Papéis avulsos
Martín Sombra é tão cínico quanto Rafael Correa, Hugo Chávez e os demais cúmplices das FARC
*Coronel Luis Alberto Villamarin Pulido
Em uma das entrevistas desde a Prisão Modelo para o programa “
As astuciosas respostas de Martín Sombra trouxeram à memória coletiva dos colombianos a lembrança das teatrais atitudes de Tirofijo quando dizia: “deve-se fazer o que tem que ser feito”, ou, “vosmecês sabem que a eu me roubaram umas galinhazinhas e uns porquinhos”, ambas com a intenção de gerar opinião distorcida que o apresentasse como um camponês obrigado a pegar em armas contra o Estado e não como quem era na verdade: um membro do Comitê Central do Partido Comunista Colombiano, encarregado de dirigir a ação terrorista contra o Estado legítimo, para tomar o poder e instaurar uma anacrônica ditadura totalitária similar à cubana.
Tal atitude parece ser uma metódica linha de conduta da primeira geração fariana. Em 1994, tropas da Brigada Móvel 1 capturaram nos limites do Páramo del Sumapaz e Uribe-Meta, a José Joaquín Hachipis, codinome “Juaco Cauca”, um dos terroristas mais antigos das FARC, compadre do “sargento Pascuas” e moleque de recados de confiança de Tirofijo.
No local da captura as tropas encontraram uma pistola calibre nove milímetros com mais de 100 cartuchos para a mesma, documentos das FARC e perto de sua casa um esconderijo com os equipamentos de retransmissão da emissora clandestina “Resistencia”.
Levado ante as autoridades judiciais, o experimentado terrorista assumiu atitude similar à de Martín Sombra. Falou todo o tempo com sotaque caipira, disse ser absolutamente ignorante das leis colombianas, haver sido ingênuo ao guardar essa pistola de um camponês que tinha ido embora do povoado sem dizer quando voltava, nunca ter visto as FARC, não ter sido nunca guerrilheiro, etc.
Porém, o assunto não fica nestas singelezas dos três terroristas de origem camponesa citados acima. Todos os indícios apontam em demonstrar que estes rasgos de comportamento são a norma diretriz na conduta dos comunistas. Assim o confirma o descarado cinismo dos mandatários comunistas Rafael Correa do Equador, Hugo Chávez da Venezuela e os demais integrantes do turvo complô contra a Colômbia.
Rafael Correa assume atitude de vítima. Nega que sabia que Reyes vivia comodamente no Equador. Diz que se Ignacio Chauvín se reuniu com Reyes foi pelas suas costas, e ademais, que traiu a pátria. Inventou cinco condições para reatar as relações diplomáticas com a Colômbia, das quais a mais importante é que o governo colombiano lhe retire as denúncias por ser facilitador do terrorismo, de acordo com os escritos encontrados nos computadores de Raúl Reyes.
Além disso, Correa se contradiz em torno do sinistro conchavo que por sua ordem o ministro Gustavo Larrea desenvolvia com as FARC, sem dizer nada acerca do trabalho político organizativo do Partido Comunista Clandestino das FARC que a Associação Latino-Americana de Direitos Humanos (ALDHU), presidida por Larrea, realizou na linha fronteiriça colombo-equatoriana, e inclusive que deu autorização às FARC para assassinarem qualquer equatoriano residente no setor que se oponha ao trabalho organizativo de massas realizado pelas FARC, em convivência com alguns delegados clandestinos da Alianza País, o movimento político que levou Correa à presidência equatoriana.
De quebra, Correa desafia com loquacidade a Colômbia e os Estados Unidos, engana sobre o tema do narcotráfico e reiteradas vezes assume atitudes histriônicas similares às de Martín Sombra, com o argumento de que é inocente, que foi a Colômbia que o agrediu, que o Equador não tem nada a ver na guerra contra a Colômbia, que seu país nem considera as FARC terroristas e implicitamente que não vai combatê-las dentro do seu território porque ele, Correa, quer a paz para a Colômbia. Quer dizer, a artificiosa paz comunista, segundo a qual a única paz verdadeira ocorre quando os comunistas tomem o poder e instaurem uma ditadura totalitária, desapareça a propriedade privada e se imponha o marxismo-leninismo.
O mesmo ocorre com Hugo Chávez: atira a pedra e esconde a mão. Ninguém com pleno conhecimento acredita em suas fanfarronices abraça o presidente Uribe em público, afirma que não tem nem teve nada a ver com as FARC, diz que a Venezuela não é santuário de terroristas, apesar delas terem até escritório no Fuerte Tiuna de Caracas e assim sucessivamente.
Por seu lado, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva é ainda mais dissimulado, portanto mais cauteloso. Sabedor da gravidade que é apoiar um grupo terrorista põe seus subalternos para falar com os delegados das FARC, os apóia na clandestinidade enquanto se ampara na liderança que a economia brasileira ganhou no hemisfério, para com ironia estilo Martín Sombra dissimular a inclinação tão próxima dele com os terroristas.
Prova disso é a calculada montagem da suposta participação humanitária do governo brasileiro na libertação de seis seqüestrados, cujo verdadeiro objetivo era ressuscitar o cadáver político das FARC e fortalecer a ambiciosa candidatura eleitoral de Piedad Córdoba à presidência da República.
Em síntese, não se pode acreditar
Assim como o Foro de São Paulo busca escravizar toda a América Latina nas sendas do marxismo-leninismo, sob a solapada batuta de Lula da Silva, o Plano Estratégico das FARC, da qual não há mostra fidedigna de alguma mudança, pretende a tomada violenta do poder e a manipulação do acordo humanitário para somar-se à conjuntura internacional de corte marxista-leninista.
Entretanto, os intelectuais de esquerda, os amigos das FARC e os auto-nomeados mediadores, tratam por todos os meios de desprestigiar o governo colombiano com a finalidade de se legitimar como a salvação do país. A mesma atitude astuciosa de Martín Sombra, Hugo Chávez e Rafael Correa, porém desde outro ângulo.
*Analista de assuntos estratégicos - www.luisvillamarin.co.nr
Tradução: Graça Salgueiro
http://www.heitordepaola.com/publicacoes_materia.asp?id_artigo=722
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