Domingo, 10 de Maio de 2009
Movimento da Ordem Vigília Contra Corrupção
FANTASMA DE MARTINELLI AMEAÇA VENEZUELA
A estratégia de Obama no Panamá funcionou: um empresário direitista fechou o passo à extensão do chavismo nessa nação da América Central. Os políticos aspirantes à presidência da Venezuela não irão receber o apoio ao qual intencionam dos Estados Unidos. – Por Francisco Orta – El Nuevo País
O esquema desenvolvido exitosamente pelos EUA no Panamá apoiou desde o início, em todas as frentes e com suporte integral à candidatura de um empresário de direita para acabar com o perigo da esquerda nessa nação, e estaria sendo repetido na Venezuela, de acordo com alguns analistas independentes e outros vinculados ao chavismo.
O triunfo de Ricardo Martinelli não é senão a vitória da tese defendida pelos EUA de que o capitalismo é melhor que o socialismo representado pela esquerdista Balbina Herrera, seguidora do moderado Martín Torrijos a quem se considerava a ficha do presidente Hugo Chávez, para anexar o Panamá à sua lista da Alba.
As carantonhas de Obama e Chávez em Trinidad não eram senão potes de fumaça, porque no fundo, de acordo com os analistas, o que o norte-americano quer é destronar o venezuelano com um emulo mais forte, como foi Martinelle.
Para enfrentar eleitoralmente Chávez em 2012, os EUA não contarão com as fichas políticas que hoje se movem no tabuleiro, tais como Antonio Ledezma, Manuel Rosales, Raúl Baduel, Leopoldo López, Henrique Caprilez Radoniski, Júlio Borges e Cesar Pérez Vivas. Sabem que eles são vulneráveis juridicamente e que os venezuelanos os rejeitam por seus passados, o que permitiria que Chávez os anulasse caso eles se tornassem perigosos.
Está na mira dos EUA vários empresários bem sucedidos, ligados a indústria, ao comércio e ao setor de serviços, sem manchas que possam debilitá-los juridicamente. São eles que estão nos planos de Obama.
A princípio, a lista era formada por 50 homens de empresa. Porém, seus vínculos com o “Carmonazo” acabou descartando muitos deles e sobraram poucos, entre os quais estão Rafael Alfonso, Eduardo Gómez Sigala e Lorenzo Mendonza.
As eleições panamenhas não eram somente uma luta entre dois modos políticos-econômicos de ver o mundo. O importante era o controle do Canal. Obama não podia arriscar-se com um governo esquerdista simpatizante de Chávez que assumisse o controle do Canal por onde circula algo em torno de 25% do comércio mundial, além de ser vital para o movimento de suas frotas navais.
Obama já disse: “O erro foi ilhar Chávez”. Isso significa que ele prestará muita atenção a um governo que cria alvoroço no galinheiro do quintal dos fundos dos EUA, e que Chávez será observado quando estiver saindo do compasso.
Daí que Martinelli tenha recebido todo apoio político, logístico e financeiro de que necessitava, assim como todos os candidatos que enfrentarem o chavismo em eleições continentais também receberão.
Amigos indesejáveis
A estratégia de Obama em apoiar um empresário direitista para a presidência da Venezuela (como fez com Martinelli no Panamá), não foi somente com o objetivo de resgatar o país para o capitalismo neoliberal e de jogar por terra o socialismo fidelista e suas ameaças de estender-se no Continente, mas também foi porque os venezuelanos estão enfastiados dos políticos de todas as pelagens, tanto pelo exercício dos governos da IV República, como por suas atuações no presente.
É lugar comum querer referir-se à importância estratégica do petróleo venezuelano para os EUA. Também privam o ânimo do presidente americano, os vínculos da Venezuela com o Irã, Coréia do Norte, Rússia e outras “nações inimigas” de Washington. Ou as supostas relações do presidente venezuelano com grupos terroristas como as FARC e ELN.
Não são gratuitos os informes divulgados nos últimos dias pelo Departamento de Estado norteamericano e por outros organismos, os quais classificam a Venezuela como “amiga” do terrorismo, “facilitadora” do narcotráfico e ultimamente “inimiga” de Israel e do judaísmo e, em geral, de todas as religiões.
O alto governo de Chávez e o Psuv estão conscientes de todas essas movimentações da Casa Branca. Em seu partido, a mensagem que lançam ao presidente é a de que ele “deixe de falar em metamensagens em seus artigos semanais ou em suas locuções” e faça um sacudimento para que o “gérmen de Martinelli não se instale na Venezuela” – Notícias 24 - Tradução de Arthur para o MOVCC
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