segunda-feira, 26 de maio de 2008

Por que bronca ideológica é ferramenta de otário?

Domingo, Maio 25, 2008

Por que bronca ideológica é ferramenta de otário?

Edição de Artigos de Domingo do Alerta Total http://www. alertatotal.blogspot.com

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Por Jorge Serrão

O Brasil precisa se transformar em um País capitalista de verdade. A bronca com o Capitalismo é coisa de otário que não estudou direito o processo geopolítico-econômico. Mas para ser capitalista, o Brasil precisa de um choque de Democracia – aqui entendida como a prática da segurança do Direito Natural, através do exercício da razão pública, que é afetiva ação da cidadania com respeito aos direitos e deveres.

Enquanto promove os choques de Capitalismo e de Democracia, o País tem de redefinir que modelo de Estado deseja “reinventar” com a máxima urgência. Só assim o Brasil conseguirá definir uma identidade própria neste mundo cada vez mais globalitário e ameaçador da liberdade individual. Nosso modelo de Estado, que tunga metade da renda produzida pelos cidadãos ou empresas, só serve ao governo ideológico do crime organizado.

O Brasil precisa de outro choque para se tornar uma nação viável: o de gestão. Entenda-se gestão como a expressão prática da vontade (política e estratégica) e da racionalidade administrativa para se atingir determinado objetivo ou meta. Só com Democracia (estrito respeito ao Estado de Direito e Segurança Jurídica) será possível ao Brasil promover uma economia de mercado capitalista.

O capitalismo é o único sistema em vigor e possível de gerar progresso econômico e prosperidade real. Precisamos perder a “vergonha” de defender o capitalismo de verdade, no qual o indivíduo tem o direito assegurado de praticar o pleno emprego de fatores econômicos e políticos.

O problema é que o Capitalismo no mundo Globalizado não funciona como deveria. A economia global é comandada por uma Oligarquia Financeira Transnacional. Ou seja, o capital financeiro sem fronteiras é controlado pelos “gerentes-banqueiros” que trabalham para as tradicionais realezas européias que detêm, há vários séculos, a tecnologia para o exercício do poder.

O setor financeiro controla a energia (petróleo e outras fontes energéticas), a moeda (via bancos centrais), o comércio internacional e as fusões e aquisições de empresas (via bolsas de valores e mercadorias & futuros), além da mídia, as telecomunicações e o setor de infra-estrutura. Este mesmo setor financeiro, com seus braços especulativos, patrocinam as aventuras ideológicas de ONGs, Sindicatos, Movimentos Sociais, partidos políticos e de uma mídia entreguista – todos incapazes de formular um projeto para o Brasil.

Atualmente, no Brasil, temos em vigor um “Capimunismo”. O mesmo acontece nos demais países Subdesenvolvidos. O termo gaiato foi cunhado pelo apicultor Arlindo Montenegro aqui neste blog Alerta Total (Releia: Capimunismo itinerante). Trata-se de uma mistura de Capitalismo de Estado, altamente intervencionista e perdulário, com os cinismos românticos dos “ismos” utópicos (socialismo, social democracia ou comunismo).

No Brasil, assistimos a uma economia de mercado capenga. Uma economia cada dia mais obstruída e iludida pelos mecanismos conjunturais de oferta abusiva de crédito, com juros altíssimos, fabricando endividamento crescente, para viabilizar uma bolha de consumismo. Aqui no Brasil, o Capimunismo é primo do Banqueirismo – ou da banqueiragem, como preferirem.

Na verdade, o sistema econômico vigente nos países do Terceiro Mundo é a economia de mercado obstruída por uma intervenção governamental cada vez maior. A principal característica deste processo de escravização econômica é a perda da liberdade individual de produzir e consumir. Os efeitos da pesada interferência governamental são desemprego, aumento de preços, queda de salários reais, necessidade de se trabalhar mais tempo e mais pesado e uma crescente insegurança econômica.

