Mídia Sem Máscara
Klauber Cristofen Pires | 17 Maio 2011
Media Watch - Outros
Em sua defesa ardorosamente juvenil do histórico presidente democrata - histórico porque negro e democrata, nada mais - o Sr. André Petry pretende insinuar que Barack Obama, além de americano nato, patriota e cristão, também é "muito macho".
Em outro texto anterior, intitulado "Ricardo Setti perdeu uma boa chance de ficar quieto" desmascarei a sonsice do sossegado colunista da Veja, por seu artigo "Obama acaba com a palhaçada dos que duvidavam dele e divulga certidão de nascimento".
Fiz uso do termo "sossegado" para salientar a boa vida que ampla parcela do jornalismo brasileiro tem desfrutado até o surgimento da internet e com ela de um número cada vez maior de blogueiros e sites que têm alertado para as inverdades que têm sido divulgadas como fatos incontestáveis, haja vista o pleno controle dos meios de informação tradicionais pelos partidos e movimentos de esquerda, de acordo com a estratégia gramsciana.
O artigo teve uma razoável repercussão, tendo sido publicado no Mídia sem Máscara, além do LIBERTATUM e em outros valorosos espaços. De fato, constituem-se todas estas mídias em espaços de pequeno alcance, mas digo aos leitores, têm sido suficientemente eficazes para constranger certa parcela do noticiário que até a vinda da internet se via tão à vontade para oferecer ao público a desinformação como se jornalismo de verdade fosse, que já perdera qualquer senso de limite, ultrapassando até o ponto mesmo em que os próprios agentes passassem a acreditar em suas próprias mistificações.
Eu tenho afirmado que aceito debater com qualquer jornalista, jurista, sociólogo ou sedizente especialista do que quer que seja, destes que a esquerda tem guardados no armário aos montes para usar e abusar. Divergir é a prerrogativa própria de quem faz uso pleno de sua liberdade. Ôpa, mas aí tem uma condição: ocultação e mentira não valem! Infelizmente, jamais encontrei um intelectual desta turma, desde o beautifull people até à esquerda mais carnívora, que apresentasse suas opiniões e divergências sem o uso de tais recursos.
Pois, eis que parece ser este o caso também de outro famoso jornalista da Veja, o Sr. André Petry, mais um desavisado que os bons tempos já eram. A edição nº 2216, de 11 de maio de 2011 está muito boa, e estaria excelente não fosse seu tendencioso artigo, para não dizer coisa pior, intitulado "Obama, um presidente americano".
Vamos direto ao assunto. Em três páginas, André Petry afirma:
"No terreno da política paroquial, divulgou sua certidão de nascimento, provando - de novo - que nasceu em Honolulu, Havaí, no dia 4 de agosto de 1961. Entre os que o acusavam de não ser americano nato, o papel de bobo-mor ficou com o magnata Donald Trump, presidenciável republicano que virou alvo de piadas humilhantes por sua obsessão pela certidão de nascimento".
A notícia é inverídica: o que a assessoria de Obama divulgou, antes e recentemente, foram duas imagens digitalizadas de uma certidão de nascimento, o que é significativamente diferente. A primeira, analisada por uma perita forense renomada, já foi provada como "falsa" por evidências de um laudo que ultrapassa duzentas páginas! Ora, quem quer que apresente um documento legítimo, exibe-o às mãos e vistas amplas de todos os veículos de comunicação, que por sua vez o transmitem ao público, a testemunhar e confirmar todas as evidências intrínsecas (a validade dos dados informados) e extrínsecas (as garantias formais de que se trata de documento idôneo, como selos de autenticidade e etc.). Tanto não convenceu sua primeira tentativa de lograr a população norte-americana que uma segunda imagem foi divulgada recentemente, sendo que mais uma vez restou malograda sua intenção de convencer o público que já está pra lá de ressabiado.
A esta altura, reflitamos: goza de boa reputação e confiança um presidente que do alto do seu terceiro ano de mandato apresenta duas imagens falsas em vez do tão esperado papel? Tente trocar a certidão de nascimento de Barack Obama, ou melhor, uma destas imagens fajutas, por absolutamente qualquer outra coisa: imagine, por exemplo, que se trata do boletim escolar do seu filho, ou do dinheiro que você emprestou para o seu parente, ou do emprego que seu noivo diz que está para conseguir e que nunca aparece, e me diga se você se deixaria levar por tão persistente condescendência.
