segunda-feira, 3 de agosto de 2009

WWF quer criar novas áreas "intocáveis" ao longo da BR-163

Alerta em rede

Nilder Costa

26/jul/09 (Alerta em Rede) – Semana passada, o WWF apresentou um estudo, elaborado por seu Laboratório de Ecologia da Paisagem, visando a definição de áreas prioritárias para a conservação de biodiversidade na área de influência da rodovia BR-163, trecho entre Cuiabá e Santarém que está, há décadas, por ser pavimentada.

O tal laboratório identificou 60 áreas prioritárias para conservação e apontou as estratégias a serem seguidas: consolidar a proteção de unidades de conservação existentes, inclusive considerando o redimensionamento das áreas, e a implementação de novas ações de conservação, tais como a criação de novas unidades e ações de manejo sustentável. [1]

A julgar por acontecimentos similares ocorridos no passado, não causará surpresa se as linhas mestras do estudo feito pelo WWF seja adotado pelo governo brasileiro. O caso exemplar para confirmar a premissa é o Mapa de Áreas Prioritárias para a Conservação e Uso Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade na Amazônia, elaborado em um seminário realizado em setembro de 1999, em Macapá (AP), promovido por um “consórcio” de ONGs lideradas pela Conservation International, Grupo de Trabalho Amazônico e pelo mesmo ISA. Como financiadores do evento aparecem o WWF juntamente com o Banco Mundial, a União Européia, a Rainforest Foundation da Noruega e a ICCO (Organização Intereclesiástica para a Cooperação ao Desenvolvimento), sediada na Holanda. A partir de 2004, por meio de decreto presidencial, o Mapa adquiriu força de lei.

Posteriormente, em outubro de 2006, dirigentes do Amazon Region Protected Areas (ARPA), programa nominalmente coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, postulou uma ampla revisão do Mapa para acomodar novas exigências do aparato ambientalista. Na ocasião, os dirigentes do Arpa queriam a criação de novas unidades de conservação, abrangendo uma área de 21 milhões de hectares e que, de uma forma ou de outra, acabaram por ser implementadas. [2]

Cabe recordar que o Arpa foi criado a partir da espúria parceria entre o Banco Mundial e o WWF, em 1998, denominada Aliança para a Conservação e Uso Sustentável das Florestas (Alliance for Forest Conservation and Sustainable Use, ou apenas Forest Alliance) e aceito, goela abaixo, pelo governo FHC.

É com ações e iniciativas como essas do WWF que as grandes ONGs transnacionais, com a complacência dos órgãos governamentais brasileiros, vão modelando o mapa da áreas "intocáveis" na Amazônia e adjacências.

Notas:

[1]Áreas prioritárias para conservação na região da rodovia BR-163 são identificadas em estudo, WWF, 24/07/2009

[2]WWF quer mais 21 milhões de hectares, Alerta Científico e Ambiental, 15/10/2006

http://www.alerta.inf.br/Transporte/1540.html

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