quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Rick Warren ataca leis anti-homossexuais

Mídia Sem Máscara

Julio Severo | 16 Dezembro 2009
Artigos - Religião

Em seu próprio país, Rick Warren tem evitado usar seu papel para falar explicitamente contra os agressivos projetos de lei homossexual. Ele tem também evitado incomodar Obama e seu governo, que são explicitamente pró-aborto e pró-homossexualismo. Diante de sua majestade obâmica,Rick Warren limita-se a melosidades.

Os ativistas gays, que desprezam completamente a condenação divina ao homossexualismo, não hesitam de usar e distorcer as palavras de Jesus Cristo para ensinar aos cristãos que o único modo como os cristãos podem demonstrar amor aos homossexuais é apoiando a aprovação de leis anti-"homofobia".

Sem tal apoio, os militantes homossexuais insistem em que os cristãos são merecedores de rótulos como "homofóbicos", hipócritas, assassinos de homossexuais, etc. A insistência deles é persistente em toda a mídia. A cobrança deles contra os cristãos é contínua.

Se a água mole em pedra dura tanto bate até que fura, então parece que o gotejamento homossexual está furando a resistência evangélica.

Na Irlanda, um projeto de lei pró-homossexualismo ganhou o apoio da Aliança Evangélica da Irlanda (AEI), que explicou sua posição com a alegação de que Jesus Cristo não discriminava. Portanto, os cristãos também não podem discriminar. A AEI declarou:

"Os casais amasiados são uma realidade - esta legislação busca lidar com essa realidade de uma perspectiva legal. Discordamos dos detalhes da legislação, mas como seguidores de um Deus justo e compassivo podemos reconhecer a justiça de dar proteção legal para a realidade dos relacionamentos amasiados de mesmo sexo e sexo oposto".

Por outro lado, Rick Warren adotou posição semelhante de usar a compaixão de Deus para condenar completamente um pesado projeto de lei contra o homossexualismo em Uganda. Esse país africano, que no passado tinha reis homossexuais que abusavam de meninos, continua hoje enfrentando problemas de abusos sexuais de meninos. Além disso, Uganda encontra-se sob pressão internacional para apoiar a agenda gay. Mas não foi para condenar veementemente os abusos homossexuais contra meninos que Warren interferiu em Uganda.

Diferente de países islâmicos como o Irã, que mata homossexuais arbitrariamente, o projeto de lei de Uganda condena à morte somente homens persistentes no homossexualismo, homossexuais que estupram meninos e homossexuais portadores do HIV que infectam outras pessoas.

Warren explicou sua motivação para interferir no caso de Uganda:

"Conhecemos a declaração de Edmund Burke de que 'Tudo o que é necessário para que o mal triunfe é os homens bons não fazerem nada'. É por isso que estou revelando o que está em meu coração hoje. Como pastor americano, não é meu papel interferir nas políticas de outras nações, mas é meu papel falar explicitamente sobre questões morais".

Contudo, Warren, cuja experiência inclui reuniões com líderes religiosos islâmicos, não usa seu papel para falar explicitamente aos islâmicos que eles precisam parar de perseguir os cristãos. Ele também não usa seu papel para falar explicitamente das leis islâmicas que condenam à morte homossexuais.

Em seu próprio país, os Estados Unidos, Warren tem evitado usar seu papel para falar explicitamente contra os agressivos projetos de lei homossexual. Ele tem também evitado incomodar Obama e seu governo, que são explicitamente pró-aborto e pró-homossexualismo. Diante de sua majestade obâmica, em vez de usar seu papel para falar explicitamente sobre aborto e homossexualismo, Warren limita-se a melosidades.

Provavelmente, o projeto de lei de Uganda não será aprovado, pois a oposição internacional - vinda de grupos homossexuais, ONU e União Européia - é enorme.

Na minha opinião, a parte mais problemática desse projeto é a imposição de que os cidadãos de Uganda são obrigados a notificar a polícia sobre comportamentos homossexuais. Essa imposição prejudicaria ministérios cristãos que ajudam homossexuais.

Mas a opinião de Warren é que o duro projeto de lei de Uganda não espelha o Evangelho.

Entretanto, vamos falar francamente. Qual é a lei que espelha o Evangelho?

Uma lei que condena, multa, prende ou executa assassinos espelha o Evangelho?

Uma lei que condena, multa, prende ou executa pedófilos espelha o Evangelho?

Uma lei que condena, multa, prende ou executa estupradores espelha o Evangelho?

Sejamos realistas: o Evangelho não condena ninguém nem a multas, nem a prisões, nem à morte. O Evangelho não veio para condenar, multar, prender ou executar nenhum criminoso, por pior que seja. O único tipo de condenação que o Evangelho menciona é a condenação eterna, deixando claro que os homens que escolhem viver no pecado serão condenados à morte eterna, sendo destinados ao sofrimento do inferno, eternamente separados de Deus.

