segunda-feira, 23 de maio de 2011

Quando os espiões não querem ser descobertos

Mídia Sem Máscara

Leonardo Bruno | 23 Maio 2011
Artigos - Governo do PT

Leonardo Bruno pergunta: "não é interessante que Antonio Palocci tenha voltado ao poder, incólume, depois da história do caseiro Francenildo? Por que ninguém mais toca no assunto?" Nivaldo Cordeiro, em vídeo, declara que Dilma deve ouvir a opinião pública e que, não pelo PT, mas pelo país, Palloci deve cair fora.

O Brasil não é um país sério e sofre de algum tipo de amnésia. Com certeza não seria mal de Alzheimer, porque, ao menos, alguns velhinhos, alienados do presente, ao menos, conseguem se recordar do passado. Quando Palocci era Ministro da Fazenda, ele incrementou um vexame, que se tornou a marca registrada do totalitarismo petista: bisbilhotar e catar podres alheios para uso de arma política contra os inimigos.
A sua vítima? Um caseiro, Francenildo, que havia se tornado testemunha na CPI dos bingos, desmentindo muitas das mentiras do então elogiado Ministro da Fazenda, que se encontrava com seus ex-assessores, em esquemas de corrupção e desvio de dinheiro público. Porém, o gigantesco maquinário totalitário do petismo precisava esmagar o homem só. Alguns apaniguados do PT violaram o sigilo bancário da testemunha, e de conluio com outros apaniguados petistas da imprensa, denunciaram uma conta em dinheiro, insinuando que o caseiro havia sido subornado para acusar Palocci.

Contudo, o tiro saiu pela culatra. O caseiro, na verdade, havia recebido uma indenização por conta de um processo de investigação de paternidade. A farsa acabou por ser descoberta e revelou até que ponto um partido político e um ministro podem ser inescrupulosos para esconder sua série de crimes. Até a Constituição e a privacidade alheia desrespeitam. Usando o poder público no meio. Isso, naturalmente, custou a cabeça de Palocci.

O empresariado da época, masoquista e patético, como sempre, parece que chorou a perda do ministro, já que ele vendia a imagem da estabilidade e do livre mercado. Convém dizer, os empresários, no geral, se vendem por tão poucas ilusões...

Hoje, Palocci está de volta, tanto no governo, como Ministro da Casa Civil, como também nos jornais. É curioso que, desde que o PT vingou, a Casa Civil virou uma espécie de "casa maldita": José Dirceu perdeu a cabeça por conta do mensalão; a atual presidente Dilma Rouseff quase perdeu a sua, por conta do escândalo dos cartões corporativos, quando quebrou o sigilo dos gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e, ainda, seus assessores estavam envolvidos com corrupção; e agora, é Palocci, que milagrosamente, acima da inflação, acima do crescimento econômico, acima de qualquer aposta na loteria, ficou absurda e milagrosamente milionário.

Qual a resposta do PT? É a mesma resposta que poderia lembrar muito bem daquele "virtuoso" deputado da CPI dos anões do orçamento, o famigerado João Alves, que desafiando a lógica da matemática e da probabilidade, "ganhou" várias vezes na loteria: "- Deus me ajudou e eu ganhei dinheiro!".

Todavia, eram outros tempos! Tempos notoriamente não-petistas! Se bem que naqueles idos de 1993, época do escândalo do deputado, o PT já começava a controlar as bases e slogans da moralidade do país. Hoje em dia, a infâmia passa batida. O povo, bestializado, ignora o passado e é indiferente. A imprensa, idem. Na nova era do Partido Totalitário, a corrupção se torna regra perdoável, porque na lógica esquerdista, todo mundo é corrupto até que se prove o contrário! Minto, corrupção se torna perdoável, quando é a corrupção do partido. Fora do Partido ou contra o Partido é a cadeia.

Os deputados defensores de Palocci alegam "privacidade" na avaliação de suas contas privadas. Privacidade pela qual ele jamais zelou, quando foi a conta bancária dos outros. Aliás, privacidade da qual esse governo jamais respeitou. Claro, cheiro de corrupção no ar deve ser privado, escondido aos olhos do público. Se é que há "público".

A imprensa, corrompida, amordaçada, ao que parece, não serve para publicizar os atos. Serve para escondê-los, escamoteá-los. Não é interessante que Palocci tenha voltado ao poder, incólume, depois da história do caseiro Francenildo? Por que ninguém mais toca no assunto?

Na cultura política brasileira atual, os espiões não aceitam ser espionados. Se o filho do ex-presidente Lula é um "Ronaldinho", porque ganhou milhões virando lobista da Telemar, por que o mesmo não se aplica a Palocci?



Nivaldo Cordeiro: Palocci precisa ser demitido

Antonio Palocci agoniza em praça pública. É hora da presidente Dilma Rousseff tomar a decisão correta e demiti-lo, como Lula fez com José Dirceu à época do Mensalão e com o próprio Palocci no episódio do caseiro Francenildo.

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