quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sai Fidel, entra Castro: Dinastia à Kim Il-Sung

por Félix Maier em 28 de fevereiro de 2008

Resumo: A passagem de poder de Fidel Castro a Raul Castro lembra a dinastia comunista instituída na Coréia do Norte.

© 2008 MidiaSemMascara.org


“O poder não me interessa. Depois da vitória, quero regressar à minha cidade e retomar minha profissão de advogado” (Fidel Castro, em entrevista ao jornalista Herbert Matthews, do NYT, 1957).

“Jamais poderemos nos tornar ditadores. (...) Eu sou um homem que sabe quando é preciso ir embora” (Fidel Castro, em 8/1/1959, no 1º discurso após sua entrada triunfal em Havana – Cit. in “A Ilha do doutor Castro”, pg. 21).

“Cá entre nós, Cuba é muito pequena para mim. Por isso, mesmo se de fato sou um comandante como chefe da revolução, nem sempre quis aceitar a responsabilidade pelo governo. Minha aspiração suprema é sentar-me a uma mesa para governar o mundo inteiro junto com o norte-americano, o russo e o chinês. Eu, como representante do bloco das nações latino-americanas” (confidência de Fidel Castro ao padre jesuíta Alberto de Castro y Rojas – Cit. in “A Ilha do doutor Castro”, pg. 26).

Depois de quase 50 anos no poder, Fidel Castro renunciou ao cargo de presidente de Cuba e comandante-em-chefe das Forças Armadas. No entanto, não abriu mão de ser o secretário-geral do Partido Comunista, que não é besta. Debilitado fisicamente, Fidel não abre mão de continuar influenciando a vida da nação cubana, em cujo “paraíso” ninguém quer viver, pois houve uma fuga em massa para o exterior contabilizada em torno de 2 milhões de pessoas, desde 1959.

Lula, em mais uma adulação a seu dileto amigo, a quem não se cansa de lamber as botas, afirmou que Fidel é o “único mito vivo”. Oscar Niemayer outra vez confirmou sua crença incondicional no Comunismo e apoio ao Abutre do Caribe, provando que, apesar de ser um gigante da arquitetura, não passa de um anão político. Diante de um ditador sanguinário como Fidel, que levou seu país à pré-história, conclui-se que há apenas dois tipos de pessoas que o admiram: os idiotas, que estão alheios ao que ocorre no mundo, e os patifes, que abertamente apóiam a bandidagem.

Essa passagem de poder lembra a dinastia comunista instituída na Coréia do Norte, em que o ditador Kim Il-Sung passou a borduna a seu filho, Kim Jong-Il. Sai Fidel, entra o irmão Raúl Castro e tudo continua como dantes na dura vida dos balseros migrantes.

Abaixo, alguns verbetes extraídos de “Arquivos I – Uma história da intolerância”, de minha autoria, disponível no site Usina de Letras, que ilustram o vasto currículo de crimes do Abutre do Caribe:

Balseros - Fugitivos cubanos que se lançam ao mar em pequenas embarcações, por vezes simples bóias adaptadas de câmaras de pneus ou troncos de bananeiras. Metade dos fugitivos, durante o auge da crise econômica cubana, em 1994, tinha menos de 30 anos.

Bogotaço - Quebra-quebra ocorrido em Bogotá, Colômbia, em 1948, durante a Conferência Pan-Americana, ocasião em que morreram 3.000 pessoas; Fidel Castro ajudou a organizar os tumultos.

Brigadas Médicas - Junto com as “brigadas militares”, para apoio a guerrilhas e regimes afinados com Havana, especialmente na África, Fidel Castro enviava profissionais para prestação de serviços médicos a países como Angola, Moçambique, Congo (com a presença de Che Guevara), Argélia, Iêmen, Iraque, Síria, Tanzânia, Etiópia, Vietnã, Guiné-Bissau, Afeganistão, Madagascar, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Benin, Serra Leoa, Somália, Guiné Equatorial, Eritréia.

Em 1961, o comandante (cubano) Almeijeiras morreu na Guerra da Argélia, contra a França. Na guerra árabe-israelense de 1967, militares cubanos pilotaram jatos e tanques que partiram da Síria para atacar Israel. Durante 10 anos, o regime de Fidel Castro treinou tropas em Cuba e na África, como as tropas do PAIGC e guerrilha do MPLA (desde 1963/64). Em Angola, Cuba chegou a desdobrar, em uma oportunidade, cerca de 50.000 soldados que combateram ao lado do MPLA contra a UNITA (no total, Fidel enviou 300.000 soldados a Angola). Em 1973, Fidel Castro voltou a enviar pilotos para a Síria, para combater os israelenses na Guerra do Yom Kippur. Na América do Sul, o apoio de Fidel Castro foi ostensivo ao Chile do Governo marxista de Salvador Allende, com quem Castro tinha “relações carnais”, e ao Peru, durante o Governo esquerdista Velasco Alvarado que tinha assessoria do brasileiro Darcy Ribeiro. No Brasil, em 1961 já havia cubanos ensinando táticas de guerrilha no interior do País, especialmente em Pernambuco.

Campos de trabalho coletivo - Versão cubana dos gulags soviéticos, os campos cubanos foram inventados por Ernesto Che Guevara.

CDR (Comité de Defensa de la Revolución) - A partir dos 14 anos de idade, todos os cubanos são obrigados a aderir ao Comitê de Defesa da Revolução. “Cerca de 8 milhões de cubanos são membros do comitê de defesa da revolução de seu quarteirão, dirigido por um ‘presidente, um responsável pela vigilância e um responsável ideológico’. Além de seu papel de vigilância ‘dos inimigos da revolução e dos anti-sociais’, os cerca de 120 mil comitês que controlam o país ‘constituem uma grande força de impulsão para mobilizar o bairro por ocasião das reuniões e desfiles para defesa da revolução’, afirmam os textos oficiais” (in “A Ilha do doutor Castro”, pg 55). Não é de admirar que o povo cubano vá em massa às ruas para apoiar Fidel Castro; ninguém teria coragem de contestar “el comandante”. Nas eleições para presidente, Fidel costuma ter 100% dos votos dos delegados – uma marca que, certamente, nenhum Papa teve até hoje.

Cela-gaveta - Tipo de solitária cubana, usada durante o regime de Fidel Castro, onde esteve confinado o poeta Armando Valladares, durante 2 anos, de onde saiu aleijado. “Na prisão de Combinado del Leste, depois de temporada imobilizado em cela-gaveta, Valladares ficou aleijado e não conseguiu mais andar. (...) Após 22 anos de prisão, o poeta venceu a batalha e ganhou a liberdade, contando com o apoio do presidente francês François Mitterrand. Dentre os 50 mil presos políticos cubanos contabilizados – entre mortos, torturados e desaparecidos -, foi um dos poucos que conseguiram escapar. Em Madri, tornou-se um ativista e escreveu ‘Contra Toda a Esperança’, testemunho que ajudou a desmascarar a ditadura que aniquila os seus dissidentes, clamando pela libertação dos presos políticos que, em Cuba, ainda hoje se contam aos milhares” (Ipojuca Pontes, in Politicamente Incorretos, pg. 157-8). Valladares também ficou preso nas prisões de La Cabaña e Puerto Boniato.

Centro de Exterminação e Experiência Biológica – Existente na prisão de Puerto Boniato, “onde médicos soviéticos, alemães orientais e tchecoslovacos, junto com seus colegas cubanos, sistematicamente provocam doenças e realizam experiências psicológicas entre os presos políticos” (contra-capa do livro “Contra Toda a Esperança”, do cubano Armando Valladares, que ficou preso 22 anos no “Gulag das Américas”; negaram-lhe comida durante 46 dias e, em conseqüência, Valladares teve de permanecer 8 anos em cadeira de rodas).