O Evangelho veio para salvar os pecadores. Essa é sua ocupação exclusiva. Portanto, se por causa do Evangelho a lei humana não pode condenar o homossexualismo, então por causa do mesmo Evangelho ela também não pode condenar os assassinatos, estupros e pedofilia.

No que se refere ao Evangelho, amamos os homossexuais, pedófilos, assassinos, estupradores, etc. Nós os amamos porque Jesus os ama e quer salvá-los. Isso, porém, não significa que devamos ser contra as leis que condenam a homossexualidade, pedofilia, assassinatos, estupros, etc.

Vinte anos atrás, a Anistia Internacional entrou em contato comigo pedindo meu apoio contra a lei de pena de morte no Texas, porque na década de 1980 eu fazia parte de uma equipe que ministrava, por correspondência, a presos do corredor da morte no Texas. Minha missão era ministrar a presos de fala hispânica. Todos eles haviam cometido assassinatos terríveis.

O Evangelho pode salvar tais criminosos? Claro que sim! Eu fazia o acompanhamento dos presos, falando do amor de Jesus, enviando literatura em espanhol, etc. Mas, quer eles se abrissem para Jesus ou não, minha opinião é que eles deveriam pagar sua dívida social.

A lei humana estava fazendo sua parte justa, condenando um assassino com a pena máxima. Minha parte era apenas levar o assassino a conhecer o amor de Jesus Cristo.

Existe uma separação entre lei e Evangelho. O Estado deve cumprir seu papel de castigar os que violam as leis justas. O papel do Evangelho não é destruir as leis justas, mas apenas cumprir outro tipo de papel: alcançar todos os pecadores com a mensagem de salvação.

O mais triste de tudo é que em seu próprio país, Warren tem recuado e não está usando seu papel para falar explicitamente em favor de iniciativas cristãs para defender o casamento natural contra os ataques sistemáticos do movimento homossexual. Sem dúvida, Warren não quer ofender nem enfurecer os grupos homossexuais nem a mídia esquerdista, que não aplaude esse tipo de defesa.

Evidentemente, essa mesma mídia, que jamais condena a lei islâmica contra o homossexualismo, está condenando a lei anti-homossexualismo da Uganda cristã. E, com todos esses holofotes, Warren entra no palco.

Obama defende abertamente o assassinato de inocentes bebês em gestação. Se Warren, que em suas oportunidades públicas com Obama, nunca usou seu papel para falar explicitamente contra tais inclinações assassinas, por que agora ele interfere em Uganda? Onde está sua coerência?

É certo Warren lembrar-se de seu "papel de falar explicitamente sobre questões morais" apenas para Uganda, e não para Obama e seu governo? É certo Warren ser rigoroso e veemente apenas com Uganda, e não com Obama e seu governo?

Gosto de Warren quando ele diz o que é certo. Mas é difícil apreciar quando ele e outros, em nome de um amor cristão meloso, parecem demonstrar mais interesse em ganhar a simpatia da mídia do que desafiar os padrões injustos impostos por tendências esquerdistas.

Conforme o Apóstolo Paulo ensina em Romanos, temos de nos transformar pela renovação da nossa maneira de pensar. Sem essa transformação periódica, somos inevitavelmente arrastados pelos redemoinhos, modismos e armadilhas deste mundo. Sem essa transformação periódica, ficamos presos à maneira de pensar do mundo. Sem essa transformação periódica, o Evangelho deixa de ser a mensagem de salvação e libertação do pecado, para se tornar uma criatura feita conforme a semelhança de idéias e desejos humanos.

Nas mãos dos ativistas gays e de cristãos liberais e esquerdistas, o Evangelho é um instrumento para promover a aceitação do pecador junto com o pecado. Eles usam o Evangelho para pregar insistentemente que o único modo de os cristãos provarem que são tão compassivos quanto seu Deus é apoiando os projetos de lei vindo das entranhas do movimento gay.

Nas mãos de cristãos que querem agradar os dois lados, o Evangelho se torna uma ferramenta de conveniências políticas, sociais e religiosas.

Nas mãos do Espírito Santo, o Evangelho é uma ferramenta distinta, mas não oposta, das leis que condenam o pecado. A lei justa lida com o delito castigando o infrator. O Evangelho lida com o pecador para salvá-lo da condenação eterna, sem isentá-lo de pagar suas dívidas sociais e criminais aqui mesmo na terra.

Sem esse entendimento da separação entre lei e Evangelho, podemos facilmente cair nos erros da Aliança Evangélica da Irlanda.

Que esses exemplos nos ajudem a sermos equilibrados, imparciais e justos na lei e no Evangelho.

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