sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mercadante recua para frente: permanece na liderança do PT no Senado, em troca de ida para o Banco Central

Sexta-feira, 21 de Agosto de 2009

2a Edição do Alerta Total

Por Jorge Serrão

Aloísio Mercadante teria negociado, bem alto e muito bem, sua permanência na liderança petista no Senado. Boatos que circulam agora revelam que ele vai ganhar como prêmio de consolo a presidência do Banco Central do Brasil, assim que Henrique Meirelles sair – para ser candidato a governador de Goiás ou (quem sabe) a Presidente da República. O BC do B é um antigo sonho de Mercadante – que também tem ligações estreitas com clubes de poder da Oligarquia Financeira Transnacional, como o Instituto Interatlântico.

Para ficar, depois de ter escrito ontem no twitter que deixaria a liderança em caráter irrevogável, Mercadante encenou hoje, no teatro de horrores do Senado, mais um espetáculo digno do PT que vai-e-vem conforme a maré do mar de lama. Mercadante leu em plenário uma carta que recebeu hoje de manhã do chefão Lula. No texto, Lula alegava não concordar com sua renúncia, uma vez que ele "é imprescindível para a liderança do partido". Lula deve dar, em breve, o BC do B a Mercadante, embora preferisse Antônio Palocci naquele lugar. Mas, como no PT tudo muda a todo instante, a promessa pode nem ser cumprida no futuro próximo.

Mercadante teatralizou: “Mais uma vez na minha vida, o presidente Lula me deixa numa situação que não tenho como dizer não”. E avançou na encenação: “Peço a muitos companheiros e companheiros, que pedem a minha saída hoje, especialmente à minha família, peço desculpas, mas eu não tenho, com a história que eu tenho com Lula, não posso dizer não ao presidente da República e ao meu velho companheiro Luiz Inácio Lula da Silva”.

Mercadante reproduziu os convenientes detalhes da longa reunião que teve com Lula quarta-feira à noite: “Ficamos cinco horas conversando. Uma conversa franca, dura, sincera, repassando toda essa história e todo meu sentimento, o governo Lula é uma grande êxito econômico. (...) Mas acho que temos cometido erros políticos. Preservar o partido, rediscutir o papel do partido, é fundamental. Nós não podemos cometer os erros que temos cometido”.

O que Mercadante não revelou do encontro com Lula o Alerta Total conta em primeira mão. Ele e o senador e Delcídio Amaral são os principais defensores de que Dilma Rousseff não seja mais candidata a presidente. Os dois alegaram, anteontem, em complicada conversa com o chefão Lula da Silva, que a situação política de Dilma se deteriorou com os casos Lina Vieira e José Sarney. O nervosismo fora de controle de Dilma tem tudo para aumentar. E o de Lula também, que já mandou os insatisfeitos deixarem o PT.

Alerta Total de Jorge Serrão

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