Círculos Bolivarianos - Grupos de defesa da “Revolução Bolivariana”, do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, os quais têm como modelo os Comitês de Defesa da Revolução (CDR), de Fidel Castro. Em nosso País, foram criados os Círculos Bolivarianos do Brasil.

CJLA (Congresso da Juventude Latino-Americana) - O I Congresso foi promovido pelo regime comunista de Havana, no dia 26 Julho 1960, 7º aniversário de fundação do Movimento Revolucionário de Fidel Castro, ocasião em que foram convidados centenas de estudantes latino-americanos, com todas as despesas pagas pelo Governo cubano. Depois do Congresso, muitos deles permaneceram em Cuba durante meses, quando, além de técnicas agrícolas, começaram a receber adestramento subversivo: doutrinação marxista-leninista, subversão, técnicas clandestinas e de guerrilha. No ano de 1962, cerca de 1.500 latino-americanos participaram do “adestramento cubano”.

Conare - Comitê Nacional para Refugiados: vinculado ao Ministério da Justiça, foi criado em 1998. Em 1998, o escritor cubano Ricardo Alberto Pérez, perseguido pelo regime comunista de Fidel Castro, recebeu proteção na “cidade-refúgio” de Passo Fundo, RS.

Concílio Cubano - Frente de oposição cubana, de defesa de direitos humanos, que sofre repressão do Governo de Fidel Castro. Engloba mais de 130 organizações. Líderes: Héctor Palacios Ruiz, Presidente do Partido da Solidariedade Democrática; Reynaldo Cosano Allén; Gladys González Noy; Mercedes Parada; Vicky Ruiz Labrit; Gladys Linares Blanco; Pedro Pablo Alvarez; Leonel Morejón Almagro, um dos fundadores da Frente, condenado a 6 meses de prisão em 1996, foi proposto por parlamentares americanos para receber o Prêmio Nobel da Paz.

DGI (Dirección General de Inteligencia) - Serviço secreto cubano, fundado por Manuel Piñero, o “Barbarosa”, após Fidel Castro tomar o poder em 1959. Em 1970, a KGB consolidou seu controle sobre a DGI. Um agente da DGI, Orlando Letelier, do Chile, foi assassinado em Washington, em 1976. José Dirceu, o chefe do mensalão, teve relações íntimas com a DGI e fez em Cuba os cursos de Informações e Contra-informações.

“El ratón” - É como Fidel Castro denominou Leonel Brizola, por este não ter sabido explicar o destino de US$ 200 mil que o ditador cubano lhe mandou para desencadear a luta armada no Brasil (confirmado por Herbert de Souza, o “Betinho” – “pombo-correio” Fidel-Brizola – no Jornal do Brasil de 17/07/1996). Leia “Os exércitos de Brizoleone” em Ternuma (www.ternuma.com.br).

Fidelismo - Relativo ao regime de Fidel Castro, ditador comunista de Cuba. A exemplo de seu colega comunista, Kim Il-Sung, da Coréia do Norte, Fidel Castro já nomeou seu irmão Raul para sucedê-lo na dinastia comunista cubana.

Folhetos cubanos - Eram disseminados no Brasil pelo Movimento de Educação Popular (MEP), durante o Governo de João Goulart, e serviam de inspiração às Ligas Camponesas, de Francisco Julião, e ao Grupo dos Onze (G-11), de Leonel Brizola.

