Sábado, Abril 12, 2008
Presidente do TSE condena golpe do terceiro mandato, e cobra que as leis em vigor sejam respeitadas no Brasil
Edição de Sábado do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.comAdicione nosso blog e podcast a seus favoritos.
Por Jorge Serrão
O Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, criticou o movimento golpista de alguns parlamentares petistas, para tentar viabilizar um terceiro mandato para o chefão Lula da Silva. Marco Aurélio combateu qualquer projeto de lei sobre o assunto. O ministro lembrou que o Brasil tem que aprender a cumprir suas leis. E ponderou: "Eu, como presidente do TSE, entreguei o diploma (ao presidente Lula) para o exercício de um mandato durante quatro anos. Observemos as leis estabelecidas".
O ataque do ministro foi direto contra a articulação promovida pelos petistas, em favor do terceiro mandato, embora Lula jure que não quer. O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) já começou a coletar assinaturas para uma proposta de emenda à Constituição que poderia beneficiar Lula com um terceiro mandato maior do que os dois períodos de quatro anos que se encerram em 2010. Devanir defende a idéia de convocar um plebiscito para decidir sobre o terceiro mandato. Também propõe na PEC o fim da reeleição e a adoção de um mandato de cinco anos para os cargos executivos (presidente, governador e prefeito).
Marco Aurélio foi direto contra os golpistas, advertindo que o Brasil "precisa de homens públicos que observem a lei em vigor no País". E ironizou: "Gostaria de pedir perdão e perguntar: 'Nós vivemos no mesmo mundo? Já houve reeleição Eu indago se teríamos melhores dias simplesmente com simples mudança das leis. O que nós precisamos no Brasil é de homens públicos que observem as leis em vigor".
Média de Lula
Na Holanda, Lula voltou a negar a intenção de disputar o terceiro mandato e afirmou que a discussão "é falta de assunto da oposição".
"Oito anos na Presidência de um País é tempo suficiente para a gente executar um programa de governo. Sou contra o terceiro mandato porque a democracia é um valor incomensurável com o qual não podemos brincar. E a alternância de poder é uma coisa extremamente saudável para o País”.
Lula ainda tirou onda de democrata, contrapondo-se com a dita-dura (certamente se esquecendo
dos tempos em que colaborava com o DOPS para dedurar sindicalistas que fossem adversários dele):
“As pessoas que estão preocupadas com o terceiro mandato são as pessoas que não achavam ruim quando os militares ficaram 23 anos no poder. E são as pessoas que aprovaram a reeleição”.
Óbvio Lulante
Até Lula admitiu que a permanência de uma mesma pessoa no governo de um país pode por em risco o sistema democrático:
“Qualquer pessoa que se ache imprescindível começa a colocar riscos à democracia. Pobre do governante que começa a achar que é insubstituível ou imprescindível. Está nascendo, dentro dele, uma pequena porção de autoritarismo ou de prepotência. E isso eu não carrego na minha bagagem política”.
De tanto negar...
Foi a segunda vez, na semana, que Lula negou que queira disputar um terceiro mandato.
Na terça-feira, em reunião com parlamentares do PDT, Lula bravateou até que romperia com o PT se o partido defendesse a idéia do terceiro mandato.
No início de abril, Lula reclamou que estaria cansado de eleições e que não entraria no debate do terceiro mandato.
Na quarta-feira, “contrariando Lula”, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) começou a coletar assinaturas para uma proposta de emenda constitucional sobre o terceiro mandato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário