sexta-feira, 9 de maio de 2008

O Foro de São Paulo reage contra o referendum cruzenho

por Alejandro Peña Esclusa em 08 de maio de 2008

Resumo: As forças democráticas da região devem sair o quanto antes para opor-se à campanha de desinformação da máfia do Foro de São Paulo.

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Santa Cruz, 5 de maio – Apenas horas depois de dar-se a conhecer os resultados do referendum autonômico no domingo passado neste Departamento (estado), onde o “sim” ganhou com 85% dos votos, os aliados internacionais de Evo Morales – agrupados no Foro de São Paulo – começaram uma campanha de mentiras para desconhecer o resultado.

A desinformação mais descarada foi iniciada pelo governo venezuelano, alegando que tinha havido 75% de abstenção quando na realidade não chegou a 40%, cifra similar à abstenção registrada nas eleições presidenciais em que ganhou Evo Morales. De acordo com essa tese, se o referendum é inválido, a eleição de Morales também é.

Horas antes do referendum o presidente equatoriano, Rafael Correa, denunciou em seu programa de rádio a existência de uma “confederalização autonômica” que seria integrada por forças opositoras em Guayaquil, Santa Cruz e o estado de Zulia na Venezuela. “O que está ocorrendo na Bolívia não é uma ação isolada; tem o suporte de países estrangeiros, que querem desestabilizar a região, e das elites separatistas de Guayaquil e de Zulia na Venezuela”, assinalou.

Por sua parte, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse em uma entrevista exclusiva a Terra Magazine que o Brasil não realizará negociação alguma governo a governo, com os departamentos que pretendem se separar da Bolívia. “Nós não favorecemos nada que ameace a integridade territorial da Bolívia”, afirmou.

Amorim sabe muito bem que o referendum autonômico não tem por objetivo desmembrar a Bolívia, senão buscar a descentralização administrativa, não só porque é a maneira mais eficiente de governar mas para proteger-se das pretensões totalitárias de Evo Morales, que aprovou unilateralmente – na calada da noite – uma Constituição feita à sua medida.

Uma vez que Morales foi derrotado de maneira limpa e transparente no referendum realizado no domingo, agora ele recorre a seus aliados internacionais para tratar de desconhecer os resultados. Morales, Chávez, Correa e Lula pertencem ao Foro de São Paulo; é de se esperar que os outros membros dessa organização se pronunciem logo contra a consulta cruzenha.

As forças democráticas da região devem sair o quanto antes para opor-se à campanha de desinformação da máfia do Foro de São Paulo, e explicar ao mundo que o referendum foi legítimo, constitucional, pacífico, válido e vinculante. Do contrário, o histórico triunfo obtido no domingo em Santa Cruz poderia desvanecer-se no terreno internacional.



Tradução: Graça Salgueiro

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