Foquismo - Teoria revolucionária, em que a revolução seria iniciada em pequenos núcleos (focos), para começar a guerrilha rural, com objetivo de dominar a nação. O foquismo foi sistematizado pelo revolucionário comunista francês Regis Debray, e defendida por Fidel Castro e Che Guevara. O PC do B tentou colocar em prática essa teoria na região do Araguaia. “O treinamento a brasileiros em Cuba continua até os dias atuais, embora somente no terreno político-ideológico, na Escola Superior Nico Lopez, do PC cubano, Escola Sindical Lázaro Peña, Escola de Periodismo José Martí, Escola da Federação de Mulheres Cubanas, Escola da Federação Democrática Internacional de Mulheres e Escola Nacional Julio Antonio Mella, da União da Juventude Comunista. Por essas escolas já passaram mais de 100 brasileiros. Todavia, o mais importante em tudo isso, é que a ida de qualquer brasileiro para fazer cursos em Cuba depende do aval do Partido Comunista Cubano, após entendimentos anteriores, de partido para partido. Atualmente, existem diversos brasileiros, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra vêm recebendo, em Havana, treinamento em técnicas agrícolas, e outros matriculados na Faculdade Latino-Americana de Ciências Médicas. O site do Partido dos Trabalhadores oferece vagas e publica as condições definidas por Cuba para matrícula nessa Faculdade” (Huascar Terra do Valle, in “Histórias quase esquecidas”, site Mídia Sem Máscara, 10/2/2003).

FSP (Foro de São Paulo) - Criado em São Paulo, em julho de 1990, sob os auspícios do Partido Comunista de Cuba (PCC) e do Partido dos Trabalhadores (PT). É um movimento neo-socialista latino-americano, planejado por Fidel Castro, para adaptação das esquerdas à nova ordem mundial após a desintegração da União Soviética. Engloba partidos políticos de esquerda e grupos terroristas, como o MIR chileno e as FARC da Colômbia. Os dois objetivos estratégicos do Foro são: 1) a preservação do regime comunista de Cuba (Chávez abastece Cuba com petróleo; no início de 2008, em visita a Cuba, Lula “emprestou” 1 bilhão de dólares a Fidel) e 2) a transformação da América Latina em uma nova União Soviética, a União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL), ou qualquer outro nome que venha a ter. Seus principais líderes são: Fídel Castro (Cuba), Luís Inácio Lula da Silva (Brasil), Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Daniel Ortega (Nicarágua), Cuauhtémoc Cárdenas (México); outros expoentes do Foro, seguidores da “Teologia da Libertação”: ex-padre Leonardo Boff, Pedro Casaldáliga (Bispo de São Félix do Araguaia, MT), Werner Sienbernbrock (Bispo de Nova Iguaçu, RJ) e Samuel Ruiz Garcia (Bispo de San Cristóbal de las Casas, Chiapas, México - um dos líderes do EZLN), além de Frei Betto, editor da revista America Libre, do FSP. O VI encontro do FSP, p. ex., ocorreu em San Salvador/El Salvador, em Jul 1996, quando reuniu 112 partidos políticos de mais de 20 países da região, 187 delegados, 52 organizações, 289 participantes, 144 organizações convidadas, 44 observadores e 35 grupos da América, Europa e África. No encontro realizado em Cuba, em 2001, o FSP apresentou projeto de estender a todos os países da América Latina os padrões de “liberdade de imprensa” existentes em Cuba. Leia “Que é o Foro de São Paulo?”, no site Mídia Sem Máscara (www.midiasemmascara.org), edição nº 4, de 16 Out 2002, e acesse http://www.forosaopaulo.org.

Granma - Maior jornal cubano, controlado pelo Partido Comunista de Cuba (tiragem média diária: 400 mil exemplares). O iate “Granma”, com o qual Fidel Castro e 82 homens desembarcaram em Cuba em 2 Dez 1956, é hoje um monumento nacional.

Guerrilha comunista no Brasil - Teve início em 1961 – e não após 1964, como propaga a esquerda –, quando o Presidente João Goulart ocultou e repassou secretamente a Fidel Castro as provas da intervenção armada de Cuba no Brasil.

Lei Helms-Burton - Lei norte-americana redigida pelo Senador Jesse Helms e pelo Deputado Dan Burton, ambos Republicanos, assinada por Bill Clinton em 12 Mar 96, entrou em vigor em 01 Ago 96. Prevê, entre outras coisas, sanções a países e empresas que possuam ou se beneficiem de propriedades de cidadãos americanos confiscadas pelo regime de Fidel Castro depois da Revolução Cubana (1959). Segundo a Casa Branca, mais de 100 empresas estrangeiras usam parte das 5.911 propriedades americanas nacionalizadas em Cuba.

