sábado, 17 de maio de 2008

16/05 - O ‘democrático’ governo Companheiro

16/05 - O ‘democrático’ governo Companheiro

A verdade sufocada

Por Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
“A política indigenista está dissociada da história brasileira e tem de ser revista urgentemente. Não sou contra os órgãos do setor. Quero me associar para rever uma política que não deu certo; é só ir lá para ver que é lamentável, para não dizer caótica.”
(General de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira)

- Assessoria Amordaçada’
O governo ‘companheiro’ afirma que a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente foi uma decisão pessoal e que isso faz parte do jogo administrativo. A verdade é que a ministra foi afastada por contestar ações do governo e atitudes do próprio presidente Lula com as quais não concordava. Marina Silva é considerada, no exterior, um símbolo da luta pela conservação da floresta amazônica e já foi relacionada, pelo jornal britânico The Guardian, numa lista das “50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta”.

Texto completo

Nos últimos tempos, quem quer que se manifeste contrário às decisões ou medidas que o governo julgue que devam ser implementadas tem sido sumariamente afastado sem que se leve em consideração se estas manifestações têm fundamento ou não como deveria ser o procedimento de um governo dito democrático.

Em Setembro de 2007, Nelson Jobim decretou a exoneração do Secretário de Política e Estratégia e Assuntos Internacionais (SPEAI) do Ministério da Defesa - General Maynard Marques Santa Rosa, por discordar do emprego de tropas do Exército para colaborar com a Polícia Federal na operação de desintrusão dos não- índios da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (TIRSS). Pelo mesmo motivo, Jobim afastou do Ministério o General Rômulo Bini Pereira. A insanidade de Jobim alcançou também a Agência Brasileira de Inteligência afastando o Diretor-Geral, Marcos Buzanelli e o gerente em Roraima, Coronel Gélio Fregapani, por serem contrários à intervenção.

- A vingança de Lula

Lula não perdoa quem o desafia, e destila seu revanchismo histórico contra o General que criticou sua política indigenista. O planalto planeja exonerar o General Heleno do Comando Militar da Amazônia e deslocá-lo para uma função burocrática no Ministério da Defesa, em Brasília. A ação torpe e vingativa do ministro da Defesa, Nelson Jobim, obedecendo às ordens de Lula, vem sendo cuidadosamente arquitetada na calada da noite como são normalmente tomadas as decisões dos vendilhões da pátria. Na semana passada, o planalto lançou um ‘balão de ensaio’ para verificar qual seria a repercussão de tal medida. A reação imediata e veemente de todos os segmentos representativos da sociedade brasileira fez o governo retroceder e mudar sua estratégia. Jobim, provavelmente, aguardará as próximas promoções de generais para atingir seu objetivo procurando com isso caracterizar a exoneração como uma simples medida administrativa.

- Patriotismo ‘adormecido’

“O governo já tem consciência de que as declarações do general Augusto Heleno estão acordando um sentimento patriótico em todo o País, acima de motivações político-partidárias, em torno da defesa da integridade e da soberania nacional, especialmente na Amazônia - fermento que tem se refletido na mídia. O velho truque de levantar contínua e artificialmente o tema das violações de direitos humanos pelo regime militar, como forma de enquadrar as instituições militares perante a opinião publica, não está funcionando mais”. ( Gélio Fregapani)

- Conclusão

O Exército Brasileiro, senhor presidente, não serve a governos e sim ao Estado, segundo prescreve a Constituição da República. Talvez o senhor e alguns e dos seus ministros tenham se identificado com o que o general classificou de a “esquerda escocesa” e por isso sua revolta. A verdade incomoda, senhor presidente, e a figura altaneira e cheia de virtudes do General Heleno, certamente, intimidou seus Ministros de Estado, membros do primeiro escalão do Governo e Congressistas envolvidos em inúmeros casos de corrupção.

A exoneração de um comandante não alterará o pensamento dos comandantes militares em relação à questão das demarcações fraudulentas de Terras Indígenas na Amazônia e, certamente, não faltará aos novos comandantes a coragem moral e o patriotismo para ratificar seu total alinhamento com o Gen Heleno.

*professor do Colégio Militar de Porto Alegre

http://www.amazoniaenossaselva.com.br/

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