sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Análise da fraude na Venezula

Quinta-feira, 19 de Fevereiro de 2009


Notalatina







Sempre que Chávez inventa um novo referendo ou acontece uma eleição regular, não tarda muito e as falcatruas promovidas por ele e seus capachos (CNE, militares do Plano República, milícias bolivarianas, etc.) começam a aparecer. Que a fraude eleitoral já está institucionalizada na Venezuela hoje em dia até as pedras sabem. Apesar disso, o presidente brasileiro vive gritando aos quatro ventos que na Venezuela existe “excesso de democracia”, os observadores – todos coleguinhas do comunismo internacional e do Foro de São Paulo – avalizam os resultados, ratificam o crime eleitoral e vão para casa felizes e contentes por terem cumprido com o dever; e nas consciências não pesa um grama por esta irresponsabilidade criminosa. No dia seguinte, todos os jornais, de modo especial os brasileiros, repetem a farsa até dar náuseas nos leitores.

Então, dando proceguimento à análise da fraude e ao desmascaramento desta aberração, o Notalatina apresenta mais evidências daquilo que há anos denuncia. São fotos, numa série de 8, onde aparece um caminhão do Exército Venezuelano com soldados descarregando caixas eleitorais. Não há dúvida de que essas caixas pertencem ao CNE porque numa delas aparece claramente a sigla. Além disso, a placa do caminhão, EJ 2395 – também visível -, não pode ser de outro lugar que não o Exército Venezuelano. Vejam na seqüencia o que ocorre a estas caixas.

Será possível que mal acabaram de contar os votos já se pode incinerá-los SEM UMA AUDITORIA onde estejam presentes as duas partes da contenda, para ratificar a autenticidade dos resultados do escrutínio? Este procedimento é legítimo e normal em qualquer país, ou o objetivo desta operação era justamente destruir as provas de incontáveis votos contrários ao governo? As perguntas não param de pulular em minha cabeça – e com certeza nas dos venezuelanos – e, por mais boa vontade e isenção que eu queira ter, não encontro uma resposta plausível para justificar o que a mim me parece CRIME ELEITORAL puro e simples. Estas pessoas deviam estar na cadeia, o referendo anulado e o ditador de Miraflores deposto e preso.

E para corroborar tudo isto que as pessoas não infectadas ideologicamente percebem, meu amigo Alejandro Peña Esclusa nos escreve um artigo em que propõe um movimento saneador para resgatar a dignidade do CNE e das demais instituições governamentais. Leiam e reflitam porque toda esta patifaria tem muito a ver conosco, e não preciso dizer por quê. Fiquem com Deus e até a próxima!

Traduções e comentários: G. Salgueiro



Urge um movimento para resgatar o CNE

*Alejandro Peña Esclusa


O objetivo deste escrito é apresentar uma proposta que unifique os esforços de todos os venezuelanos em uma só direção, com a finalidade de recuperar o equilíbrio e a harmonia em nosso país. As premissas são as seguintes:

1. A oposição está dividida em dois blocos: os que participam das eleições e os abstencionistas. Entretanto, esta divisão é artificial, posto que todos os venezuelanos queremos votar. Todavia, os que se abstêm não o fazem por obstinação senão porque desconfiam – com toda a razão – do Conselho Nacional Eleitoral.

2. Há quem pense – justificadamente – que se comete fraude nas eleições. Os informes de http://www.esdata.info/ sobre as irregularidades do sistema eleitoral são contundentes e esclarecedores, porém, mesmo aqueles que inclusive rechaçam a tese da fraude, desconfiam do CNE.

3. E como não duvidar de um CNE composto majoritariamente por militantes do oficialismo, como não duvidar de umas máquinas eletrônicas programadas pela Smartmatic, de umas captahuellas (caça digitais) que intimidam o votante e de um REP avolumado da noite para o dia? Não é necessário demonstrar a fraude; basta que haja dúvida para que um sistema eleitoral seja inviável e inoperante.

4. A dúvida também corrói os chavistas que não sabem com certeza se seu comandante conta com o apoio das maiorias, ou se a revolução é uma farsa, baseada em uma multimilionária campanha propagandística.

5. Quando um sistema eleitoral não conta com a confiança dos cidadãos; quando as eleições já não servem para dirimir as diferenças entre os diversos setores, então surge a tentação de usar a violência para fazer valer o que cada um considera ser a vontade popular. Há muitos casos na história que assim o demonstram, como por exemplo, a Espanha de 1936.

6. Pelo que foi exposto acima, convém a todas as partes recuperar a confiança no sistema eleitoral: substituindo os atuais reitores do CNE por outros sem militância política; eliminando as máquinas eletrônicas de votação e as captahuellas, para regressar ao voto manual e à contagem de todas as caixas; e depurando o Registro Eleitoral Permanente (REP).

7. Um sistema eleitoral confiável é a porta de entrada para recuperar a institucionalidade do resto dos poderes públicos, como a Assembléia Nacional e o Tribunal Supremo de Justiça.

8. Urge criar um grande movimento nacional pelo resgate do CNE que, dentre outras iniciativas, peça a nulidade do referendo realizado no passado 15 de fevereiro. Depois de tudo, o oficialismo anulou – de fato – o referendo de 2 de dezembro de 2007, o que é igual à fraude.

Poder-se-ia argumentar – corretamente – que o governo jamais aceitará mudar o CNE. Porém, há que forçá-lo mediante uma pressão social sem precedentes. Não estamos pedindo uma dádiva, senão exigindo um direito fundamental.


* Presidente de Fuerza Solidaria e UnoAmérica



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