quinta-feira, 27 de março de 2008

26/03 - FARSA IANOMAMI

26/03 - FARSA IANOMAMI

A verdade sufocada

Por Rui Nogueira

Brasil das omissões difíceis de se admitir que sejam inocentes.As situações vão se sucedendo, os absurdos surgem, evoluem e se consolidam sem haver o contraponto de queixas. Vê-se resistências muito tímidas e um imprevisto conluio de políticos e dirigentes.Não há melhor exemplo da inércia, da acomodação que avassala a nossa sociedade do que a farsa Ianomami.

Texto completo

"Existem em Roraima pequenos grupos remanescentes de índios de várias tribos com línguas, costumes, aspectos físicos diferentes que, por motivos inconfessáveis, estão relacionados sob o mesmo rótulo de "Ianomami". Esta declaração está no livro "A Farsa Ianomami" escrito pelo coronel Menna Barreto, que durante muitos anos esteve em atividade na Amazônia e em Roraima.

O Marechal Rondon, com toda uma vida dedicada aos índios, tem as suas expedições e contatos relatados no livro "Índios do Brasil" e nele não há nenhuma alusão à tribo Ianomami.

Se não havia Ianomami, como surgiu?

Durante a época da ECO92 - para enfeitar o evento - em submissão aos interesses estranhos (houve pressão até de senadores americanos) o "impedido" presidente Collor, desrespeitando a constituição de 1988, as leis brasileiras (lei das fronteiras) e sem ouvir o Conselho de Defesa Nacional criou a reserva destinada, no dizer das ONG's, aos índios Ianomamis, área que tem hoje 96.649 quilômetros quadrados.

Foi uma jornalista belga, Andréa Andrajur que divulgou a denominação Ianomami sem trabalhos antropológicos sérios, logo obteve amplo destaque em toda a imprensa internacional.

A demarcação da gigantesca área, para menos de 5.000 índios, foi feita por simples portaria - 850 MJ ao qual a FUNAI é ligada - com total desrespeito a todos os preceitos legais. O interesse estranho é tão forte que autoridades nossas que proporcionaram a legitimação do absurdo foram condecoradas no exterior.

A área demarcada corresponde a vários países da Europa somados, e fica, nesta situação, desligada do contexto brasileiro e sujeita à chance de ser tida abrigando uma "minoria" étnica que precisa ser "defendida" pelos exploradores internacionais. Trata-se de terra riquíssima em minérios fundamentais para a indústria atual (aeronáutica e informática) como nióbio, tântalo, além de ouro e diamantes. A aproximação do fim dos combustíveis fósseis (do petróleo) supervaloriza a área, pois a alternativa que está definida para o futuro, é a da biomassa. Nisto as áreas tropicais são fundamentais e, muito em especial, a Amazônia com o dendê nas florestas e outras oleaginosas nos campos de Roraima sob a grande incidência de sol e a abundância de água. Estudos demonstram que a região, sem destruição das matas, será capaz de produzir um volume de biodiesel que corresponde ao volume da produção de petróleo da Arábia Saudita (a maior do mundo). Observem a vantagem inigualável - renovável e não poluente.

É do Brasil que sairão os combustíveis para abastecer o mundo. Esta é a razão fundamental para a ocupação econômica em curso no nosso país planejada e altamente financiada para desmantelar o estado nacional, desmoralizar as forças armadas, desarticular os sindicatos, dominar os meios de comunicação, ocupar as nossas empresas produtoras, arrasar a nossa auto-estima, não permitir que funcionem adequadamente os serviços essenciais como educação e saúde.

Nós brasileiros vemos entristecidos a crescente legitimação de absurdos.

O que está gerando a apatia, que vemos, nos nossos dirigentes políticos? (Leia o artigo porque os políticos facilitam as privatizações?)

Porque não distribuem títulos de propriedade aos milhões de índios caboclos ribeirinhos que moram na região amazônica?

