Sexta-feira, Maio 08, 2009
O que há para esclarecer é muito mais do que uma simples ficha, que pode ser falsa ou verdadeira. Primeiro, é inadmissível aceitar a palavra de Dilma Rousseff como verdade apenas quando a mesma a favorece e eleva. Afirma Dilma: "Tomei choques em várias partes do corpo, inclusive nos bicos dos seios. Tive até hemorragia. Depois de apanhar, era jogada nua em um banheiro, suja de urina e fezes. Tremia de frio até que a sessão de tortura começasse novamente". Não há uma única prova de que isto aconteceu. Pode ser um relato minuciosamente preparado pelo assessor de imprensa da candidata. É apenas a sua palavra que, neste caso, não tem a mínima credibilidade. Por outro lado, não há como negar que a organização clandestina, terrorista e assassina da qual Dilma Rousseff participava, conforme ela mesmo afirma e declara, cometeu crimes hediondos. E que companheiros seus a apontam como o "cérebro" da organização. A mentora intelectual. A gestora. A "mãe" do Colina, do Polop, da VPR. Estão querendo transformar Dilma em heroína contando apenas um lado da história, justamente aquele que não está apoiado por documentos e testemunhas. E negar o outro lado da mesmissima história, sobre a qual há farta documentação, várias confirmações da própria envolvida, além de inúmeras provas testemunhais de ex-companheiros. Dilma diz que tem "orgulho" de ter sido torturada e lutado contra a "repressão". Pois também deveria ter remorso e vergonha por ter participado de uma organização que sequestrou, assassinou, roubou, espalhou o terror junto à população. Aqui, por exemplo, é feita uma descrição completa de toda a trajetória de Dilma Rousseff, que se contrapõe completamente à "verdade oficializada". Simbolicamente, é chamada de "verdade sufocada". Por que a ministra não desmente o documento com fatos e provas? Por que, nestas horas, os seus defensores vêm sempre com o mesmo argumento de que ele foi preparado por torturadores, pela extrema direita, pelos adeptos da ditadura? Por que não apresentam provas concretas de inocência? Nos últimos dias, quando a Folha de São Paulo publicou a sua suposta ficha, para manter como verdade absoluta a história contada por ela mesmo, a ministra usou datas para desqualificar a matéria. Em seguida, deu uma entrevista à Marie Claire onde mudou as datas, desmentindo a si mesma. Apenas um caso: declarou que aos 15 anos estava no movimento estudantil para protestar contra a ditadura militar. Muito romântico, não é mesmo? Uma adolescente lutando contra os gorilas. Acontece que ela tinha 15 anos em 1962, ainda faltavam dois anos para a revolução de 1964. Mentir, neste caso, não é o maior crime. Resta lembrar que Dilma Rousseff já foi anistiada, o passado está morto e enterrado, vamos em frente com a nossa frágil democracia. A ficha não importa mais. A biografia sim, porque é história. E esta tem que ser discutida, pois ela é candidata à presidência da república e temos o direito de vasculhar cada pedacinho do seu passado.
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Este post subiu de ontem. O assunto é importante. Comentem com cuidado para não dar razão às ratazanas de esgoto.
Coronel
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