimos pela televisão os protestos nas ruas de Teerã, as passeatas, os assassinatos. Enquanto os chefes de Estado, mesmo os mais cínicos, tinham a cautela de aguardar o pronunciamento dos aiatolás, Lula foi de uma rapidez impressionante: Ahmadinejad venceu, é o presidente e é nosso amigo. E como poderíamos esquecer que os iranianos baleados na rua comportavam-se como torcedores insatisfeitos com o placar do jogo?

Assim disse e agiu o nosso presidente. Agora Lula tem uma opinião diferente. Ele bate o pé e declara que não reconhece o presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, no que mantém uma perfeita coerência. Lula gosta é de ditadores, tiranos, genocidas. A diplomacia petista está sempre do lado deles. No entanto, não é só essa ostensiva aversão à democracia o que explica a recusa de Lula de reconhecer a eleição hondurenha. Há uma razão maior: o Foro de São Paulo, presidido por Lula, encarava a dominação de Honduras como uma questão de honra. Entronizar Manuel Zelaya era prioridade da agenda revolucionária. Mas o povo hondurenho resistiu e venceu.

Lula mal pode suportar o fato. Agora os amantes da liberdade têm Honduras como exemplo triunfante de reação ao socialismo. Todos os amantes da liberdade na América Latina foram hondurenhos nos últimos meses. A pressão foi enorme. O país foi boicotado e hostilizado. Os bandidos do continente e fora dele partiram para cima de Honduras. Era um escândalo total: um pequeno país fazendo valer sua Constituição democrática e mandando as ordens e intimidações da "comunidade internacional" para a pqp.

Quando ficou claro para o Foro de São Paulo que os hondurenhos não iam se ajoelhar, veio outra cartada: Zelaya materializou-se na embaixada brasileira. Não era lindo ver o Celso Amorim na televisão se dizendo surpreso? Lula também se mostrou surpreendido. O coitado nunca sabe de nada. De qualquer forma, a jogada da aparição mágica também não deu certo. Parecia que nada poderia deter um povo comprometido com a liberdade. E agora um novo presidente está eleito. Zelaya entra para as novas edições do manual do perfeito idiota latino-americano. A Lula resta bufar de ódio, impotente. Que bela história Honduras nos proporcionou. Vitória!


Publicado no jornal O Estado.

Bruno Pontes é jornalista - http://brunopontes.blogspot.com

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