Domingo, Junho 29, 2008
O Governo Ideológico do Crime Organizado - V
Edição de Artigos de Domingo do Alerta Total http://www.alertatotal.blogspot.com
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Por Jorge Serrão
Historicamente, o Brasil não nos pertence. Nunca foi nosso de verdade. O Brasil é uma rica colônia de exploração contemporânea controlada e mantida artificialmente na miséria por um Poder Real externo, cujos interesses e sistemas manipulam uma ociosa oligarquia política interna que pratica o crime organizado nos três poderes do Estado contra os cidadãos. Mas o crime só nos governa porque nós permitimos. Ou nos omitindo, ou nos submetendo a ele e seus reais agentes de controle.
A Oligarquia Financeira Transnacional tem uma doutrina seguida à risca. Quem controla os mercados e a produção domina também o poder político do país em que isso ocorre. A globalização é a manifestação prática deste princípio de poder. Assim, quem direciona os investimentos controla a economia e influencia nas decisões políticas – ou vice-versa.
Os Governadores Reais do Brasil têm pelo menos dois objetivos bem definidos, para justificar seu controle. O primeiro é a exploração econômica da nação e dos recursos naturais do seu território. O segundo é a contenção das potencialidades sócio-econômicas, políticas e militares da Nação, na medida exata de seus interesses transnacionais. O Brasil é vítima deste controle que o mantém artificialmente na miséria, mesmo sendo um País riquíssimo.
Nessa neolibertinagem, os controladores administram, nas sombras, os três principais mecanismos de controle social no mundo: a oferta de dinheiro (via monetarismo), os meios de comunicação de massa e “o crime organizado” (sinônimo de violência, terrorismo e corrupção). Tudo é justificado por convenientes teorias econômicas, políticas, jurídicas, psicossociais ou organizacionais.
O papel da “oligarquia do crime” é subjugar a sociedade brasileira, para continuar explorando-a, histórica, cultural e economicamente. Esta é a missão delegada aos nossos “políticos do crime” pelo sistema de poder mundial que controla, realmente, o Brasil. Por isso, “nossos” governantes mantêm o Brasil criminosamente na miséria e sempre pronto a ter seus recursos explorados.
Tal sistema existe, objetivamente. Não é fruto de “teorias da conspiração”. O sistema é a própria conspiração em prática. Explora nossa rica nação, e nos mantém artificialmente na miséria. Tudo porque nós deixamos. É claro! Esta é a síndrome do “País Colônia”. Temos de nos curar desta doença histórica.
O economista Adriano Benayon, autor do clássico “Globalização versus Desenvolvimento” (leitura obrigatória para patriotas) nos lembra que precisamos de um sistema de governo que não seja presa fácil das imposições dos controladores mundiais do poder financeiro, energético, político, informacional e cultural (promovendo a anticultura e a destruição dos valores de evolução dos seres humanos). Benayon professa sua fé e esperança de que o Brasil possa um dia ser dirigido por um sistema de poder completamente distinto do que está aí e que é o produto de uma cadeia infinita de megacorrupções.
Em suas recentes reflexões, o mestre Benayon toca no problema da agricultura, onde fica descarado o prejuízo do modelo colonial aceito pelo Brasil. O economista defende que deveria ser taxada, aqui no Brasil, a exportação. “Cabe ao Brasil não sacrificar seus produtores, que têm de entregar a preços baixíssimos seus produtos, abusando da extensão de terras aproveitáveis no Brasil (em vias de serem esterilizadas por causa dos fertilizantes e pesticidas químicos, impingidos, a preços exorbitantes e crescentes, desde a revolução agrícola comandada pelo Banco Mundial a serviço da Fundação Rockefeller)”.
Benayon constata que os produtores brasileiros, atualmente, entregam seus produtos a preços baixíssimos, para que o cartel do agronegócio, liderado por um punhado de tradings, obtenha polpudos lucros, além de prover renda para o fisco de países da Europa e dos EUA. Por isso o professor prega que faz mais sentido apoiar uma política de preços que remunere melhor os produtores brasileiros, completada pela taxação dessas exportações primárias.
Benayon defende que, com isso, você consegue a equalização nos mercados importadores com o preço dos produtores desses países, mas em vez de prover renda para os fiscos deles, obteria arrecadação, cuja receita deveria ser investida na sucatada infra-estrutura do País. O professor critica: “O que implantaram aqui é o contrário: prioridade absoluta às exportações e aos investimentos diretos estrangeiros, os quais controlam cada vez mais indústrias e outras atividades no Brasil sem pôr quase nada de dinheiro próprio, antes cevando-se em pletóricos subsídios federais e estaduais”.
Outro defensor do Brasil para os brasileiros, o Almirante Reformado Roberto Gama e Silva, também é um crítico implacável do modelo neocolonial. Ele nos lembra que “quem muito exporta, importa preços”. Destaca que o Brasil não lucra o que merece os “produtos de exportação”, pois o agronegócio está submetido à ação de grandes oligopólios exportadores, que determinam o preço dos produtos. Tal circunstância redunda em sérios prejuízos para o país produtor e para os pequenos agricultores. Os controladores lucram com tal modelo.
Lucram cada vez mais porque manipulam agentes conscientes e inconscientes nas esferas política, econômica e social. Os controladores nos vendem e nos compramos as maravilhas do inevitável mundo Globalizado. Suas pressões e intervenções externas sobre a libertina movimentação de capitais dirige os negócios do mundo.
O sociólogo Herbert de Souza, o já falecido Betinho, no seu livreto “Como se faz análise de Conjuntura” (Petrópolis, 1990) descreveu o processo de transnacionalização sofrido pelo Brasil. “O capital transnacional é um dos principais atores e nossa economia política. Ele está presente em posição estratégica nos setores fundamentais da economia. Controla os setores industriais mais dinâmicos e praticamente determina a natureza e os rumos de nosso processo econômico”.
Betinho observou que o processo de transnacionalização exerce pressões visíveis no sentido de mudar o papel do Estado na economia, ora ampliando sua intervenção direta, ora fazendo-a diminuir. Centraliza o poder estatal no Executivo. Aprofunda as crises de legitimidade afetando os mecanismos tradicionais de constituição e definição do poder do Estado. “Como o Estado transnacionalizado teve que se impor à Nação e se divorciou dela, daí derivam as grandes questões políticas e a origem de suas crises” – constatou Betinho.
Em resumo: O Estado brasileiro é dirigido por atores políticos que não têm condições de se apresentar clara e diretamente à sociedade, porque respondem aos interesses do capital transnacional instalado no País. Eis a essência do Governo Ideológico do Crime Organizado.
Jorge Serrão, jornalista radialista e publicitário, é Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos. http://www.alertatotal.blogspot.com e http://podcast.br.inter.net/podcast/alertatotal
Leia também, pela ordem, para facilitar o raciocínio:
O Governo Ideológico do Crime Organizado
O Governo Ideológico do Crime Organizado II
O Governo Ideológico do Crime Organizado – III
O Governo Ideológico do Crime Organizado - IV
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