Mídia Sem Máscara
| 01 Dezembro 2009Artigos - Religião
Com quem os editores confundem Jesus? Com Lênin, Stalin ou Hitler?
Venho denunciar um fato gravíssimo. Minha esposa adquiriu uma Bíblia nova (a nossa estava meio velhinha), e o que encontramos? A teologia da libertação, apoderando-se da palavra de Deus para pregar Karl Marx!
Trata-se da Bíblia Sagrada - Edição Pastoral, 70ª edição, editora Paulus. O exemplar é idêntico ao da foto ao lado, pelo preço aproximado de R$ 16,00. Apesar de se tratar de um livro razoavelmente bem acabado - possui notas de referências e mapas - o que o torna interessante - os livros bíblicos são precedidos por introduções que manifestam claramente o caráter marxista da TL, pelo que convido o leitor a conferir, a começar pelo título da obra: "Edição Pastoral".
Veja o que está escrito na introdução ao Evangelho Segundo São Marcos, à página 1221:
Toda a atividade de Jesus é o anúncio e a concretização da vinda do Reino de Deus (Mc 1,15). E isso se manifesta pela transformação radical das relações humanas: o poder é substituído pelo serviço (campo político), o comércio pela partilha (campo econômico), a alienação pela capacidade de ver e ouvir a realidade (campo ideológico). Trata-se de proposta alternativa de sociedade, que leva ao nivelamento fraterno das pessoas.
Agora vamos dar uma olhada na introdução ao Evangelho Segundo São Lucas, à página 1248:
O caminho de Jesus inicia o processo de libertação na história, e por isso realiza nova história: a história dos pobres e oprimidos que são libertos para usufruírem a vida dentro de novas relações entre os homens. O programa de ação libertadora de Jesus é apresentado no seu discurso na Sinagoga de Nazaré (4,16-22). Por essa razão, o caminho provoca confronto, choque com aqueles que julgam a história como já realizada e querem manter o sistema organizado. Tal sistema, porém, mostra apenas a história tal como é contada pelos ricos e poderosos, que exploram e oprimem o povo, reduzindo-o à miséria e fraqueza. O caminho de Jesus força a revisão dessa história, e começa a contar a história a ser construída pelos pobres (1,46-55; 1,67-79). (grifos dos editores)
(...)
O caminho de Jesus é, portanto, a pedagogia que ensina a fazer a história dos pobres que buscam um mundo mais justo e mais humano. Com efeito, Jesus traz o projeto para uma ordem nova, a libertação que leva os homens à relação de partilha e fraternidade, substituindo as relações de exploração e dominação.
Bom, só por amostragem já deu pra perceber a deturpação e a subjugação do ensinamento cristão à doutrina marxista. Eu não sou um doutor dos textos sagrados, mas tenho que Jesus jamais afirmou qualquer coisa sobre o sistema econômico vigente. Pelo contrário, ele disse: "No meio de vocês sempre haverá pobres; ao passo que eu não estarei sempre com vocês." (João, 12, 8), bem como deixou-se ser recebido pelo cobrador de impostos Zaqueu, e ainda mais, ensinou a um soldado romano a não reclamar do seu salário!
Campo político? Quando que Jesus fez política? Aqui recorro à autoridade de quem entende de Política: Lula! Não foi ele quem disse recentemente que, se Jesus se metesse com a política, teria feito alianças? Arre! Os editores querem distorcer a idéia da solicitude, do amparo e da caridade para tratar da dialética marxista das "relações", à luz do método Paulo Freire, para construir uma sociedade materialmente igualitária, isto é, sem classes sociais.
Em João, então? Com quem os editores confundem Jesus? Com Lênin, Stalin ou Hitler? Pois o novo homem há de nascer da sua proposta de uma nova história (agora os grifos são meus), fruto da revolução (confronto, choque) que "libertará" os homens pobres (a luta de classes e a vitória do proletariado), substituindo as relações de "exploração e dominação", conforme, aliás, o que prega o determinismo histórico barbudão.
Em tempo: será que o leitor percebeu aquela sintomática deficiência esquerdista com a gramática? O trecho "confronto, choque" deveria ter um conectivo "e" no lugar da vírgula, assim como também a última entre as enumerações da introdução de São Marcos. Além disso, a palavra "história", em vários trechos, poderia ser substituída por um pronome relativo. Eles sempre deixam suas digitais, não?
Segundo os editores, os textos sagrados foram publicados em linguagem comum e atual; porém, quanto a isto, ainda não posso aventar a hipótese de que tenham sido redigidos com a finalidade de conduzir a um entendimento diferente das traduções originais. Outra característica desta edição são as notas que seguem abaixo dos textos, com comentários acerca das escrituras, cujo teor também estou a analisar.
À página 4, lê-se a seguinte sentença: "De acordo com o Cân. 825 e a respectiva Legislação Complementar, compete à Presidência e Comissão Episcopal de Pastoral da CNBB, ouvida a Comissão Episcopal de Doutrina, "dar aprovação para publicação de livros da Sagrada Escritura e suas versões" - IMPRIMATUR - Brasília, 26 de novembro de 1991. Assinado: Luciano Mendes de Almeida, Presidente da CNBB.
Reiterando, não sou um entendido no assunto, porém creio que já li em algum lugar que a CNBB não faz parte da hierarquia formal da Igreja Católica. Se isto for verdade, temos aqui um caso de usurpação de competência. De qualquer forma, o atual Papa Bento XVI já se manifestou contrário à Teologia da Libertação e ao Socialismo, razão pela qual deveria ter conhecimento desta obra eivada de infiltrações maliciosas. Tenho que os cristãos conservadores devem tomar alguma atitude com respeito a isto.
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