Leoneira - Solitária ambulante, feita de 6 lados de grades de ferro, onde o preso não pode se deitar, nem ficar de pé. Tipo de tortura adotada em Cuba durante a ditadura de Fidel Castro, onde os presos são largados no teto do presídio, alternando altas temperaturas do sol durante o dia com baixas temperaturas à noite. O escritor Pedro Juan Gutiérrez esteve preso em tal solitária.

MR-26 - Movimiento Revolucionario 26 de Julio (Cuba): grupo rebelde, sob liderança de Fidel Castro, fracassou em 26 Jul 1953, na tomada de uma unidade do Exército de Moncada, em Santiago de Cuba. Fidel Castro foi preso e depois anistiado, exilando-se no México. Em 1959, o MR-26 marchou sobre Havana, enquanto Fulgêncio Batista havia renunciado e se refugiado na República Dominicana.

Milicia de Tropas Territoriales - O Governo comunista de Fidel Castro possui 1.500.000 milicianos, com 300.000 na reserva; encarregada de ações de armas leves, é considerada a reserva das FAR (Fuerzas Armadas Revolucionarias).

OLAS (Organización Latinoamericana de Solidaridad) - No dia 16 de janeiro de 1966, 1 dia após o término da Tricontinental, em Havana, Cuba, as 27 delegações latino-americanas reuniram-se para a criação da OLAS, proposta por Salvador Allende. O terrorista brasileiro Carlos Marighella foi convidado oficial para a Conferência da OLAS em 1967. Ola, em espanhol, significa “onda”; seriam, pois, ondas, vagalhões de focos guerrilheiros espalhados por toda a América Latina, como disse o próprio Fidel Castro: “Faremos um Vietnã em cada país da América Latina”. Após a Conferência, começam a surgir movimentos guerrilheiros em vários países da América Latina, principalmente no Chile, Peru, Colômbia, Bolívia, Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela. A OLAS, substituída pela JCR, tem sua continuidade no Foro de São Paulo (FSP) e no Fórum Social Mundial (FSM).

Operação Abutre – O PT e outros comunas sempre criticaram a Operação Condor, realizada pelos governos militares latino-americanos para combater a Peste Vermelha vinda de Cuba, da China e da URSS. Com Lula, foi criada a Operação Abutre, em que o ex-torneiro mecânico se transformou em capitão-do-mato, caçou os boxeadores cubanos que haviam fugido da vila dos Jogos Pan-Americanos, Rio de Janeiro, 2007, e os entregou à sanha do Abutre do Caribe, Fidel Castro.

Operação Condor - Operação conjunta dos Governos de países sul-americanos para fazer face aos movimentos terroristas-marxistas do final da década de 1960 e início da década de 1970, desencadeados a partir da Revolução Cultural (China) e da OLAS (Cuba). Há livros que tratam do assunto, como “Operação Condor – terrorismo en el Cone Sur”, do jornalista Nilson Cezar Mariano, e “Social Justice”, publicado em 1999, da pesquisadora Patrice McSherry, professora de Ciências Políticas da Universidade de Long Island, EUA, em que há um artigo sobre a Operação Condor. Essa Operação, se existiu de fato, não foi um acordo multilateral terrorista de governos latino-americanos, como propaga a esquerda mas sim, um acordo legítimo de defesa conjunta de países contra movimentos terroristas, patrocinados por países totalitários comunistas, como Cuba, China e União Soviética que queriam implantar, não a democracia, porém a ditadura comunista em todo o continente. Se existiu a Operação Condor, ela foi tão legítima como hoje é a Interpol e os acordos bilaterais de segurança entre países, para enfrentar em conjunto o terrorismo e o crime transnacional. No Brasil, se as Forças de Segurança não tivessem desbaratado a Guerrilha do Araguaia, p. ex., ainda hoje poderíamos estar vivendo uma guerra civil, a exemplo da Colômbia com as FARC. Nesse caso, o Governo Federal poderia estar hoje negociando, p. ex., com José “Tirofijo” Genoíno, a entrega de uma extensa região do Araguaia aos guerrilherios, para “conversações de paz” – como ocorreu na Colômbia durante o Governo de Andrés Pastrana. O Sendero Luminoso e o Tupac Amaru (Peru), atualmente sob certo controle, e as FARC e ELN (Colômbia) são os “filhotes” mais duradouros da OLAS de Fidel Castro, que prometeu “criar um Vietnã” em cada país sul-americano.

