domingo, 24 de fevereiro de 2008

Jornalismo ignorante ou FDP?

Domingo, Fevereiro 24, 2008

Jornalismo ignorante ou FDP?

Edição de Artigos de Domingo do Alerta Total http://alertatotal.blogspot.com

Por Jorge Serrão

Garotas que fazem programa, por favor, perdoem a inquirição. Mas perguntar é preciso, sem inquisição: o jornalismo brasileiro é ignorante ou FDP? Existem violentos indícios de prostituição na mídia anti-brasileira e amestrada ao poder. Nossos meios de comunicação de massa funcionam como supermercados de desinformação ou contra-informação. Negociam notícias obedecendo à mentalidade pragmática de um camelô de esquina que engana o consumidor. Tudo parece normal e aceitável para veículos de comunicação dependentes crônicos de verbas e favores oficiais. O jornalismo chapa-branca é amigo ou aliado de qualquer rei.

No modelo de negócio, nossos jornais, rádios, revistas, tevês e afins se parecem mais com requintados bordéis. Seus funcionários (salvo raras exceções) nada ficam devendo, em termos éticos-operacionais, a mais vagabunda profissional de prostíbulo. Jabá e michê são sinônimos na conta bancária das empresas ou na carteira destes agentes conscientes do anti-jornalismo. Muitos jornalistas famosos se vendem (caro ou barato) aos poderosos de plantão, na área pública ou na privada. Que bosta! Viciaram-se nos “mensalões”. Que droga! Só a morte pode libertá-los deste maligno vício!

Mas existem jornalistas que padecem de um mal tão ou mais doentio que o vício da corrupção. Tudo indica que sofrem da Síndrome da Estultice. Trata-se de outro tipo bastante comum de câncer na vaidosa e falsa intelectualidade que infesta as redações tupiniquins. A grave doença promove estragos tão sérios ao País e à opinião pública quanto a desinformação manipulada pelos FDP corruptos do jornalismo. São os agentes inconscientes das idéias fora do lugar propagadas pela mídia. Tais figuras ajudam a difundir notícias ou factóides.

Escrevem, falam e reproduzem fatos absolutamente sem veracidade comprovada. Ferem de morte a ciência e a objetividade. Uns agem por partidarismo ideológico. Sobrevivem como reféns intelectualóides dos conceitos equivocados, inoculados e cultivados em suas mentes. Outros operam mesmo na imperdoável ignorância. Agem no melhor estilo da falecida Velhinha de Taubaté (Que Deus a tenha no fogo do inferno!). Acreditam nas besteiras que divulgam. Os inocentes inúteis fazem parte de uma burguesia empobrecida e sem consciência de classe. Que a terra lhes seja leve! Machado lhes cortaria a cabeça impiedosamente.

Quem é pior no jornalismo? O ignorante? Ou o Neto da Prostituta (aquele que herdou o bordel da velha e dilapidou todo o patrimônio)? Enquanto cada um mata esta dúvida cruel (em um jogo que parece terminar empatado), é preciso criticar, duramente, a postura da mídia ignorante ou NDP sobre o recente relatório do Banco Central do Brasil com o pomposo título "Indicadores de Sustentabilidade Externa do Brasil - Evolução Recente". O documento produziu um dos mais cínicos diagnósticos econômicos dos últimos tempos.

Só a mídia ignorante ou FDP comprou e vendeu a desinformação do jeitinho que ela foi fabricada no Departamento de Imprensa e Propaganda do desgoverno Lula - ou, como preferirem, no Bolcheviquepropagandaminister do Palácio do Planalto. A manchete enganosa dos principais veículos de comunicação proclamava que o Brasil conseguiu juntar tantos dólares em reservas internacionais que poderia, se quisesse, quitar toda a dívida externa e ainda sobraria uma grana para se tomar bilhões de latinhas de Kaiser (a cerveja preferida do nosso popular chefão).

A Rede Globo foi a primeira a cumprir a missão desinformativa. O resto da mídia amestrada a acompanhou. Na edição de quinta-feira do Jornal Nacional, a manchete triunfal: “Brasil já pode pagar sua dívida externa”. E explicou o motivo: “O Banco Central anunciou, nesta quinta-feira, uma situação inédita. O Brasil estaria em condições de pagar toda a dívida externa e ainda sobrariam US$ 4 bilhões”. Na reportagem sobre a “novidade”, mais mistificação: “Nos últimos cinco anos, poupar e comprar dólar foram prioridades do Banco Central. Em 2003, o País tinha pouco mais de US$ 16 bilhões em caixa. Neste ano, ultrapassamos os US$ 180 bilhões. Fora o dinheiro que o governo tem investido no exterior”.

O JN da Rede Globo funcionou como o “Diário Oficial” de costume: “Nesta quinta-feira, pela primeira vez na história, o Banco Central anunciou que o Brasil tem dinheiro em caixa para quitar todas as dívidas do país no exterior. Governo e empresas brasileiras devem juntos US$ 197,7 bilhões. O Brasil poderia pagar tudo e ainda sobrariam US$ 4 bilhões. Ficou pra trás o fantasma da dívida externa que assombrou o país nas décadas de 80 e 90. No Palácio do Planalto, o presidente Lula comemorou a notícia. No Rio, o ministro da Fazenda Guido Mantega disse que, em breve, o Brasil deve receber a classificação de investment grade, ou grau de investimento, uma espécie de sinalização aos investidores que o País é seguro para aplicar dinheiro”.

A matéria chapa-branca do Jornal Nacional ainda teve a genial competência de justificar por que o Brasil não deveria pagar a dívida, mesmo tendo dinheiro em caixa, apelando para um exemplo digno de reprovação em qualquer escola primária de jornalismo. Sempre com o objetivo didático de facilitar o raciocínio do telespectador modal (o Homer Simpson que sonha trocar sua Margie por uma Fátima Bernardes zero quilômetro), a reportagem do JN indagou: “Mas se temos dinheiro, por que não quitamos a dívida? Primeiro, porque parte dela é de empresas privadas. E, além disso, segundo o Banco Central, não é um bom negócio”.

Como não poderia deixar de acontecer, o JN concluiu a “boa notícia” apelando a um exemplo de um calote cotidiano: “O contador José Antônio França vive situação semelhante. Ele tem dinheiro em caixa para quitar o empréstimo de R$ 30 mil que fez para comprar um carro. Mesmo assim, prefere manter suas economias. ‘Eu posso usar melhor o dinheiro que eu tenho em outra aplicação já que ele me dá um rendimento maior do que os juros que eu pago na compra do carro novo’”. Sem querer querendo, o JN fez a apologia do calote ou do endividamento irresponsável.

O popular chefão Lula da Silva surfou nessa onda ou bebeu na idéia do esperto e pragmático contador José Antônio França. Na sexta-feira, Lula comemorou o fato de o Brasil ter se tornado credor externo e avisou: "Temos de aproveitar este momento e começar a nos endividar para gastar com infra-estrutura". Em discurso no Congresso Nacional da Argentina, durante visita oficial a Buenos Aires, o poderoso Lula questionou quantas pontes, rodovias e outras obras podem ser realizadas a partir desse momento "depois de 500 anos de história em que fomos devedores".

A mídia amestrada elogiou o fortalecimento das reservas internacionais e o programa de recompra da dívida externa e de antecipação de pagamentos promovida pelo desgoverno Lula desde 2003, na gestão do presidente Henrique Meirelles, do Banco Central. O jornalismo ignorante ou FDP festejou que, só no ano passado, as reservas internacionais cresceram 110% e chegaram a US$ 180,3 bilhões no final de dezembro. A imprensa de neurônios nanicos (mas de tesouraria gigante) reproduziu, sem criticar, a explicação oficial da autoridade monetária de que "o principal fator responsável por essa ampliação foi o superávit no mercado cambial, que acumulou US$ 150,6 bilhões de 2003 a 2007".

As manchetes dos jornais de sexta-feira pareciam receitas de bolo fabricadas no Planalto. O Globo: “Brasil reúne recursos para pagar toda dívida externa”. O Dia: “Brasil sai do cheque especial e já pode pagar dívida externa”. Estadão: “Brasil vira credor internacional”. Folha de S. Paulo: “Brasil passa de devedor a credor externo”. Até os jornais que costumam criticar o desgoverno e sua política econômica reproduziram a mesma fábula macroeconômica do Boi Tatá. Tribuna da Imprensa: “Reservas brasileiras já dão para pagar a dívida externa”. Diário do Comércio de SP: “Yes! Já temos mais de US$ 180 bilhões”. Correio da Bahia (da família ACM, em chamada menor na primeira página, que teria feito o velho rolar em seu túmulo): “Brasil eleva reservas e já tem caixa para pagar dívida externa”.

A mídia alternativa da internet não embarcou no papo furado do BC. O sempre atento blog Coturno Noturno observou na sexta-feira: “Arthur Xexéu, que não esconde que nada entende de economia, pegou no pé de Heródoto Barbeiro, hoje, na Rádio CBN, a respeito do seu entusiasmo com o fato do Brasil ter mais dinheiro em caixa do que dívidas na praça, no âmbito externo. Xexéu perguntou a Heródoto se o Brasil iria assinar o cheque e pagar a dívida. Heródoto respondeu negativamente, pois a maior parte da dívida é privada, de empresas”.

“Xexéu insistiu: então o Brasil vai assinar o cheque e pagar a sua parte da dívida externa. Heródoto respondeu com um novo não, pois o fato apenas demonstra a boa condição do Brasil. Condição para quê – alfinetou, de novo, Xexéu: Para contrair novos empréstimos? Não - disse Heródoto: para angariar investimentos, pois o país deixa de oferecer riscos. Xexéu concluiu, com a obviedade de quem nada entende de economia: Então o fato é irrelevante, porque vamos continuar devendo mesmo que, a cada dia que passe, tenhamos condições cada vez melhores para pagar a dívida. Na prática, é exatamente isto: uma boa notícia que não serve para nada, apenas para jogar mais fumaça sobre a corrupção instalada em todos os níveis do Governo Lula”.

O Alerta Total fez uma leitura diferente do relatório "Indicadores de Sustentabilidade Externa do Brasil - Evolução Recente". Lá mesmo está escrito, mas a mídia amestrada preferiu omitir, que, “em cinco anos, a divida externa líquida do Brasil foi reduzida em US$ 165,2 bilhões”. Ou seja, o desgoverno Lula transferiu recursos da Nação (que deveriam ser aplicados aqui) diretamente para os bancos credores e seus investidores.

O Banco Central só não revela que os nossos recursos das reservas cambiais estão aplicados lá fora, nos títulos do tesouro norte-americano. Tais papéis virtuais são controlados pelos próprios bancos credores, que usam o nosso próprio dinheiro, ou o resultado da aplicação dele, novamente, para comprar ativos aqui dentro ou faturar alto com os juros siderais brasileiros. Desde 2003, o investidor estrangeiro fica isento de imposto em aplicações de títulos do desgoverno federal.

Acontece que a monstruosa dívida externa é 50% pública (dividida entre o governo federal, estadual e municipal) e 50% privada. O Banco Central não paga manchetes para explicar que, ao mesmo tempo em que a dívida externa líquida foi reduzida, aumentou o passivo externo líquido - de US$ 297 bilhões para US$ 472 bilhões entre 2004 e junho de 2007. O BC não destaca que foi exatamente o dinheiro pago pela Nação brasileira que retorna para cá como “capital motel”, com o apelido mentiroso de “investimentos estrangeiros diretos”.

Usando tais recursos, os estrangeiros faturam alto por aqui. Seja ganhando muito dinheiro com investimentos remunerados pelos juros altos e com isenção de impostos, ou comprando ativos (terras ou grandes empresas) no Brasil. Não foi á toa que o mercado de capitais recebeu US$ 19,74 bilhões em “investimentos estrangeiros” em janeiro. O ingresso de capital estrangeiro no Brasil é um dos fatores de pressão sobre a moeda estrangeira e que ajudam a manter a ilusão do “real valorizado”.

O dólar em baixa frente ao real irreal prejudica os exportadores brasileiros. O agronegócio é duramente afetado. E isso é um movimento econômico proposital. O dólar depreciado interessa aos grandes especuladores. Eles aproveitam para assimilar empresas nacionais, no setor agropecuário, ou para comprar fazendas (quase falidas) onde existam reservas minerais. Os fazendeiros na pinimba não agüentam a pressão dos compradores. Escancaram suas porteiras aos “investidores” que os abduzem no imediatismo. A turma do agronegócio dificilmente percebe que a intenção estratégica do grande capital transnacional é controlar o mercado de carne brasileiro. A produção bovina é única cuja tecnologia é inteiramente dominada pelos brasileiros.