Os ordenamentos jurídicos – cada vez mais totalitários – e as confusões ideológicas - para gerar cada vez mais divisão e menos cooperação – são práticas de violência política-econômica para fazer com que as pessoas façam o que não escolheriam fazer voluntariamente ou para impedi-las de fazer o que voluntariamente escolheriam fazer. Em resumo, quanto maior a intervenção governamental, mais os indivíduos são impedidos de fazer aquilo que os beneficiariam, sendo compelidos, em vez disso, a fazer o que lhes causam perdas, em mundo global cada vez mais especulativo e repleto de valores voláteis. É o dogma do Monetarismo e sua Globalização totalitária levado às últimas conseqüências.

Nas sociedades, os sentimentos gerados por tal processo político-econômico totalitário são o ódio, a inveja e os ressentimentos crescentes. Estes sentimentos primários formam o caldo de cultura para a violência e para a reprodução-perpetuação do sistema de escravização política e econômica. O Poder Real Mundial investe na ignorância dos “súditos” para que seja produzido um caldo de cultura que favoreça uma intervenção estatal cada vez maior para reprimir quem fuja ao “controle”

Não é á toa que toda a “ira social acumulada” acaba direcionada para a luta de classes que fabrica demônios artificiais. “Ricos” e “empresários” se transformam em alvos, “inimigos” da sociedade. Tudo agravado pela ignorância da mídia e do também estulto establishment intelectual (especializado em cultuar idéias, ideologias ou ideocracias completamente deslocadas da realidade humana). O Poder Real Mundial sabe muito bem que a bronca ideológica é ferramenta de otário. Por isso, a oligarquia investe para que os otários percam tempo em discussões inúteis e nunca cheguem a uma conclusão sobre o destino do País.

O caso brasileiro é um belo retrato da escravidão global. Conceitualmente, o Brasil é uma rica colônia de exploração pós-moderna, que é mantida artificialmente na miséria ou na indigência econômica, com a colaboração da “não-política” aqui praticada há séculos. Na perfeita definição do antropólogo Darcy Ribeiro, somos uma máquina histórica de moer gente. O brasileiro é historicamente induzido a sofrer da chamada “doença do amanhã”. Ou seja, somos condenados a ser o “País do Futuro” (que nunca chega, porque não convém aos nossos controladores globais).

O controle mundial é exercido por entidades corporativo-financeiro-estatais-transnacionais. O sistema de poder mundial integrado é comandado, diretamente, por seletos grupos de poder cujos membros se espalham, de forma tantacular, por todos eles. Os "controladores" são o Clube Bilderberg, a Comissão Trilateral, o Council on Foreign Relations (CFR), a Mesa-Redonda, a Comissão Tricontinental e seus braços institucionais: as Nações Unidas e seus organismos, o Banco Mundial, o FMI, a Comissão Européia, e os blocos regionais de poder, além dos principais Bancos Centrais privados (o Federal Reserve e o Bank of England) que são os difusores da "religião monetarista".

Tudo isso de reserva indígena, aborto e anulação parcial da anistia é cortina de fumaça. O que a Oligarquia Financeira Transnacional realmente quer é escravizar a todos nós. Para tanto o poder mundial criou na Inglaterra, no final do século XIX, a Sociedade Fabiana (Fabian Society), cujos propósitos foram denunciados pelo grande escritor inglês G.K.Chesterton. O seu objetivo-meio, no momento, é acabar com as soberanias nacionais. Quem resistir sofrerá terrorismo. Trata-se do emprego radical da violência para aniquilar qualquer reação política.

Em seguida foi designado um executivo (o Controlador) a pessoa que fosse no momento o chefe do grupo Rothschild. Hoje é David Rothschild. Na verdade, o eixo-promotor da chamada Nova Odem Mundial é formado pelos Rockefeller-Rothschild-Morgan, que comandam a ponta do sistema de poder Global. Eles deliberam a partir dos clubes de poder. Eles partem do princípio de que a opinião pública sempre segue os passos de indivíduos e grupos influentes.

Os clubes de poder usam os principais grupos de comunicação, de propriedade deles, para criar uma opinião que respalde seus objetivos. Assim, difundem notícias que influenciam o mundo político e o cidadão comum. A indústria dos meios de comunicação de massa, totalmente controlada por eles, difunde a propaganda. O principal desejo propagado é a necessidade de se implantar um Estado de Bem-Estar Socialista, no qual as pessoas terão imensas oportunidades de escolha. Só que terminarão não escolhendo nada, e ingressando no estágio de apatia que intereressa à Oligarquia Transnacional.

