por Thomas Sowell em 22 de julho de 2008
Resumo: Com tantas objeções ao desempenho econômico americano, não é surpresa que tantas pessoas pensem em imitar os europeus – na economia, em política externa e em outras áreas.
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Deve ser uma decepção amarga para aqueles na mídia e na política que estão morrendo de vontade de usar a palavra “recessão” que, pelo segundo quarto consecutivo, não tenha havido uma reversão na economia, apesar do crescimento ter sido menor.
Os alarmistas tiveram de se contentar em citar outros alarmistas a respeito de uma suposta recessão, que ainda não se tornou real.
A definição de uma “recessão” é muito clara e direta: dois quartos consecutivos de crescimento negativo. Não tivemos ainda nem um quarto consecutivo de crescimento negativo.
As brigadas de caçadores de erros na economia e na sociedade americana são uma das razões pelas quais há tanta conversa sobre como devemos fazer as coisas da maneira como elas são feitas na Europa.
Precisamos entender os EUA em primeiro lugar, depois começar a imitar a Europa.
A economia americana é a maior do mundo – maior do que a soma das economias do Japão, da Alemanha e da Inglaterra.
Medida pelo poder de compra, o resultado per capita dos EUA é maior do que o de qualquer grande nação.
Há alguns pequenos países, como Luxemburgo e as Ilhas Cayman, que exibem um poder de compra per capita maior. Mas, como disse o Professor Benjamin M. Friedman, de Harvard, lugares como Luxemburgo são “tecnicamente países, mas parecem mais com grandes subúrbios”. A população total de Luxemburgo é aproximadamente igual a de Long Beach, Califórnia. O Wal-Mart tem mais empregados do que a população de Luxemburgo.
Lugares como as Ilhas Cayman são paraísos fiscais que atraem a riqueza das pessoas que não são nativas.
Dentre os países que são comparáveis aos EUA em tamanho e população, nenhum deles tem resultado per capita tão expressivo. New Jersey produz mais do que o Egito. A Califórnia produz mais do que o Canadá ou o México.
Todos os desesperados esforços para descrever a prosperidade e progresso dos Estados Unidos como sendo monopolizados pelos “ricos” têm levado a todo tipo de estatísticas fajutas, tais com as que comparam a mobilidade entre categorias estatísticas ao longo do tempo – ignorando o fato de que a maioria das pessoas em tais categorias se move de uma para outra com o passar dos anos.
Os estudos que seguem os indivíduos ao longo do tempo mostram o oposto exato do que está sendo dito na mídia influente e pelos políticos. Isto é: a maior parte dos trabalhadores no quinto inferior da distribuição de renda se eleva à metade superior, e a taxa de crescimento de seus proventos é maior do que a das pessoas que estão no quinto superior. Os indivíduos que estão na faixa superior de um por cento, num determinado tempo, têm, a partir daí, um declínio absoluto em sua renda com o passar do tempo. Quando eles saem dessa faixa, eles são substituídos por outros, de forma que a categoria estatística permanece estável, enquanto as pessoas de carne e osso que entram e saem dessa categoria não estão, em absoluto, vencendo aquelas que estão abaixo na distribuição de renda.
Nada disso é complicado de entender. Mas a maioria das pessoas na política, na mídia e na academia insiste em usar estatísticas baseadas no destino de categorias abstratas ao longo do tempo – domicílios, famílias, faixas de renda – mesmo quando outras estatísticas, baseadas no desenvolvimento individual ao longo do tempo, estão disponíveis.
Domicílios e famílias variam em tamanho de grupo a grupo – tamanho que geralmente diminui com o tempo – mas um indivíduo significa sempre uma pessoa. A renda por domicílio ou família pode ficar estável, ou mesmo diminuir, enquanto a renda por pessoa cresce.
Esse tem sido o padrão geral nas últimas décadas, o que pode ser a razão pela qual os negativistas estejam sempre citando as estatísticas de renda das famílias e domicílios e ignorando as estatísticas de renda dos indivíduos.
Com tantas objeções ao desempenho econômico americano, não é surpresa que tantas pessoas pensem que devemos imitar os europeus – na economia, em política externa e em outras áreas.
Podemos sempre aprender coisas particulares de outros países, sejam europeus, asiáticos ou quaisquer outros. Mas imitar os europeus, quando eles não estão tão bem quanto os americanos, não faz o menor sentido.
Publicado por Townhall.com
Tradução de Antônio Emílio Angueth de Araújo
Leia também Os imitadores - Parte I
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