No mundo globalizado, nada acontece por acaso. O tal boicote da União Européia, que vai restringir a compra de carne a 300 fazendas daqui, é uma estratégia para reduzir o tamanho do mercado, para dominá-lo via cotação de preços (na compra da produção no mercado futuro) ou diretamente na aquisição das principais fazendas produtoras. Os negócios da pecuária bovina são o filé mignon da Bolsa de Mercadorias &e Futuros (prestes a se fundir com a Bovespa) – em armação pilotada pelos banqueiros ingleses que manipulam as corretoras ligadas ao banco espanhol Santander. Só não vê esse movimento a mídia que não quer (porque ignora ou porque é bem paga para omitir a informação estratégica).

A mídia amestrada deu pouca bola, mas o Alerta Total deu destaque a uma crítica feita a essa política econômica suicida. O ataque foi de um insuspeito ex-diretor do Banco Central e ex-executivo das Organizações Globo. O economista Carlos Thadeu de Freitas resumiu, em três frases, a armadilha de se fazer reservas cambiais tão altas: “Toda vez que o governo compra dólares ele aumenta a dívida interna, que custa caro já que tem taxas de juros entre as mais altas do mundo. E as reservas cambiais são aplicadas em títulos do governo americano que pagam juros cada vez menores. Então, esse acúmulo de reservas está custando muito caro ao país e está chegando ao limite”.

Ouro crítico da tal política, o professor de economia Ricardo Bergamini destaca que “o Brasil é remunerado na suas reservas em dólares na base 3,50% ao ano, enquanto os reais correspondentes são remunerados pelo Brasil em 13,00% ao ano, na média do ano de 2007”. Portanto, pelo que explicou facilmente Thadeu de Freitas e complementou Bergamini, é uma sacanagem de molusco bêbado comemorar – como faz a mídia amestrada ou ignorante – que, “pela primeira vez na história, o Brasil deixou de ser devedor e passou a ser credor externo”.

Direto de Niterói, o professor João Batista de Andrade, outro que sempre defendeu uma auditoria em nossas dívidas externa e interna, envia um comentário “estraga prazer” feito por um doutor em Economia sobre a festinha da mídia. João recebeu do professor aposentado da UFF Airton Albuquerque Queiroz uma lista com dez pontos críticos de observação: “1) As reservas superam o total da dívida em US$ 4 bilhões. Serão mais até o final do ano. 2) Todavia, isto é uma tristeza, pois estas reservas são constituídas a um custo mais caro que a dívida que ela supera. O diferencial da carestia é de 7%. 3) Daí o Lula dizer (bem instruído) que o negócio é recomeçar a se endividar para fazer investimentos em infraestrutura. Só que é difícil PACA. 4) Reduziu-se uma parte da dívida externa que era barata e ficou mais barata ainda, por uma parcela ainda de dívida interna que é mais cara. Os próprios credores externos trocaram seus créditos externos (pelos quais recebiam pouco), por internos (pelos quais recebem mais)”.

O professor Airton Albuquerque Queiroz prossegue: “5) Ainda assim, já nesse ano teremos uma inversão no sinal no saldo das transações correntes, além de um decréscimo no saldo comercial. Tudo isso, na hipótese benfazeja de que a economia americana não entre em recessão, só reduza seu crescimento de 3% para 1%aa. 6) Também é preciso lembrar que o passivo externo líquido (PEL) - que é a diferença entre os haveres do Resto do Mundo aqui no Brasil e os haveres do Brasil no Resto do Mundo - cresceu bem mais, nos últimos cinco anos, do que o aumento de nossas reservas. 7) Razão por que a remessa de lucros que não chegava a 5 Bi, passou em 2007 de 20 Bi. Hoje o Brasil paga, relativamente, pouco de juros da dívida externa, mas, triste compensação, as remessas de lucros, dividendos e royalties são altas e tendem a crescem com o disparo do PEL”.

O economista acerta na veia: “8) E o PEL cresce mais quanto mais capital externo entre aqui. Ao entrar, tal capital de fora aprecia o Real, deprecia o dólar e dificulta as exportações, as quais só se têm mantido em invejável patamar via preços (graças à China), pois em volume têm decrescido e fechado parques fabris e causado desemprego em algumas regiões. 9) Quanto mais cedo se avizinhe o investment grade para o Brasil, o volume de capital afluirá ainda mais forte agravando o quadro descrito acima. 10) Infelizmente, essa notícia alvissareira de sermos credores, pela primeira vez na história, tem pés de barro”.

