23/04 - BANCAR AVESTRUZ, NÃO!
A verdade sufocada
A fim de evitar interpretações indesejadas, ressalte-se, desde logo, que o sentido da expressão "bancar avestruz" é o de "pessoa obstinada em não ver ou não considerar o lado desagradável das coisas, enfiando, para tanto, a cabeça na areia." É atitude, portanto, impensada nos homens de bem, máxime naqueles que por dever de ofício têm responsabilidade de Estado ou para com a Nação.
Parece fácil exemplificar, recorrendo-se às constantes e tumultuadas ações do "Movimento dos Sem Terra" (MST), que, embora enfaticamente anunciadas, afrontam incessantemente a ordem pública, a incolumidade das pessoas e do patrimônio, que ao Estado cabe preservar, sem que se veja preocupação das autoridades governamentais em assegurar os direitos individuais ou coletivos previstos na Constituição Federal, lei maior de um Estado que se quer democrático de direito. É tamanha a omissão conjuntural, que se chega a imaginar a existência de cumplicidade ou conivência em inconfessáveis fins a atingir por parte de quem deveria garantir a tranqüilidade e harmonia da vida nacional. O auto denominado "abril vermelho" está aí, à vista de todos, com as invasões e ocupações de prédios públicos e de pedágios, paralisação da ferrovia da Vale (embora protegida por medida judicial cautelar) e a ocupação da Usina Hidrelétrica de Xingó, gerando constrangimentos pessoais e prejuízos financeiros às empresas e à economia nacional, além da interdição de rodovias e de tantos outros delitos.
Simultânea e estranhamente, a mídia anuncia a liberação de vultosa importância pela governadora do Pará (coincidentemente integrante do sistema de forças políticas do PT/governo federal) a fim de favorecer, a título indenizatório, membros do nefasto "Movimento"!
Enquanto isso, o Comandante Militar da Amazônia, com a responsabilidade do seu elevado cargo, em recente entrevista televisiva evidenciou à Nação as ameaças que pairam contra a soberania e a integridade territorial brasileiras em decorrência do trato da questão das reservas indígenas situadas no estado de Roraima, parcela do espaço geográfico abrangido pelo seu comando, dando assim cabal prova de exação no cumprimento do seu dever militar e de fidelidade à destinação constitucional do Exército Brasileiro. A importância dos seus alertas ecoou pelo país, proporcionando-lhe outras oportunidades de manifestação, como a palestra proferida no Clube Militar, no Rio de Janeiro, onde expressou, dentre outros assuntos, a sua preocupação com a triste realidade das comunidades indígenas brasileiras, majoritariamente situadas na Amazônia, carentes de tudo e vivendo na penúria, a sinalizar a necessidade de mais eficácia na atuação dos legalmente incumbidos da política indigenista, mas que parecem tratar da questão apenas à distância!
É oportuno registrar, ainda, que hoje, véspera do "Dia do Exército" e também "Dia do Índio", o noticiário do "Jornal do SBT-Manhã" denunciou a ação desenfreada de traficantes de drogas em regiões fronteiriças do norte do Brasil, apresentando o testemunho de um habitante local relatando a venda dessas substâncias, com interferência das já famosas FARC, entidade terrorista colombiana, até mesmo "em frente ao Posto da FUNAI" e, desesperançadamente, dizendo "fazer o quê?"
Quase inacreditável, à luz desses fatos narrados e de outros notórios acontecimentos, é tomar conhecimento de que o Presidente da República, costumeiramente omisso e desinteressado, tenha mandado o Ministro da Defesa e o Comandante do Exército interpelar o Comandante Militar da Amazônia a respeito dos seus relevantes e oportunos pronunciamentos enquanto silencia, como de hábito, a respeito das insidiosas e ilegais ações do MST!
Ao General-de-Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira e a todos os brasileiros que amam sua Pátria ouso lembrar, citando Elbert Hubbard, que "evitar criticar, fazer nada, dizer nada, é também não ser nada", o que não é compatível com o esperado de um verdadeiro Chefe, militar ou civil! Por outro lado, não se pode ignorar que o honroso cargo de Comandante Supremo das Forças Armadas é uma atribuição constitucional, reforçada pelos rígidos princípios de disciplina e hierarquia, que torna o seu detentor alvo do respeito de todos os militares, sendo indispensável saber lhes dedicar reciprocidade e consideração, próprias de um estadista, atualmente tão comuns no trato com outras categorias funcionais, sem o que haverá a permanência do título legal, mas desprovido do reconhecimento e do apreço dos seus comandados!
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