Sábado, Dezembro 06, 2008
Rapidinhas Políticas
Alerta Total
Por Jorge Serrão
O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, se encontrou ontem, em Washington, com o general da reserva dos EUA James Jones.
Jobim se diz “amigo” do militar - que será o assessor de segurança nacional de Barack Obama.
Jobim negocia com o amigo a compra de caças para a FAB.
O negocinho, que movimentará US$ 2,5 bilhões de dólares, divide o desgoverno Lula, já que alguns consultores-camaradas do chefão preferiam comprar aviões de outros países, como França e Suécia.
Falaram de quê?
Nelson Jobim teve dois encontros importantes ontem na capital norte-americana.
O primeiro foi com o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
Os dois trataram de “contrapartidas brasileiras” para financiamentos que permitirão um “reequipamento” das Forças Armadas.
E na Madeleine não vai nada?
A segunda reunião foi com a ex-secretária de Estado Madeleine Albright.
Foi essa mesma senhora que, em 1996, declarou em letras garrafais, alto e bom som:
“Caso o Brasil resolva fazer um uso da Amazônia que ponha em risco o meio ambiente nos Estados Unidos, temos de estar prontos para interromper esse processo imediatamente”.
Perguntinha idiota: Será que o papo de ontem teve alguma coisa a ver com o julgamento, semana que vem, do caso Raposa do Sol?
Emergente
O ministro Nelson Jobim advertiu que o Plano Estratégico Nacional de Defesa, a ser aprovado nos próximos dias, terá como um de seus objetivos essenciais a proteção da Amazônia e também da área marítima onde o Brasil vai explorar petróleo em águas profundas (a zona do pré-sal).
“O submarino de propulsão nuclear que vamos construir, em colaboração com a França, será destinado a defender a área que vai de Vitória a Santos”.
Jobim acrescentou que o Brasil também produzirá três submarinos convencionais, movidos a diesel.
Foi o recado dele a acadêmicos norte-americanos, funcionários do governo dos Estados Unidos e investidores internacionais, no seminário "Perspectivas para as relações Brasil-EUA no novo governo americano", promovido pelo Woodrow Wilson Center, em Washington.
Discurso certo
Jobim reafirmou que o Brasil é um país pacífico, mas sugeriu que não titubearia em utilizar a força caso isso seja necessário.
O ministro comentou que a nova política de defesa visa a deixar o país preparado para qualquer emergência:
“A tradição do Brasil é a de não recorrer ao conflito nunca. Mas, se tiver necessidade disso, é preciso ter condições para encarar a situação. Precisamos ter capacidade de dizer não. É o que chamamos de capacidade dissuasória de defesa”.
Conversa de candidato...
O ministro foi incisivo ao falar sobre a Amazônia, que os norte-americanos gostariam de vê-la intocada.
Jobim advertiu que esse tipo de pressão, feita por políticos e organizações ambientalistas estrangeiras, não será mais aceita pelo Brasil:
“A Amazônia tem uma agenda ecológica que é produzida fora do país e que acaba empurrando a sua população de 20 milhões de pessoas para a marginalidade, pois acham que a região não pode se desenvolver. O Brasil sabe que compete a ele preservar esse espaço, para o bem do país e do mundo. Mas isso cabe apenas ao Brasil fazer, e do jeito que acharmos melhor. Não vamos fazer isso para o deleite de europeus que desejam um parque cheio de árvores para visitas de fins de semana”.
Jobim acabou aplaudido pelo discurso de quem se prepara para pleitear uma vaga de candidato presidencial ou de vice em 2010.
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