A partir desse factóide sobre as reservas e a dívida externa, o desgoverno petista ainda prepara outra jogada econômica do mais puro cinismo. O Ministério da Fazenda pretende iniciar, nos próximos meses, uma campanha para divulgar as ações do Tesouro Direto. O sistema do Tesouro Nacional permite que pessoas físicas comprem, diretamente, títulos da dívida pública federal. O coordenador de Planejamento Estratégico da Dívida do Tesouro Nacional, Rodrigo Cabral, promete iniciar uma ampla campanha publicitária para informar os cidadãos sobre a compra de títulos da dívida federal. Ou seja, seremos nós quem vamos pagar a dívida interna que ultrapassa um trilhão de reais.

Os grandes bancos vão adorar tal campanha, já que ganham bilhões e têm lucros cada vez maiores com a rolagem do gigantesco endividamento no mercado interno, sempre crescente, seja por parte do governo, seja por parte das entidades governamentais e as estatais e também pelo setor privado, com destaque para a dilatação cada vez mais crescente dos prazos de financiamentos. Como sempre, além dos impostos sobre quase a metade do que produzimos, seremos convidados a pagar mais uma conta.

O País vive uma maldição institucional prevista por um militar: "Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso" (Mourão Filho, Olympio: "Memórias". Porto Alegre, L&PM, 1978. Pag. 16). O General Mourão era mesmo um super-vidente.

O Brasil continua refém do modelo neocolonial dependente. Não gera e nem distribui renda produtivamente. Não produz poupança interna. Prefere deixar o nosso dinheiro aplicado em títulos estrangeiros sem lastro verdadeiro. O Brasil espera mais dinheiro de fora para se mexer. Continua contando sempre com o ovo na cloaca da galinha A nação obrevive dos favores do crédito. Os brasileiros, mal pagos, apelam para jogadas informais. Ou apelam para a “boa vontade” dos bancos e financeiras – que lucram cada vez mais com os empréstimos a juros altos. Ou vivem viciados nos “bolsas esmola” da vida.

O desgoverno não enxuga seus gastos desnecessários. Não investe no que realmente precisamos: infra-estrutura, educação e saúde. O nosso dinheiro aplicado lá fora retorna em outras mãos (que exploram e compram os ativos reais brasileiros). São duplamente remunerados por nossos juros altos internos e pelas isenções fiscais descabidas. Quem paga os impostos são os simples mortais brasileiros.

Eis o inferno de Lula que a maioria da população ignora ou não quer enxergar (por mil e uma conveniências e interesses). Mais terrível que isto é ouvir e ler o guru do chefão, José Dirceu de Oliveira e Silva reclamar “da ditadura da mídia que aos poucos foi se impondo e hoje já reina absoluta junto com o denuncismo irresponsável que tomou conta do Pais". Até quando seremos uma nação rica, porém mantida artificialmente na miséria e na ignorãncia pelos interesses de uma Oligarquia Financeira Transnacional que nos controla há séculos? Taí uma boa pergunta para ser respondida tanto pelos jornalistas ignorantes quanto pelos FDP. O problema é que eles não estão preocupados com o Brasil. Estão nem aí com os brasileiros. Cuidam apenas de sua vaidosa vidinha de intelectual da mídia.

Assim, a cada novidade produzida oficialmente por nossos gênios amestrados ou abestados do jornalismo, a opinião pública é induzida a esquecer os escândalos do mensalão, dos cartões corporativos, das ONGs, dos bancos, do lixo do Palocci, do assassinato do Celso Daniel e por aí vai... E vida que segue. Eh, oh, oh, vida de gado. Povo marcado; povo feliz. E tudo no desgoverno do “Boi”. O ambiente de manipulação e ignorância é perfeito para a nossa vaca ir definitivamente para o brejo. E nunca mais sair do atoleiro. Coisas do País do Créeeeeeeeeuuuuuuuuuuuu!

Jorge Serrão, jornalista radialista e publicitário, é Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. http://alertatotal.blogspot.com/ e http://podcast.br.inter.net/podcast/alertatotal

Postado por Alerta Total de Jorge Serrão às 01:09

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