terça-feira, 17 de junho de 2008

Guerra assimétrica contra o Exército: juíza manda prender 11 militares acusados de entregar jovens para traficantes

Segunda-feira, Junho 16, 2008

Guerra assimétrica contra o Exército: juíza manda prender 11 militares acusados de entregar jovens para traficantes

Edição de Segunda-feira do Alerta Total http://www.alertatotal.blogspot.com

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Por Jorge Serrão

Depois da polêmica dos Sargentos Gays, da polêmica com os indigenistas-entreguistas sobre a quebra da soberania na Amazônia, e dos sistemáticos ataques da Comissão de Anistia sobre supostos crimes na dita-dura, o Exército Brasileiro toma mais um chumbo grosso na bem orquestrada guerra assimétrica para tentar desmoralizar a instituição militar. Os pobres e assassinados Wellington Gonzaga Costa, de 19 anos, Marcos Paulo da Silva, de 17, e David Wilson Florêncio da Silva, de 24, são os novos mártires contra o EB.

Agora, no Rio de Janeiro, 11 militares (um oficial, três sargentos e sete soldados) são acusados de entregar para a morte três moradores do Morro da Providência a traficantes do Morro da Mineira, no Catumbi, controlado por uma facção rival do tráfico de drogas. Os corpos dos três foram encontrados ontem no Aterro Sanitário de Gramacho, em Duque de Caxias, com diversas marcas de tiros. Moradores da Providência e da Mineira acusam o Exército de ter facilitado o crime.

A juíza de plantão no Tribunal de Justiça do Rio decretou hoje de madrugada a prisão temporária, por 30 dias, dos 11 militares. O pedido foi feito pelo delegado Ricardo Dominguez, da 4ª DP (Central do Brasil), que apura o envolvimento desses militares com o homicídio dos três jovens detidos no sábado no Morro da Providência. Os 11 militares já passaram o fim de semana presos administrativamente no Comando Militar do Leste (CML).

A polícia se baseia nas denúncias de moradores do morro da Providência, onde o Exército recupera casas em programa assistencialista do desgoverno federal, criado pelo senador Marcelo Crivella, candidato a prefeito do Rio apoiado pelo chefão Lula. Mas a testemunha-chave para denunciar os militares foi um morador do morro da Mineira, no Catumbi. Segundo a testemunha, cerca de dez soldados fardados e armados com fuzis, como se estivessem em serviço, chegaram com os rapazes a um dos acessos da Mineira, num caminhão do Exército. Logo em seguida, os soldados teriam dado ordens para os três descerem do veículo.

Na versão da testemunha, pelo menos seis militares acompanharam calmamente os jovens até um grupo de traficantes, que já aguardava numa das entradas da favela onde haveria uma boca-de-fumo. O morador denunciou o fato à Polícia por volta das 11h da manhã de sábado. No sábado, após a notícia do sumiço dos rapazes, moradores atearam fogo em um ônibus e depredaram outros nove, na Zona Portuária do Rio. O Exército interveio e houve 20 minutos de confronto. Alguns moradores ficaram feridos por estilhaços de bombas. Há marcas de tiros nas paredes, nos carros e em muros de casas da Providênncia. A Polícia Militar foi chamada para reforçar a segurança. No fim da tarde, houve mais tumulto e uma pessoa foi presa.

O caso agora vai servir de “case” para que os defensores do governo ideológico do crime organizado aleguem que as Forças Armadas não podem combater traficantes em grandes centros urbanos.

A guerra continua...

A Folha de S. Paulo de hoje tem mais um ingrediente no ataque aos militares, reforçando a imagem de instituição ligada ao arbítrio e à violência, com a reportagem: "Exército ensinou tortura a estrangeiros".

O subtítulo da matéria reforça a tese: "Durante a ditadura, mais de cem oficiais de outros países foram treinados em técnicas de tortura e combate à guerrilha em Manaus".

E os primeiros parágrafos pegam mais pesado ainda:

"Desde sua criação em 1966, o Cigs (Centro de Instrução de Guerra na Selva), em Manaus, treinou 381 oficiais estrangeiros. Desse total, pelo menos 103 se formaram entre 1966 e 1985, período em que o local serviu ao ensino de técnicas de tortura e combate à guerrilha. A Folha obteve a lista dos militares e conseguiu reconstruir a história de alguns deles, após passagem pelo Brasil. Apesar dos registros escassos, foi possível identificar, entre os ex-alunos, assassinos condenados, cúmplices de genocídio e acusados de tortura. Vários deles complementaram sua formação na Escola das Américas, no Panamá, conhecida por preparar repressores que atuaram nas ditaduras latino-americanas. Na sede do Cigs, os nomes de alunos e comandantes do passado são reverenciados, constando de placas de madeira que adornam a parede de um pátio interno".

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