domingo, 13 de julho de 2008

No caso do Irã ameaças podem virar fatos

No caso do Irã ameaças podem virar fatos

Farol da Democracia Representativa

Nahum Sirotsky

Jornalista, Correspondente de Zero Hora no Oriente Médio

Principalmente Israel e Irã não deixam passar dias sem ameaças mútuas. E os americanos com poderosa frota no Golfo Pérsico, de olhos no estreito de Hormuz, passagem de cerca de 40 por cento do petróleo que movimenta a economia mundial, prometem defender seus aliados e amigos. E contam com inúmeras bases pela região.

A experiência histórica ensina que ameaça, em geral, acaba acordos. Mas em geral não é nunca. O Ministro da Defesa de Israel, Ehud Barakk, não perde a chance de lembrar que seu país é uma potência e pode responder com mortal eficácia. E nas últimas horas a semi-oficial FARS (Persa) News Agency, atribui a Mujtaba Zonour um dos principais assessores do Ayatola Ali Khameinei, líder supremo do Irã, a declaração de que um pequeno movimento de Israel e o Irã destruirá o Estado zionista e nenhuma das bases americanas na região estará fora do alcance.

Ainda na semana que passou o Irã realizou exercícios do alcance e eficiência de seus mísseis. E declarou que podem alcançar Israel. Teerã persiste na sua recusa de mudar o sentido de suas pesquisas atômicas que supõem-se estejam perto da produção e teste da sua Bomba Nuclear. Israel, com menos de dois por cento do tamanho do Irã, e população equivalente a cerca de dez por cento daquela da Pérsia, vive praticamente em estado da alerta devido à inimizade de muitos de seus vizinhos. Também realizou exercícios aéreos.

O Telegraph, de Londres, num editorial, diz que pode ser que as atitudes do Irã visem a melhorar sua posição caso aceite negociar com os membros permanentes do Conselho de Segurança-Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra, somando-se a Alemanha, alianças comprováveis do rumo que segue no campo nuclear. Eles lhe oferecem grandes compensações no caso. O Irã pode ter força militar mas não se pode comparar com americanos e israelenses juntos. Além de ser economicamente vulnerável. Aconselha o Irã a negociar.

Mas a troca de ameaças na região só faz aumentar a falta absoluta de confiança entre Israel e o Irã. Quando um não quer dois não brigam, aprendi na infância. Naqueles tempos o limite era ofender a mãe. E agora não sei.

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