14/05 - Fazendeiro é o primeiro preso político do governo Lula
A verdade sufocada
Por Reinaldo Azevedo
Paulo César Quartiero é o primeiro preso político do governo Lula. Não porque seja santo. Os presos políticos do passado também não eram — a não ser na visão distorcida da esquerdoptia militante, que transforma terroristas em heróis. Por que afirmo isso? A fazenda de Quartiero foi invadida pelos índios, que também estavam armados. Nada se investigou a respeito. Afinal, disse Tarso Genro, ministro da Justiça: “A terra é dos índios”. Foi corrigido hoje pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim: “Não, as terras são da União”. O fazendeiro foi preso, algemado e transferido para Brasília.
É evidente que as leis estão sendo aplicadas ad hoc, com finalidade específica, para demonizar e esmagar o fazendeiro, tentando anular a resistência daqueles que se negam a sair do local, onde estão há muitas décadas. Famílias que estão na região desde o século 19 estão intimadas a sair.
Nesse caso, aquela parte da imprensa que acusa exploração vil do caso Isabella não vê qualquer problema. Quartiero é um dos seus “bandidos” de manual. Começa que ele é um grande produtor agrícola, e isso ofende, por qualquer razão, os nossos "progressistas". Nos debates sobre o assassinato da menina, diz-se que o “clamor público” substitui a Justiça. No caso, no entanto, do tal Bida, suspeito de ter matado Dorothy Stang, o clamor para que seja condenado é mundial. Mas, aí, é considerado legítimo. Não é justiça o que querem, mas justiçamento — contra aqueles que consideram seus inimigos. Lei boa é a que beneficia seus pares ideológicos. Se proteger também os adversários, passa a ser má.
O país denunciado mundo afora por desmatamento — o que Lula considera uma intromissão em assuntos internos do país — aplicou uma das maiores multas da história a seu adversário na... Raposa Serra do Sol. É vergonhoso. É escandaloso.
Como se vê, o governo age rápido contra o que considera “impunidade”. Ontem, Lula comparou os índios aos traficantes. Segundo ele, são todos vítimas da falta de assistência do estado, da “falta de água, de esgoto”. Já um fazendeiro, não. Fazendeiro é bandido mesmo. Sem desculpas.
Por Reinaldo Azevedo
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