Os controladores manipulam a opinião pública mundial empregando as teorias formuladas pelos institutos de estudos psicossociais (Tavistock Institute e Escola de Frankfurt). Em seguida foram montados os braços operacionais (entre eles a Ford Foundation, a Carneguie Foudation,etc.) Também foram montados os grupos de Quinta coluna (Dialogo Interamericano, Council on Foreign Relations e Comissão Trilateral). Foram usurpados órgãos já existentes (ONU e suas agências e OEA) e criados novos (União Européia, Mercosul Corte Penal Internacional e agora a novíssima União de Nações Sul-Americanas – a Unasul).

Os grupos de poder global investem no chamado "Socialismo Fabiano". Trata-se de um movimento de socialismo utópico, de perfil altamente elitista. Os socialistas fabianos propõem a expansão das idéias socialistas através de uma paciente e progressiva instilação da ideocracia socialista entre círculos intelectuais de poder. O termo socialismo fabiano foi inspirado no General romano Fábio, que combateu Anibal e o conteve sem enfrentá-lo, à espera do momento oportuno. Tanto que o símbolo dos fabianos é uma tartaruga.

O novo bloco geopolítico Unasul é mais uma criação do poder globalitário dos banqueiros “socialistas fabianos” que financiam, por debaixo dos panos, as aventuras pretensamente socialistas (na verdade Capitalistas de Estado) para manter a América Latina uma colônia de exploração integrada. O próximo passo da Unasul, que interessa aos banqueiros internacionais, é a integração financeira e energética. A criação de uma moeda comum latino-americana, gerida por um banco central privado, é o próximo monstrengo em gestação.

O grande instrumento para a execução desse plano é o Banco Del Sur. O pai da idéia foi o venezuelano Hugo Chávez. O Chapolim Colorado foi “convencido” pela Oligarquia Financeira Transnacional, na City de Londres, quando assinou, em maio de 2006, um estranho “Tratado dos Povos das Américas com Londres”. Naquela época, sequer a Venezuela fazia parte, formalmente, do então Mercosul. Agora, os controladores mundiais contam com mais um tentáculo geopolítico-financeiro na América do Sul.

Os banqueiros internacionais serão os aplicadores do dinheiro que os países colocarão no Banco do Sul. Exatamente o mesmo dinheiro que os 12 países da Unasul vão tomar emprestado para tocar seus projetos. A proposta de criação do banco está no obscuro plano do Acordo Multilateral de Investimentos defendido pelos banqueiros europeus, desde o ano 2000. O tal AMI acabou não vingando na diplomacia. Mas acabou instituído na prática da globalização.

Seremos reféns fáceis do Capimunismo global? O cínico discurso ideocrático dos dirigentes sul-americanos, dando um verniz socializante às políticas capitalistas de Estado que promovem em aliança com a Oligarquia Transnacional, apenas serve para alimentar as idéias anti-capitalistas. Nunca se viu, como agora, tanta ignorância ou confusão acerca de conceitos econômicos e geopolíticos. Os controladores nos vendem - e nós compramos - a idéia de que patriotismo, independência e integridade soberana são conceitos ultrapassados. Não são!

Somos engambelados pelas "ideocracias fora do lugar". Todo mundo já sabe que o Colonialismo intelectual é uma das sérias desgraças do Brasil. Mas poucos se mexem para mudar os paradigmas que não nos servem. A grande questão é quando, finalmente, os segmentos esclarecidos da sociedade vão começar a estudar a nossa realidade, com conceitos, mecanismos e teorias corretos, para que sejamos capazes de formular um projeto nacional para nossa Pátria?

Enquanto perdermos tempo nas broncas ideológicas ou ideocráticas – e deixarmos de pensar no Brasil que desejamos de verdade -, estaremos cumprindo a inútil função de “ferramentas de otário” a serviço daqueles que não têm o menor compromisso com a prosperidade do Brasil e do povo que aqui sobrevive.

Jorge Serrão, jornalista radialista e publicitário, é Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. http://alertatotal.blogspot.com e http://podcast.br.inter.net/podcast/alertatotal

Alerta Total de Jorge Serrão

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