Pois é óbvio que não, certo? Entretanto, a exemplo do Sr. Ricardo Setti, o Sr. André acredita petryamente que os que desconfiam desta conversa mole merecem ser tratados como bobos da corte, inclusive um milionário presidenciável da oposição que de tão bocó prefere pagar mico a dar ouvidos a todo um staff de especialistas que assessoram a sua candidatura, bem como várias dezenas de milhões de norte-americanos que de tanto ouvir Glenn Beck não aceitam engolir esta conversa fiada tão bovinamente quanto fazem os sabichões do hemisfério sul.
Olhem aí mais uma da raposa escondida atrás da árvore com o rabo de fora:
"No debate sobre o déficit, conseguiu posicionar-se como defensor do Medicaid e Medicare, acusando os republicanos de querer desmontar a rede de assistência social, medida impopular mesmo no eleitorado conservador."
Como assim, "Conseguiu posicionar-se"? Como assim "acusando os republicanos"? Aqui o colunista pratica com maestria obsoleta a prestidigitação de querer fazer o público brasileiro acreditar que a oposição americana tenta sabotar estes programas protótipos do SUS e que fazem parte do programa do Partido Democrata, quando na verdade o Partido Republicano sempre se opôs de forma frontal e ostensiva a eles, em conformidade com a majoritária vontade do eleitorado conservador e dentro de um sistema político cujo nível de representatividade é muito mais substancial do que o verde-amarelo. André Petry ou desconhece completamente o país em que atua como correspondente, ou deturpa dolosamente a notícia para torná-la propositalmente mais favorável a Obama e ao seu partido aos olhos dos seus conterrâneos.
Mais um pouco de sua pena:
"Daqui para a frente, não cola mais acusar Obama de não ser suficientemente "americano", de não defender os interesses americanos com firmeza ou mesmo de ser um secreto seguidor do profeta Maomé. Obama ganhou o direito de figurar no panteão dos presidentes genuinamente americanos".
Eu digo mais, Sr. Petry: não tarda e vão esculpir o seu busto no Mount Rushmore! Só que antes disso, alguns chatos como eu ainda vão incomodar um bocado com umas perguntas um tanto inconvenientes, entre as quais esta: Obama teve pai e padrasto muçulmanos, estudou em escola muçulmana, registrou-se em uma escola católica como muçulmano, mordeu a língua em frente às câmeras declarando-se distraidamente como muçulmano, teve os seus estudos em Harvard pagos por um príncipe muçulmano e nos seus livros inflama-se em palavras de ódio contra a civilização branca européia e cristã, mas devemos todos acreditar em sua palavra petrya que esta história de ele ser muçulmano não passa de boatos, certo?
Além disso, para que ninguém conteste seu patriotismo, o sujeito já falsificou seu nome várias vezes; foi amigo de longa data do terrorista William Ayers, com quem exerceu diversas atividades na Acorn, entidade responsável por derramar milhares de títulos eleitorais falsos; é primo e apoiador do ditador Rayla Odinga, que já queimou dezenas de igrejas em seu país, sendo pelo menos uma delas com cristãos dentro, e até o dia da comemoração da morte de Bin Laden - o resultado desta operação sem corpo, sem foto e sem atestado de óbito, jamais pisou nas cercanias do marco zero.
Que a morte de Bin Laden tem proporcionado alguns pontos a seu favor no cenário eleitoral, é incontestável, pelo menos até que a poeira baixasse e os americanos começassem a indagar da falta de corpo, de foto e do atestado de óbito do terrorista, como estão começando a fazer agora. Ou será que todo mundo que não acreditar na Casa Branca é um bocó?
Em sua defesa ardorosamente juvenil do histórico presidente democrata - histórico porque negro e democrata, nada mais - André Petry pretende insinuar que Barack Obama, além de americano nato, patriota e cristão, também é "muito macho": ""- It's a macho thing", festejou uma republicana de 63 anos". Bom, se é assim, por que ele amarelou na frente do major Stefan Frederick Cook para não ter de mostrar a sua certidão de nascimento e o mandou direto à corte marcial? E por que, sendo tão "macho", falsificou a sua certidão de alistamento militar? Talvez eu não tenha entendido: pode ser que pela fineza de sua pena o elegante correspondente de Nova York tenha pretendido afirmar sob uma sutil ironia que o negão anda escorregando no nabo. Aff, imagina se a Dona Michelle lê isto...
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