Segunda-feira, Abril 21, 2008
Lula não quer o terceiro mandato agora?
Segunda Edição de Artigos de Domingo do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com
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Por Jorge Serrão
Luiz Inácio Lula da Silva pode deixar seu desgoverno, faltando seis meses para terminar o segundo mandato. O objetivo de Lula é concorrer ao Senado, por São Paulo. Então, viva o nosso Encenador da República Sindicalista! O popular chefão sabe que tem chances de se eleger com facilidade, já que duas vagas estarão em jogo em 2010. Lula espera que seu fiel vice José Alencar tenha condições de saúde para ficar em seu lugar. Este é o plano B de Lula, caso não consiga, como tudo indica que não conseguirá, aplicar o golpe do terceiro mandato.
Mesmo populista ao extremo, Lula jamais conseguirá realizar seu sonho de se tornar o “Pai dos Pobres”. Nem por isso, Lula insiste em repetir a estratégia do Presidente Getúlio Dornelles Vargas. Ditador no Estado Novo, Gegê foi detonado do poder em 1945, se elegeu senador em 1946 e voltou ao poder pelo voto, nos braços do povo, em 1951. Lula só não gostaria de imitar Getúlio no suicídio. O corinthiano Lula quer entrar para a história como o Presidente que trouxe a Copa do Mundo de 2014 para o Brasil. Ele espera ser o torcedor chefe da Nação, candidato em 2014. Tem todo direito de sonhar. O pesadelo é por nossa conta.
Na próxima eleição presidencial – caso não seja possível o terceiro mandato que ele jura não querer -, Lula tende a mandar seus companheiros petistas às favas. Sua tendência é apoiar a candidatura de Aécio Neves a Presidência. Aecinho é o favorito dos banqueiros internacionais. Lula obedece direitinho à Oligarquia Financeira Transnacional. Aécio também tem padrinhos fortes. O falecido tio dele, Gastão Neves, era considerado a “eminência parda” dos minérios no Brasil. Junto com o empresário Mario Garnero, ele fazia a ponte entre Aécio e os ingleses. Um atento leitor anônimo me informa que a filha de Neves, Suzana, foi casada por dez anos com um rapaz chamado Sérgio Cabral Filho, atual governador do Rio de Janeiro e super aliado do Planalto.
É justamente Cabralzinho quem luta pela vaga de vice de quem for candidato a presidente. A candidatura de Dilma Rousseff, a querida mãe do PAC, por enquanto, não passa de um “conto do PACo”. Mas ela pode “acabar” vice do Aecinho, que vem com tudo. Nos próximos dois anos, tudo pode acontecer. A aposentada guerrilheira Stella luta com todas as suas armas para viabilizar seu nome. Tenta até ser simpática nos “comícios” do PAC.
Agora, Dilma parte até para grandes articulações com a cúpula do poder mundial. Na próxima sexta-feira, dia 26, Dilma estará nos Estados Unidos da América. Participa de uma seleta reunião de CEOs (executivos de grandes empresas) com o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. O encontro vai reunir os membros do Council on Foreign Relations (CFR) e do Diálogo Interamericano – os principais grupos de poder com grandes interesses econômicos no Brasil e que gostam de sabatinar e negociar com possíveis candidatos a presidente do País.
Aecinho tem mais prestígio que Dilma com a banqueirada internacional. Aécio Neves participou, no dia 16 de maio de 2004, de uma mega-festa na mansão inglesa dos Rotschild, em homenagem ao empresário Mário Garnero, do grupo Brasilinvest. Aecinho foi um dos coroados a ter o privilégio de entrar na famosa “Spencer House”, uma construção do século XVIII que pertence a Lorde Jacob Rothschild, pai do jovem Nathanael e decano da família de banqueiros mais influente dos últimos dois séculos, que a usa apenas em ocasiões especiais. Aécio Neves presenciou o Lord erguendo taças de cristal para homenagear Garnero e ninguém menos que o ex-presidente dos EUA George Bush (pai do atual presidente norte-americano), no Great Room do andar superior da mansão histórica. Garnero aproveitou para avisar que ali estava o futuro presidente do Brasil, em 2010. O cara deve ser vidente. Só pode ser!
O Poder Real Mundial nunca está para brincadeira. Os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal vão sentir toda a pressão de fora, na hora de julgar se é legítima ou não a atual demarcação da Reserva Indígena Raposa do Sol. A Oligarquia Financeira Transnacional está com os índios, a Funai e o desgoverno Lula. O futuro presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, defenderá a revisão do processo de demarcação da reserva. Mendes advoga um modelo de ilhas de preservação. No sistema atual, Roraima perde quase 50% do seu território para a tal “reserva” ou “nação indígena”. O tamanho e o formato da reserva será definido no julgamento do STF que deve ocorrer em dois meses.
