Escrito por Murilo Augusto de Medeiros Seg, 23 de Março de 2009 00:00
Um absurdo que as profecias do Karl Marx estejam servindo de ideologia para os que querem dirimir os efeitos da crise. Alguém poderia ter tido a lucidez de lembrar duas coisas. Primeiro, a crise atual não foi prevista por Marx. Nem em sonho ele poderia ter imaginado o estágio de desenvolvimento e complexidade que os mecanismos de crédito atingiriam nestes primeiros anos do século XXI. Marx achava que o capitalismo encontraria seu fim nas fortes crises recessivas clássicas - aquelas ocasionadas por excesso de produção e falta de demanda, com a crescente insatisfação dos proletários produzindo a energia revolucionária para que se passasse de forma violenta ao comunismo.
Nenhuma dessas condições estão presentes na atual crise. Segundo, as contradições e injustiças que embalaram politicamente as teorias de Karl Marx na Europa por quase todo o século XX praticamente não existem mais nos países avançados e foram minoradas em quase todo o mundo. O capitalismo deu condições extraordinárias de habitação, saúde, conforto e aposentadoria a milhões de pessoas. Só nos anos que antecederam a crise, tirou da miséria centenas de milhões de famílias no Brasil, China e Índia. É esse progresso que está sendo colocado em risco pela crise. Foram necessários grandes homens e grandes mulheres para chegar até esse estágio. É de indivíduos formidáveis, e não de críticas ao "sistema capitalista" emanadas do cemitério do marxismo, que virá a solução para impedir que a crise destrua tudo.
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