por Luis Alberto Villamarín Pulido em 11 de julho de 2008
Resumo: Chávez e Correa ficam sem a jóia da coroa e por mais que “mediem de boa vontade” para a libertação dos demais seqüestrados, não poderão desfazer-se do rótulo de mandatários que apóiam o terrorismo.
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Desde as primeiras guerras da humanidade os bandos em contenda utilizaram fraudes e ardis que, de metódicos êxitos táticos, redundaram em transcendentais golpes estratégicos que mudaram o rumo das guerras. Em síntese: vitórias da mente sobre a espada. Operações especiais de comandos terrestres com elevadas doses de ação psicológica, orientadas para anular a capacidade de luta do adversário e ganhar o apoio irrestrito da população civil.
Nem mais nem menos, é a cinematográfica libertação de 15 seqüestrados em poder das FARC, dentre eles Ingrid Betancourt – a jóia da coroa – que os conspiradores contra a Colômbia, Hugo Chávez, Rafael Correa, Piedad Córdoba, Daniel Ortega e o tortuoso governo francês de Sarkozy tinham como um ás dentro da manga.
É evidente que desde há vários dias os pró-terroristas governantes do Equador e da Venezuela, que estavam empenhados em tecer um arranjo imoral que os livrasse da grave responsabilidade encontrada nos computadores de Reyes, ridicularizassem o governo colombiano com a libertação dos seqüestrados graças a suas “gestões bonachonas” e imediatamente dessem luz verde para conceder o status de beligerância às FARC, com embaixadas e consulados incluídos em seus países.
A trama corria paralela com o exibicionismo politiqueiro da Corte que procurava desqualificar a legitimidade do mais popular de todos os governantes colombianos, depois do Libertador Simón Bolívar. Não obstante, a justiça tarda mas chega.
Como tem sido constante, desde a batalha de Boyacá até nossos dias, mais uma vez o Exército salvou a república que ele mesmo construiu. Sem protagonismo, sem espetaculosidades publicitárias, sem pedir nada em troca, os soldados da Colômbia executaram o golpe mais demolidor que as FARC receberam durante a última década.
A contundente operação reúne todos os elementos da perfeição e se coloca no nível do célebre cavalo de Tróia, o resgate de Mussolini no Sasso, Chavin de Huantar no Peru, o resgate de Entebe em 1976, a morte do almirante Yamamoto durante a Segunda Guerra Mundial, etc.
Nela se conjugam todos os ingredientes de um minucioso e disciplinado trabalho de inteligência militar, técnica e humana: emprego de sofisticados equipamentos técnicos para rastrear comunicações, aerofotografias, leituras por satélites, foto-interpretação, etc. Também inclui infiltração especializada sobre o núcleo do objetivo, seguimentos de pegadas, colocação de agentes em locais-chaves e direção sincronizada do esforço de busca da informação, apreciação permanente da situação, conhecimento do curso de mais provável adoção do adversário e oportunidade dos dados processados.
No nível operacional, o contundente golpe militar demonstra profissionalismo e treinamento tecnificado dos executores, maturidade para atuar no momento decisivo, ímpeto dos soldados enviados à histórica ação, coordenação milimétrica com as demais unidades comprometidas nos fechamentos e apoios imediatos, e decisão precisa, a partir de um sistemático trabalho de Estado Maior. A isto soma-se a experiência acumulada nos golpes contra Simón Trinidad, Sonia, Raúl Reyes, Acacio, Lozada, Martín Caballero, Jota Jota, a deserção de Karina e a tentadora oferta que conduziu um bandido a assassinar Iván Ríos.
Na ordem logística se evidencia precisão, coordenação, previsão total dos elementos requeridos para conduzir a operação até o final, sem que faltasse nenhum detalhe por catalogar.
E no aspecto psicológico, o intangível que define todas as guerras, a vitória é total para o Estado. A surpresa, produto do engano aos mestres do engano, demonstra que “os médicos também morrem” e que a capacidade operacional do Exército colombiano o coloca como o melhor, o mais capaz, o mais experimentado e o mais recursivo de todo o hemisfério latino-americano. Ao mesmo tempo, é uma tácita mensagem a Chávez para que medite e se dê conta de quem é a quem pretende agredir.
