Terça-feira, 24 de Fevereiro de 2009
Blog do Clausewitz
Corrupção e cinismo
Armado de uma sinceridade cortante e de boa dose de desilusão, o senador pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB), um político tarimbado e combativo, traçou um quadro sombrio do seu partido e da própria política brasileira. Segundo ele, o PMDB é hoje "um partido sem bandeiras, sem propostas, sem norte", no qual "boa parte quer mesmo é corrupção". Para o senador pernambucano, o PMDB atual não passa de "uma confederação de líderes regionais, cada um com seu interesse, sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho principalmente nos cargos - para fazer negócios, ganhar comissões". E mais: "Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral."
De acordo com a análise de Vasconcelos, que já governou duas vezes o Estado de Pernambuco, a degradação do partido ter-se-ia acentuado de 1994 para cá, quando "resolveu adotar a estratégia pragmática de usufruir dos governos sem vencer a eleição. Daqui a dois anos o PMDB será ocupante do Palácio do Planalto, com José Serra ou Dilma Rousseff. Não terá aquele gabinete presidencial pomposo no 3º andar, mas terá vários gabinetes ao lado"..."
Fonte: Estadão
Simon: 'PMDB se oferece para ver quem paga mais'
"O senador Pedro Simon (RS) disse que "o PMDB está se oferecendo para ver quem paga mais e quem ganha mais" na articulação para a eleição presidencial em 2010. Em entrevista publicada ontem pelo jornal mineiro O Tempo, Simon afirmou que o processo de escolha do partido se dará entre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ambos pré-candidatos ao Planalto. Simon é um dos líderes da ala favorável a que o PMDB lance um candidato próprio à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva..."
Fonte: Yahoo / AE
Um único comentário meu:
- Da mesma forma que imaginamos não ter sido fácil ao senador Jarbas Vasconcelos ter aberto a porta de seu cafofo partidário chamado PMDB, fica difícil de imaginar como ele, Fernando Gabeira e Gustavo Fruet conseguirão arregimentar parlamentares interessados em discutir o tema corrupção, é claro após o carnaval... é importante lembrar que se Jarbas Vasconcelos vislumbra a corrupção em sua sigla partidária há tanto tempo, como é que ficou sob suas asas? arrependimento? reforma intima? é importante também lembrar que o partido de Gustavo Fruet, que se diz de oposição, e o partido de Gabeira, que já foi da base de sustentação e depois se afastou, detinham as reais e factíveis chances de bombardear o sonho de tomada do poder pelos petistas, por ocasião da concentração de escândalos que varreram nossa república para debaixo do tapete entre 2004 e 2006... mas nada fizeram e agora, coincidentemente às portas da eleição presidencial de 2010, apresentam-se como cavaleiros do apocalipse ao inverso, querendo holofotes... não critico a auto-crítica de Vasconcelos, só a reputo como um carimbo de cumplicidade e maior cumplicidade ainda é a não deflagração de uma ação pública de impedimento do chefe do executivo e do legislativo, após essas denúncias, por tratarem-se os dois de efetivos usuários das práticas insólitas divulgadas no mea culpa de Vasconcelos... o episódio, agregado a uma gama de descalabros por nós já assistidos de camarote só representam o falimentar sistema republicano nacional, que só poderá, ironias à parte, ser recauchutado pelos senhores da corrupção... Res Publicae Finita Est...
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