É estranho que haja discussões, seminários, palestras e sempre falam em Ianomami como fato consumado e poucos se manifestam indignados com a farsa.

Resistir é preciso!

Alerta! Resistir não é ter ameaça de enfarte cívico em reuniões nacionalistas, nem passear com mensagens retóricas pela internet.

Multipliquem esta formidável intenção de garantir a nossa soberania, principalmente na Amazônia, em ações diárias em todos os locais, na busca de uma consciência da situação brasileira, pela população, para compensar a omissão dos meios de comunicação presos, exclusivamente, em fatos emocionais que não discutem, nem permitem a formação de uma opinião consciente.

Alerta! Vamos atrás de atitudes concretas.

Marinha na foz do Amazonas controlando toda a navegação e evidentemente inibindo a saída de madeiras e contrabandos.

Acabar com a cabotagem livre. Não é possível se admitir que navios de qualquer bandeira estrangeira possam navegar pelos rios e portos brasileiros sem nenhum controle. Isto não existe em nenhum lugar do mundo.

Absoluto controle das Ongs. Relatório da CPI das Ongs no Senado demonstrou que existe ONG estrangeira sem nenhum registro nas repartições brasileiras que estranhamente recebe 7 milhões/ano a título de cuidar dos índios (ONG Saúde Ianomâmi)

Cumprir a lei do Abate. Avião no nosso território sem identificação é contrabandista, tem que ser abatido.

Exército e polícia em todas as saídas da região amazônica. Assim, o desmatamento passa a não compensar.

Não comprar madeira certificada por estrangeiros. Além de ser um desrespeito a nossa soberania, é alimentar as transnacionais do ramo.

Arrendar florestas amazônicas é crime lesa-pátria. Quem deve ser punido? Será que alguém, em sã consciência, alugaria sua fazenda por 60 anos? Seria considerado louco.

Amazônia tem 3 habitantes por metro quadrado. Precisa ser povoada! Que venha a marcha para a Amazônia, começando por Roraima!

Rigoroso controle da propriedade de terra. Não podemos permitir que as terras brasileiras sejam propriedade de estrangeiros! É uma maneira sutil de invasão comprando bem de raiz com papel pintado. Que absurdo! Temos governo?

Não aceitem a mentira de que a Amazônia é o pulmão do mundo. O pulmão do mundo é o oceano com suas algas. Digam isto em todas as escolas e para todos os jovens.

Vale Do Rio Doce tem que ser re-estatizada a sua riqueza não pode ficar em mãos particulares e de estrangeiros. Suas jazidas e minas em boa parte ficam na Amazônia. Não é possível a tonelada de minério ser exportada a 10 reais, com isenção de impostos, e o brasileiro ficar sem ter, ao menos, a assistência básica: saúde, educação e comida.

Vamos lembrar a todos os nossos dirigentes que foram eleitos e/ou assumem cargos públicos que eles não podem dispor dos bens públicos ao seu bel prazer.

"As pessoas administrativas não têm, portanto, disponibilidade sobre os interesses públicos confiados a sua guarda e realização."

Todos têm que cumprir o seu dever. E todos nós temos que exigir um governo que não viva ao arrepio da lei.

Resistir é preciso.

Não podemos nos deixar envolver pela sensação de impotência nem aceitar a falsa idéia de que não podemos fazer nada. Todo dia batalhe pela conscientização de que todos nós, irmãos brasileiros, temos que viver na nossa terra, com soberania e fazendo dela um lugar digno para criar os nossos filhos.

A Amazônia por história, direito e posse é brasileira! Não aceitamos nenhuma internacionalização.

Resistir é preciso.

Rui Nogueira

Médico e Escritor

rui.sol@ambr.com.brThis e-mail address is being protected from spam bots, you need JavaScript enabled to view it

Mesmo na noite mais triste

em tempo de servidão

há sempre alguém que resiste

há sempre alguém que diz não.

(Manuel Alegre)

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