Pinar del Río - Província de Cuba, onde havia cursos para terroristas brasileiros nas décadas de 1960 e 1970. O “currículo” incluía: 1) Tática guerrilheira – o observador, o mensageiro, a coluna guerrilheira, o acampamento, a marcha, sobrevivência na selva (montanhas de Escambray), o ataque, a emboscada; 2) Tiro – limpeza e conservação do armamento, fuzis: AD, FAL, AK, Garand; metralhadoras: MG52, Uzi; bazuca, morteiro e canhão 152 mm; 3) Comunicações; 4) Topografia – leitura de mapas, uso de bússola e do binóculo, orientação; 5) Organização do terreno – construção de abrigos individuais e coletivos, espaldões para metralhadoras e morteiros; 6) Higiene e primeiros socorros – fraturas, hemorragias, imobilizações, transporte de feridos; 7) Política – o comissário político, semanalmente, fazia uma palestra. No regresso, o terrorista brasileiro recebia de volta os documentos verdadeiros, nova documentação com nome falso, cerca de 1.500 dólares, itinerário até o Chile de Salvador Allende, antes de chegar ao Brasil. Quando preso, o terrorista era instruído para utilizar algumas artimanhas, para ser levado ao hospital e, assim, prejudicar o interrogatório: 1) colocar fumo na água e bebê-la, provocando crise de vômitos; 2) usar uma dose mínima de estriquinina para provocar convulsões; 3) “tentar” o suicídio; 4) simular grande descontrole nervoso; 6) bater com a cabeça nas paredes. Leia o livro “Rompendo o Silêncio”, do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, disponível no site www.averdadesufocada.com. Hoje Pinar del Rio é um importante centro de produção de tabaco, “alimento” tido em alta conta por Fidel Castro, já que ele, junto com o MST, é contra o projeto brasileiro do biocombustível (transformação da cana em combustível). Aliás, um líder do messetê disse que era contra a plantação de eucaliptos feita pela Aracruz Celulose, “porque eucalipto não se come”. Charuto cubano, por outro lado, se come, sim, como já provou Fidel Castro, junto com um mojito bem gelado...

Prensa Latina - Organizada por Fidel Castro em 1960, como agência noticiosa do regime comunista cubano. Era destinada a distribuir notícias de Cuba e de outros países latino-americanos para toda a América Latina. Na verdade, a Prensa Latina se tornou uma organização de coleta de notícias e informações secretas para o regime de Havana; as Embaixadas e os Consulados cubanos na América Latina foram transformados em centros de propaganda revolucionária, às vezes de subversão direta (em 1963, Castro enviou 3 toneladas de armas para tentar derrubar o presidente Betancourt, da Venezuela).

