domingo, 23 de março de 2008

Que bem faz uma mordomia.

Domingo, 23 de Março de 2008

Que bem faz uma mordomia.

Coturno Noturno

Eliane Catanhêde, colunista da Folha São Paulo, passou uma semana nos Estados Unidos, a convite do Governo Lula, produzindo press releases a favor deste. Seja para Celso Amorim na reunião da OEA, seja para Nelson Jobim na sua visita a convite do Departamento de Estado. Aí vai mais um, na íntegra, na forma de uma coluna dominical defendendo os corruptos usuários dos cartões corporativos. Teresa Cruvinel começou assim. Hoje tem um emprego milionário na TV Brasil.


Ovinhos de Páscoa


"BRASÍLIA - Lá pelas tantas, em meio à avalanche de denúncias sobre o uso do cartão corporativo, telefonam para a Defesa num final de sábado com "uma bomba": a FAB havia gasto sabe-se lá quanto num motel do Rio de Janeiro. Foi um deus-nos-acuda, com assessores civis ligando para majores, que ligavam para coronéis, que ligavam para brigadeiros. A hierarquia avançou a jato. Passam-se as primeiras horas, e ninguém conseguia explicar. Passa um dia inteiro, e nada. Até que, enfim, surgiu a luz: um suboficial tinha batido com um carro da FAB no muro do motel. Pagou-se com o cartão.

Esse tipo de situação, juntamente com tapiocas de R$ 8 e ursinhos de pelúcia que não eram ursinhos de pelúcia, mas sim panos para toalhas de mesa de recepções, dá um tom meio carnavalesco ou às vezes dramático a toda essa história. Foi por isso que o controlador-geral da União, Jorge Hage, dividiu as opiniões quando foi ao Congresso e criou a expressão "escandalização do nada". Tinha razão, se a gente olha pelo lado da miudeza, do "nada". E não tinha razão nenhuma se o olhar é pelo lado do princípio.

No frigir dos ovos (não os de Páscoa), a mistura de tapiocas com hotéis cinco estrelas e aluguéis de carros em feriados e fins de semana produziu um bom omelete. O que se discute é o que pode e não pode, o que é ilegal e o que é ilegítimo, o que é um erro e o que é abuso consciente, uma mutreta.

A CPI da Tapioca já nasceu morta, porque nem o governo atual nem o anterior têm interesse em que se vasculhem seus gastos e suas compras, guerreando entre eles com armas curiosas: os tucanos, com os cartões; os petistas, com as contas "tipo B". No fundo, a mesma coisa. Assim, vamos patinar na "escandalização do nada" e na "não-investigação de tudo". Em alguns casos, o nada é nada. Em outros, pode ser muito. E é melhor uma gente escandalizada por nada do que simplesmente cansada de se escandalizar".

Coronel

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