quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

MOSCOU PROCLAMA A NOVA "ORDEM INTERNACIONAL" NA AMÉRICA LATINA

www.sacralidade.com

Percival Puggina

04/02/2009

Toby Westerman

Uma longa semana de reuniões realizadas em Moscou contribuiu para solapar a posição dos Estados Unidos na América Latina e acelerar a chegada de uma nova – e antiamericana – “ordem internacional”. O presidente cubano Raúl Castro, irmão do cada vez mais enfermo Fidel, chegou a Moscou em 28 de janeiro para reunir-se com a elite da classe dominante na Rússia, para o que o ditador cubano descreveu como “acontecimento histórico” de “grande significação”.

Moscou sempre considerou Cuba como um “aliado chave” na América Latina, uma região cujos governos são, conforme o Ministro das Relações Exteriores Sergei Lavrov, “aliados naturais para a formação de uma mais justa e segura ordem internacional”.

Raúl declarou que a América Latina tem um “crescente relacionamento estratégico” com Moscou. Havana já abriga uma grande e sofisticada base chinesa de espionagem eletrônica, que ocupou o lugar da base Lourdes dos tempos soviéticos fechada em 2001. Ainda não se sabe concretamente como Moscou estabelecerá esse “relacionamento estratégico” com Cuba. Forças navais russas visitaram recentemente Cuba, e há informações de que Moscou cogita instalar aviões de bombardeio na ilha.

Moscou já prometeu ao regime cubano ajuda técnica e militar, incluindo assistência na área das medidas de “segurança interna”. Há anos Cuba possui uma bem merecida fama de gulag tropical. A crescente repressão aos dissidentes, entretanto, tem se mostrado incômoda para o regime comunista da ilha. Moscou tem um comprovado histórico de eliminação daqueles que criam problemas para a elite do Kremlin, e parece disposta a compartilhar sua experiência com Havana.
Desde o colapso da União Soviética e os primeiros dias da “nova” Rússia, as pessoas que desafiam a elite política russa têm sido eliminadas de diversas maneiras, inclusive abatidas a tiros no centro de Moscou. Os jornalistas investigativos têm sido os alvos favoritos. Recentemente o jornal Novaya Gazeta pediu às autoridades estatais a permissão para o porte de armas pelos jornalistas.
Mas os jornalistas não são os únicos alvos. Stanislav Markelov, um advogado conhecido por energicamente defender os direitos humanos de advogados e jornalistas investigativos, e por representar aqueles que acusam os militares russos de abusos, foi assassinado a tiros em Moscou ao meio-dia. No mesmo ataque também foi morta a valente jornalista Anastasia Baburova.

Comentando os assassinatos, Igor Yakovlenko, dirigente da União dos Jornalistas da Rússia, assinalou que “é um repugnante símbolo de nossos tempos que um advogado e uma jornalista tenham sido mortos ao mesmo tempo”.
A crescente influência russa na América Latina se estende à Venezuela, que gastou milhões de dólares em fuzis, helicópteros de combate e outros armamentos de apoio ao regime marxista de Hugo Chávez. Outros líderes esquerdistas da região estão trabalhando em estreita colaboração com Moscou: Cristina Fernández de Kirchner, presidente da Argentina; o ex-guerrilheiro comunista Daniel Ortega, presidente da Nicarágua; Evo Morales, presidente da Bolívia, que quer ser um outro Chávez em seu país; Michelle Bachelet do Chile e Rafael Correa do Equador.
Os regimes de Cuba, Venezuela, Nicarágua e Equador, também mantém vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), um exército comunista e narcoterrorista que vende ilegalmente drogas e armas para todo o norte e sul do continente americano. Entre os seus melhores clientes estão os cartéis de drogas mexicanos ao longo da fronteira com os Estados Unidos, que ameaçam a própria existência do Estado mexicano.

Cuba e Venezuela também mantêm estreitos vínculos de relacionamento com a República Islâmica do Irã, que está disposta a compartilhar seus conhecimentos em matéria de energia nuclear com o governo de Chávez.

A nova “ordem internacional” que Moscou e Havana defendem é manifestamente antiamericana e inclui os mais violentos grupos terroristas e os Estados mais opressores do mundo. É o socialismo em ação. Liderados por ditadores e apoiados por organizações policiais secretas, os governos socialistas latino-americanos buscam um sistema internacional socialista e o fim do sistema econômico e político dos Estados Unidos como agora o conhecemos.
Estaremos em perigo se ignorarmos esta ameaça.

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* Publicação original em inglês: http://www.inatoday.com

* * Editor do site norte-americano International News Analysis Today

- Tradução: André F. Falleiro Garcia

http://www.puggina.org/detailterceiros.php?recordID=500

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