Revolução Cubana - No dia 1º de janeiro de 1959 as tropas de Fidel Castro tomam Havana. A “república socialista” cubana, porém, só foi proclamada em maio de 1961, logo após a fracassada invasão de anticastristas ocorrida na Baía dos Porcos, em Cuba, com o apoio americano. Em 1962, Cuba foi excluída da OEA e em 1964 os países membros da OEA, com exceção do México, romperam relações diplomáticas com o país, devido ao apoio cubano de focos guerrilheiros em vários países da América Latina (Guatemala, Colômbia, Venezuela). No Brasil, antes de 1964, Cuba financiou as Ligas Camponesas para comprar fazendas que serviram de campos de treinamento de guerrilha. A revista “Veja”, de 24 Jan 2001, sob o título “Qué pasa compañero?”, faz uma análise centrada na tese de doutorado da pesquisadora Denise Rollemberg, da UFRJ, a qual afirma que “o primeiro auxílio de Fidel foi no Governo João Goulart, por intermédio do apoio às Ligas Camponesas, lendário movimento rural chefiado por Francisco Julião. (...) O apoio cubano concretizou-se no fornecimento de armas e dinheiro, além da compra de fazendas em Goiás, Acre, Bahia e Pernambuco, para funcionar como campos de treinamento”. As prisões mais famosas de Cuba são: La Cabaña (ainda em 1982 houve 100 fuzilamentos), Puerto Boniato, Kilo 5,5 e Pinar del Río. Fidel Castro mandou fuzilar entre 15 e 17 mil pessoas (10 mil só na década de 1960); em 1978, havia em Cuba 15 a 20 mil prisioneiros; em 1997, segundo a Anistia Internacional, havia entre 980 e 2.500 prisioneiros políticos. A tortura cubana incluía as “ratoneras” (ou "leoneiras"), “celas-gavetas”, “tostadoras”, além da tortura “merdácea” – imersão dos prisioneiros na merda. Apesar desses crimes todos, o ditador Fidel Castro é venerado pelos “intelectuais” brasileiros como “El Comandante”, ao passo que Augusto Pinochet, ditador do Chile, não passa de um vil “ditador”, “torturador”, para os “guerrilheiros da pena”, como Emir Sader, Marilena Chauí e Frei Beto.

Revolução de 1968 - A Revolução de 1968, também conhecida como “Revolução Estudantil”, sofreu as seguintes principais influências: as atividades da “quinta-coluna vermelha”, composta por militantes aliciados por agentes provenientes das “escolas de subversão e espionagem”, da União Soviética; a Revolução Cultural e o “Livro Vermelho” de Mao Tsé-Tung; as idéias pregadas por Herbert Marcuse e Daniel Cohn-Bendit; as marchas americanas – principalmente de negros – contra a Guerra do Vietnã; os ideais de liberdade na Tchecoslováquia, com Dubcek, e posterior invasão soviética do país; foquismo (guerrilhas de concepção cubana) na Bolívia, Venezuela e Guatemala; o “martírio” de Che Guevara na Bolívia, em 1967. A Revolução Cultural foi detonada em 1966 na China por Mao Tsé-Tung, após o fracasso fenomenal do “Grande Salto para a Frente” (1958-1959). Em maio de 1968, o movimento estudantil sacudiu o Ocidente, como o maoismo da juventude francesa – onde predominavam as bandeiras vermelhas (comunistas) e as bandeiras pretas (anarquistas). O líder francês foi Daniel Cohn-Bendit e quase derrubou o Governo de Charles De Gaulle (que caiu pouco tempo depois). No dia 20 de maio, a França estava isolada do mundo, com 6 milhões de trabalhadores em greve, aeroportos e ferrovias paralisadas. Esse movimento teve reflexos no Brasil, junto com a OLAS de Fidel Castro. Convém lembrar que, no dia 2 de julho de 1968 embarcariam para Cuba, para treinamento de guerrilha, Márcio Leite de Toledo, Agostinho Fiordelísio, Jun Nakabaiashi, Renato Leonardo Martinelli e Juan Sandor Cabezas Castillo; no dia 4 de julho, uma nota no “Jornal da Tarde” informava que esses “estudantes” tinham sido presos e que os órgãos de segurança estavam cientes dos planos de Marighella para derrubar o Governo com o apoio de Cuba. A agitação brasileira era insuflada, principalmente por: AP, DI/GB, COLINA, PCBR, VPR e Ala Marighella (posterior ALN). Os principais líderes brasileiros eram: Vladimir Palmeira e Franklin Martins (da DI/GB); José Dirceu (da ALN), ex-Chefe da Casa Civil da Presidência, do Governo Lula da Silva. A agitação atingiu várias capitais brasileiras com destaque para Rio de Janeiro e São Paulo. No dia 28 Mar 1968, foi morto no Rio de Janeiro o estudante Edson Luís de Lima Souto, em choque de estudantes contra a polícia. Um dos ideólogos das revoltas estudantis foi o filósofo alemão radicado nos EUA, Herbert Marcuse (autor de “Eros e Civilização”, “O Fim da Utopia”), o qual achava que as minorias oprimidas, os marginalizados e os povos do Terceiro Mundo teriam potencial revolucionário para derrubar o Capitalismo e implantar o Socialismo.

