Mídia Sem Máscara
| 17 Abril 2011
Internacional - América Latina
A libertação da Venezuela não virá só como produto do fracasso do governo. É necessário continuar lutando valente e decididamente, como vocês vêm fazendo, para denunciar ao mundo inteiro as injustiças e as violações aos direitos humanos em nossa pátria.
Por motivo de se completar o aniversário do Dia do Exilado Venezuelano, envio "desde os calabouços de Chávez" a meus compatriotas injustamente expatriados, uma mensagem de solidariedade e de esperança.
Exílio e cativeiro são dois fatores de uma mesma equação, características dos regimes totalitários. Vocês, o exilados, sofrem a distância da pátria e de seus seres queridos. Nós, os prisioneiros políticos, sofremos o injusto encerro e todos juntos somos vítimas de um regime que não aceita dissidência. Entretanto, quero manifestar-lhes que seu retorno ao lar está próximo, assim como nossa libertação já toca nas nossas portas.
Asseguro isto porque o fracasso do regime é evidente, e porque já não pode manter sua farsa por muito tempo mais. A imagem de democracia que o governo venezuelano teve alguma vez despenca, não só dentro da nossa nação, como também no exterior.
O capítulo sobre a Venezuela do Informe Anual de 2009 da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) é muito expressivo, como também é o recente Informe do Departamento de Estado. Já não cabem dúvidas de que na Venezuela a justiça não existe, e se utiliza única e exclusivamente para esmagar a dissidência, provocando legiões de prisioneiros, exilados, expropriados, julgados e perseguidos.
Entretanto, a libertação da Venezuela não virá só como produto do fracasso do governo. É necessário continuar lutando valente e decididamente, como vocês vêm fazendo, para denunciar ao mundo inteiro as injustiças e as violações aos direitos humanos em nossa pátria.
Creio que estes anos de governo castro-comunista, que já chegam a seu fim, devem nos servir para meditar sobre qual é o modelo que melhor convém à nossa querida Venezuela. Não me refiro ao sistema de governo, que evidentemente deve ser uma democracia, mas aos princípios e valores que devem prevalecer.
Décadas de materialismo e de indiferença, que permitiram o triunfo e a permanência de Chávez no poder, devem desaparecer para sempre, dando lugar a uma longa era de solidariedade, de amor pela pátria e de subordinação à vontade de Deus.
Esta solidariedade deve se manifestar em um esforço comum, para realizar um plano de desenvolvimento e industrialização que permita a todos os venezuelanos, mediante seu próprio trabalho, ter acesso aos bens mínimos que o ser humano requer para viver dignamente.
O amor à pátria deve se manifestar através de uma paixão permanente por servir à nossa nação e para que impere o bem comum. Uma paixão como a que agora nos embarga, porque estando presos ou exilados, sente-se com maior força o patriotismo, assim como o desejo de justiça e de bem-estar geral.
E a subordinação a Deus deve se manifestar em um compromisso sincero de nos convertermos em pessoas melhores, e de defender com afinco nossos princípios e valores, para que nunca mais caiamos na triste situação que temos vivido ao longo destes doze anos.
Rogo a Deus por seu bem-estar e peço que logo exilados, prisioneiro e venezuelanos em geral, nos abracemos todos juntos em uma Venezuela livre e democrática.
Alejandro Peña Esclusa
Prisioneiro político - Calabouços do SEBIN
Tradução: Graça Salgueiro
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