Segunda-feira, 13 de Abril de 2009
Notalatina
Na última edição antes da Páscoa o Notalatina relembrou o massacre de 11 de abril de 2002 na Venezuela, apresentou áudio da injusta e criminosa condenação dos policiais acusados dos crimes cometidos por outros e um vídeo de Fuerza Solidaria demonstrando que o massacre fora planejado por ordem do governo.
Hoje, dois dias depois de completar 7 anos daquela fatídica data, o Notalatina volta a falar no assunto, desta vez apresentando um importante e esclarecedor artigo de Alejandro Peña Esclusa e um vídeo intitulado “Radiografia de uma mentira – 11-A”, filmado de um cine-fórum realizado por professores da Universidade Metropolitana de Caracas e promovido pelo site informativo “El Gusano de Luz” da Venezuela. Antes quero agradecer a um leitor anônimo que em fevereiro postou um comentário questionando o fato de o Notalatina não ter divulgado isto na época. Além de agradecer imensamente o link que me enviou e que pôde proporcionar esta edição de hoje, esclareço que vi na ocasião e o tenho em meus arquivos, mas não pude publicá-lo porque recebi
Este cine-fórum teve como objetivo analisar e desmascarar as farsas, manipulações criminosas e fraudes do filme “A revolução não será transmitida”, promovido por Chávez, que deu a volta mundo com grande sucesso (em Cuba foi aula nas escolas e obrigatório a todos os alunos assistirem!), mas que não passou de uma grotesca propaganda do chavismo.
O evento tem a apresentação do jornalista e editor do “El Gusano de Luz”, Ricardo Mitre, de saudosa memória, e é analisado pelo cineasta Thaelman Urgelles e pelo engenheiro, produtor e diretor de TV Wolfgang Schalk. Com duração de pouco mais de 1 hora e 20 minutos, estes profissionais desmontam com seriedade e cientificidade a mais descarada peça de desinformação já produzida em prol do comunismo em nosso continente. Recomendo que ponham em pausa e deixem carregar até o fim, para só depois ver todo sem interrupções. Como dizem os venezuelanos, não tem desperdício! Desfrutem, fiquem com Deus e até a próxima!
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Ismael García pode libertar Simonovis
Caracas, 13 de abril de 2009
Cidadão
Deputado Ismael García
Presente
Tenho o agrado de me dirigir ao senhor na oportunidade de estabelecer-lhe o seguinte:
Segundo transcendeu nas interpelações realizadas na Assembléia Nacional por motivo dos fatos do 11 de abril de 2002, o senhor – nessa ocasião membro do oficialismo – formou parte de um grupo-tarefa destinado a contrapor-se aos protestos da oposição.
De acordo com o testemunho do general Manuel Rosendo (10.05.2002), o senhor – como porta-voz desse grupo-tarefa – apresentou em uma reunião “a forma de como opor-se às ações das pessoas da indústria petroleira”. O general Rosendo acrescentou que “ali se expuseram vários pontos, dentre os quais se destacou a utilização dos Círculos Bolivarianos de forma contundente, tanto nas instalações e dependências petroleiras, assim como nas áreas onde se efetuariam as concentrações”.
Os testemunhos de outros oficiais generais corroboram a existência do mencionado grupo-tarefa e da reunião onde se planejou a utilização dos Círculos Bolivarianos para atacar as marchas opositoras, do qual se deduz que os pistoleiros de Puente Llaguno não atuaram espontaneamente, senão como parte de um plano oficialista.
Sua dupla condição de porta-voz do oficialismo e de membro do grupo-tarefa, o coloca em uma posição privilegiada para esclarecer ante a opinião pública a verdade do ocorrido em 11 de abril, e para determinar a responsabilidade do Governo no massacre de Miraflores.
Compreendo que, se o senhor revelar a verdade, poderia comprometê-lo seriamente nos delitos de lesa-humanidade cometidos nesse dia. Entretanto, guardar silêncio poderia comprometê-lo ainda mais. Além disso, seu testemunho poderia servir para libertar os inocentes encarcerados injustamente pelo Regime, entre eles os comissários Simonovis, Vivas e Forero, e ajudaria a castigar os verdadeiros responsáveis.
O senhor tenha a certeza de que, se atrever-se a revelar a verdade, os venezuelanos saberão perdoar sua cumplicidade anterior com o oficialismo, como de fato já o demonstrou ao reconhecer sua liderança como atual porta-voz da oposição. Se o senhor decidir colaborar com o restabelecimento da justiça, sem dúvida seria objeto de uma merecida anistia.
As circunstâncias o colocaram frente a uma grande responsabilidade histórica. Espero que o senhor saiba assumi-la como corresponde.
Sem outro particular a que fazer referência, aproveito a oportunidade para reiterar-lhe uma cordial saudação.
Muito atenciosamente,
Alejandro Peña Esclusa
Presidente de Fuerza Solidaria
Comentários e tradução: G. Salgueiro
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