Tricontinental - Criada durante a OSPAAAL, que realizou-se em Havana, Cuba, de 3 a 15 Jan 1966 – juntamente com o XXIII Congresso do PCUS. (Em 1965, em Gana, ficou decidido que a OSPAA realizaria seu próximo encontro em Cuba, no ano seguinte, para integrar também a América Latina – daí OSPAAAL). “Consiste no princípio de que a coexistência pacífica não se pode estender às chamadas ‘guerras de libertação nacional’, isto é, às guerras ‘entre oprimidos e opressores, entre os povos coloniais explorados e seus exploradores colonialistas e imperialistas’” (Meira Penna, in “Política Externa”, pg. 133). À Tricontinental compareceram representantes de 82 países, dos quais 27 latino-americanos. A delegação brasileira foi composta por Aluísio Palhano e Excelso Rideau Barcelos (indicados por Brizola), Ivan Ribeiro e José Bastos (do PCB), Vinícius Caldeira Brandt (da AP) e Félix Ataíde da Silva, ex-assessor de Miguel Arraes, na época residindo em Cuba. A tônica do encontro foi a defesa da luta armada. No encerramento, Fidel Castro afirmou que a “luta revolucionária deve estender-se a todos os países latino-americanos”. A Tricontinental foi a estratégia que desencadeou a Guerra do Vietnã e guerras civis como em Angola e Moçambique, e os grupos terroristas que surgiram na América Latina a partir de 1967/68, especialmente no Brasil, Argentina e Chile. No campo cultural, a Declaração da Tricontinental recomendava a “publicação de obras clássicas e modernas, a fim de romper o monopólio cultural da chamada civilização ocidental cristã, cuja derrocada deve ser o objetivo de todas as organizações envolvidas nessa verdadeira guerra”. Nesse encontro, o Senador Salvador Allende (futuro Presidente do Chile) faria uma proposta aprovada por unanimidade pelas 27 delegações: a criação da OLAS. Assim, no dia 16 Jan 1966, um dia após o término da Tricontinental, as 27 delegações latino-americanas reuniram-se para a criação da OLAS, que passou a ser dirigida pelo Comitê de Organização, constituído de representantes de Cuba, Brasil, Colômbia, Peru, Uruguai, Venezuela, Guatemala, Guiana e México. A Secretaria-geral foi entregue à cubana Haydée Santamaria, e o representante brasileiro era Aluísio Palhano.

UMAP (Unidades Militares de Ayuda a la Producción) - Inicialmente, seria chamado de “El Plan Fidel”. As UMAP eram campos de concentração em Cuba, para onde foram enviados órfãos (filhos dos executados pela Revolução), filhos de presos políticos, filhos de residentes no exterior, filhos de comerciantes que tiveram seus bens confiscados pela Revolução, jovens com convicção religiosa, jovens artistas de pensamento liberal, jovens sem-teto, religiosos e homossexuais, totalizando em torno de 25.000 pessoas. Após a extinção das UMAP, todos os documentos foram destruídos. Existe a Asociación ex Confinados de la UMAP, P. O. Box 350638, Miami, Florida 33135.

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