Os resultados desta exitosa operação marcam uma tendência de favorabilidade aberta ao programa de governo do presidente Uribe, corroboram sua estatura como líder e estadista, e definem os mais prováveis cursos de ação do panorama estratégico da guerra na Colômbia:
Chávez e Correa ficam sem a jóia da coroa e por mais que “mediem de boa vontade” para a libertação dos demais seqüestrados, não poderão desfazer-se do rótulo de mandatários que apóiam o terrorismo. A informação dos computadores revive com inusitada força. Os demais mandatários da América Latina vão se alinhar com o ganhador que é Uribe e os dois bocudos presidentes vizinhos vão encarar mais problemas com a oposição interna, agora que Evo Morales - outro de seus aliados - segue em franca queda livre.
O Secretariado das FARC tentará pressionar a troca humanitária com o resto dos seqüestrados, porém já não terá a conotação internacional que lhes iam dar seus cumpinchas na América Latina e o oportunista governo francês. Imediatamente lançarão ofensivas terroristas contra a infra-estrutura econômica, e tentarão atentar contra altos funcionários do Estado para aliviar a pressão.
O presidente Uribe terá o caminho livre para postular seu nome para um terceiro mandato de governo, orientado para a consolidação e o desenvolvimento sócio-econômico das zonas afetadas pela violência comunista.
Os republicanos terão marcado outro gol nos Estados Unidos, pois não é gratuito que depois da visita de McCain à Colômbia sejam libertados os três contratados seqüestrados. Isto, somado à extradição dos chefes da AUC, vai incidir no eleitorado do gigante do norte e na aprovação do TLC, pois ninguém que seja sensato entenderá como o congresso sinuoso e oportunista de maioria democrata dê as costas a seu melhor aliado. Ganham os republicanos e ganha a Colômbia.
Terroristas capturados como Martín Sombra e os três que tinham as provas de sobrevivência, que estavam na lista de espera, com certeza serão enviados com Cesar e seu comparsa para que respondam ante uma Corte Federal pelo seqüestro dos três contratados norte-americanos.
A França terá que assumir um papel mais sério e menos exibicionista. Dinamarca, Suécia e Noruega deverão perseguir os terroristas que abrigam em seus territórios. E muito mais. Entretanto, na Colômbia deve continuar com força o processo da FARC-política; não pode ficar só no papel.
Por outro lado, a mãe de Ingrid Betancourt terá de engolir as frases ofensivas com as quais desqualificava o presidente Uribe, ou ter o gesto de galhardia de oferecer desculpas públicas por sua conduta errônea. Igual atitude deve assumir o linguarudo senador Luis Eladio Pérez [1]. Ele está obrigado a reconhecer que seu falatório não era, nem mais nem menos, que por ordem das FARC.
Por razões de espaço não estendo mais o comentário. Porém, também há outros elementos dignos de resgatar e pôr em primeiro plano como elementos formativos das novas gerações: 1. A lealdade do Exército à Pátria; 2. A perseverança do presidente Uribe para acompanhar as instituições armadas, em que até antes de seu governo foi uma luta sem respaldo político dos governantes de turno.
Em síntese: a guerra se ganha com a mente e com a espada, porém sempre é a mente quem conduz os soldados à vitória. A Operação Xeque passará para a história universal como o dia em que a Colômbia deu a punhalada final à derrota militar, política e psicológica do projeto revolucionário armado do partido comunista colombiano.
Fonte: www.cgfm.mil.co
Nota da Tradutora: O senador Luis Eladio Pérez, depois do sucesso das Forças Militares no resgate dos seqüestrados sem qualquer participação dos oportunistas Chávez, Correa e Piedad Córdoba, deu uma entrevista dizendo-se “perseguido” e “ameaçado de morte” pelas FARC e que por isto iria embora da Colômbia. Seu irmão confirmou que já havia partido sem dizer para onde, mas comenta-se que buscou refúgio na Venezuela de Chávez.
Tradução: Graça Salgueiro
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