sexta-feira, 28 de março de 2008

Lula garante que faz sucessor e só vai cumprir acordos com aliados quando lhe for conveniente

Quinta-feira, Março 27, 2008

Lula garante que faz sucessor e só vai cumprir acordos com aliados quando lhe for conveniente

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Por Jorge Serrão

O popular chefão Lula da Silva só pensa em 2014, quando terá chances de retornar à Presidência da República, caso não seja vítima do “fogo amigo” petista ou prejudicado pela sede de poder peemedebista. Agora, em tom triunfal populista, Lula só garante que fará seu sucessor em 2010. E vai usar todo o seu pragmatismo de sindicalista para negociar com aliados e supostos adversários até cumprir seu objetivo de poder.

Lula tem acara de pau de mentir que não está em campanha, alegando que “não é mais candidato”. Mentira. Não é candidato em 2010 porque não houve condições para o golpe político do terceiro mandado. Mas Lula é o candidato dele mesmo a retornar ao Palácio do Planalto em 2014. Lula se imagina um Getúlio Vargas reencarnado. Sonha em sair e voltar ao poder nos braços do povo, reencarnando a imagem de “Pai dos Pobres”. Hoje, tem todas as pré-condições para conseguir seu intento.

Demonstração disso foi seu triunfalismo antecipado no discurso de ontem, no bairro popular do Jordão, na região metropolitana de Recife. O discurso do chefão foi direto: “Se a oposição pensa que vai eleger um sucessor, pode tirar o cavalinho da chuva porque nós vamos fazer a sucessão para continuar governando este país. (...) Ainda está muito longe, mas se alguém pensa que vai atrapalhar o projeto de desenvolvimento deste país, vai ter que lutar muito e vão ter que trabalhar muito. Apenas fazendo discurso não vão nos derrotar, não”.

Lula voltou a insistir no conflito luta de classes alegando"que não tem preconceito contra rico" e que o que interessa é que todos ganhem. Lula desafiou a oposição: “É preciso trabalhar mais do que nós e dizer ao povo o que eles (a oposição) fizeram antes de nós, porque eles já governaram, eles não são marinheiros de primeira viagem. Eles já passaram 500 anos governando este país. Eles têm que dizer o que eles fizeram com a educação e aí vão comparar”.

Lula avacalhou tanto a oposição que se aproveitou até da presença do ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, nos festejos eleitoreiros do PAC: “Eu estou vendo um homem ali, o Severino, que foi presidente da Câmara. E ele foi eleito presidente da Câmara porque a nossa oposição queria derrotar o governo achando que o Severino ia ser contra o governo. Pois bem, elegeram o Severino. Não levou muito tempo, eles perceberam que o Severino não era oposição ao governo. Eles trataram de derrubar o Severino com a mesma facilidade que o elegeram”.

A tiracolo de Lula, no palanque, estava a super poderosa ministra da Casa Civil. Dilma Rousseff foi citada em praticamente todos os discursos como "mulher arretada", "guerreira" e "comandante". A guerrilheira aposentada Dilma não tem carisma de populista. Mas é uma grande negociadora de bastidores. A popularidade de Lula, sobretudo no Norte-Nordeste, pode ser decisiva para alavancar o nome dela ao Palácio do Planalto. Seja na cabeça de chapa ou como vice de algum candidato indicado pelo PMDB.

Enquanto Lula fazia campanha, a CPI do Cartão rejeitava o requerimento que pedia a convocação de Dilma Rousseff para explicar a suposta montagem de um dossiê sobre gastos sigilosos do ex-presidente FHC e da primeira-dama Ruth Cardoso. A base governista conseguiu impedir a ida de Dilma ao Congresso, por 14 votos a 7. Derrotado, o PSDB entrou com representação na Procuradoria Geral da República pedindo investigação sobre a responsabilidade pelo vazamento do suposto dossiê contra FHC. O procurador Antônio Fernando de Souza vai analisar o pedido.

Enquanto Lula fazia campanha, um de seus grandes aliados se rebelava contra o acordo fechado entre o chefão e Sergio Cabral (governador do RJ) para apoiar a candidatura do deputado Alessandro Molon a Prefeito do Rio de Janeiro. O senador Marcelo Crivella baixou em Brasília para cobrar a neutralidade de Lula. Crivella conversou longamente com o vice-presidente José Alencar, de seu partido, em duas ocasiões, no Planalto e no Palácio do Jaburu - a residência do vice -, e saiu reclamando: “Foi uma surpresa saber que o PMDB vai apoiar o PT. Agora, o presidente Lula disse várias vezes que, nas capitais onde houver mais de um candidato, só iria participar no segundo turno. E aqui temos vários candidatos (além do PRB e de PT-PMDB, o PCdoB e o PDT).

Crivella vai sentindo na pele o que significa negociar com um sindicalista pragmático e oportunista como Lula. Mas o chefão precisa tomar cuidado. Se desagradar Crivella, o Reino de Deus, que tem até rede de televisão no Brasil, pode desabar sobre sua cabeça. O fato é que Lula se considera acima de tudo e de todos. Se a Record atacá-lo, fecha um acordo com a Globo e tudo fica do mesmo jeito. Lula tem a máquina corrupta do poder em suas mãos. E sabe usá-la com a precisão de um torneiro mecânico que agiu, calculada e friamente, para perder um dedo e ganhar uma aposentadoria por invalidez.

Negociar politicamente com quem tem tanto sangue frio assim é tarefa das mais arriscadas para qualquer mortal.

PS – Por problemas técnicos, hoje não veiculamos a tradicional coluna do Alerta Total. Pedimos desculpas aos leitores e agradecemos ao nosso velho computador que nos sacaneia mais que o atual desgoverno.

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Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 09:58

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