Militares honrados e patriotas, como o General Augusto Heleno, devem se preparar para o chumbo grosso que vem por aí. As pressões de fora são pela criação das inconstitucionais “nações indígenas” – territórios livres dentro da rica Amazônia Brasileira. Os ingleses, que já tomaram a Guiana do Brasil no passado, só querem fazer bons negócios com a metade de Roraima que tende a ficar sob a “soberania internacional dos índios”. A City de Londres está com Lula, Aécio e companhia limitada... Os donos do mundo são fiéis aos seus parceiros políticos. Só os descartam quando não precisam mais deles.
A historinha do Nióbio, pouco conhecida pela maioria dos brasileiros, ilustra bem como toca a banda do Poder Real Mundial. O Nióbio é um mineral raro, presente em quase tudo produzido na indústria tecnológica e na informática. O Brasil detém 98% das reservas mundiais de nióbio. O mundo consome 37 mil toneladas do raro minério. Tudo retirado do Brasil. A cotação do nióbio é manipulada, para um valor eternamente irrisório, na Bolsa de Metais de Londres. O Brasil, que é o produtor, não dita os preços. Por quê? Simplesmente porque nossos governantes são “parceiros” dos vendedores internacionais no Nióbio.
O poder de sedução e “convencimento” do pessoal da City de Londres é imenso. Basta lembrar o que o jornal Folha de S.Paulo revelou no dia 5 de novembro de 2002. Lula passou o final de semana na casa da CBMM do Grupo Moreira Salles e da multinacional Milycorp, em Araxá, Minas Gerais (...) A companhia exporta 95% do nióbio que retira de Minas Gerais e é a maior exploradora do metal no mundo. Por meio de uma ONG, a empresa financiou projetos do “Instituto da Cidadania”, presidido por Lula, inclusive o Fome Zero, que integra o programa do presidente eleito”.
O desgoverno FHC, campeão do entreguismo, também foi generoso com a Oligarquia Financeira Transnacional que comanda o negócio do nióbio. Os tucanos tentaram privatizar as reservas de nióbio a céu aberto de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, em outubro de 1997. O Brasil tentou vender a reserva pelo vil preço mínimo de R$ 600 mil reais. A avaliação da reserva pela Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais era de US$ 1 trilhão de dólares. Uma decisão judicial, em favor da ONG União Nacionalista Democrática, impediu a negociata.
Por essas estorinhas, que são fatos objetivos e não lendas do Boi Tatá Sindicalista, a crise militar no desgoverno petista-entreguista tem tudo para ganhar corpo. Lula quase cometeu um erro estratégico ao dar ordens para exonerar o Comandante Militar da Amazônia – como queriam os radicais do seu time -, só porque o General Heleno expôs a falência da política indigenista e porque deixou claro que, como servidor militar, trabalhava para o Estado e não para o governo (ou desgoverno, como preferirem).
A posição do General Heleno continua a mesma. Não mudou, nem vai mudar. O General não perdeu o cargo porque o Alto Comando do Exército fez chegar ao sensível ministro da Defesa, o genérico de 4 estrelas Nelson Jobim, que “a cobra iria fumar”. Cheio de torcicolo, certamente agravado pelas tensões da conjuntura, o chefão Lula deu uma recuada estratégica de bom sindicalista que é. Engoliu o sapo do General. Mas nem tudo ficou como dantes no quartel de Abrantes. Agora, para aliviar sua barra perante a tropa, Lula deve anunciar o reajustezinho dos militares, assim que retornar de mais um tour internacional.
O General Augusto Heleno desencadeou um processo irreversível. O apoio que recebeu, na área militar, mas principalmente fora dela, serviu de aviso ao desgoverno Lula que não é recomendável brincar com a soberania ou com a integridade do patrimônio e do território nacional. Mantido no cargo pela força da brasilidade, o tríplice-coroado General Heleno é agora um símbolo da resistência patriótica contra o entreguismo. Lula agora sabe que esta tropa vai se multiplicar. Vale a pena rever este insuspeito vídeo global: JABOUR DEFENDE GENERAL HELENO
No entanto, o chefão não liga para isso. Só pensa em si mesmo e no seu projeto futuro de poder. O sindicalista de resultados ainda vai reinar no Brasil por bastante tempo. Os parceiros de fora lhe dão sustentação. O populismo interno, produzido com o apoio de bem manipulados índices de popularidade, lhe dá a falsa impressão de estabilidade política. A conjuntura econômica internacional ainda colabora com ele, e a crise ainda não atinge os brasileiros viciados em consumir com o crédito, a juros altos e taxas financeiras elevadas, para alegria dos banqueiros que também sustentam o atual desgoverno.
Lula espera que seu paraíso dure até pelo menos a metade de 2010. No momento certo, vai decidir se prepara a volta à Presidência anos depois, renunciando antes e conquistando uma vaga de senador, ou se vai curtir a vida de tríplice-aposentado (recebe aposentadoria por invalidez, ganha aposentadoria como anistiado político e a futura aposentadoria a que tem direito um Presidente da República em um País generoso como o Brasil.
Eu voto em Lula. Para encenador! O chefão é imbatível. Que o terceiro mandato lhe seja leve!
Jorge Serrão, jornalista radialista e publicitário, é Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. http://alertatotal.blogspot.com/ e http://podcast.br.inter.net/podcast/alertatotal
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