Quinta-feira, Junho 05, 2008
Edição de Quinta-feira do Alerta Total http://www.alertatotal.blogspot.com
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Por Jorge Serrão
Exclusivo - No submundo empresarial brasileiro, sempre repleto de intrigas e contra-informações, circulava ontem o “informe” de que o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, teve de desembolsar US$ 20 milhões em propinas para viabilizar a compra da Varig. O maior desembolso teria sido de US$ 8 milhões. Houve um segundo de US$ 5 milhões. E Outros dois de US$ 3 milhões cada, além de US$ 1 milhão em “extraordinários”. Tal informe é muito difícil de ser comprovado documentalmente. Afinal, a corrupção político-empresarial não passa recibos tão evidentes.
No entanto, as recentes afirmações da ex-dirigente da Agência Nacional de Aviação Civil, Denise Abreu, e do empresário Marco Antônio Audi comprovam que o desgoverno Lula permitiu que corresse solto o tráfico de influência para sacramentar a “solução” para o caso Varig mais interessante para os espertalhões. Nas inconfidências que agora vêm à tona em mais um “fogo amigo” contra o desgoverno Lula, fica praticamente comprovado o envolvimento direto nas operações de lobby do compadre do Presidente da República, advogado Roberto Teixeira, e da Casa Civil da Presidência (envolvendo a super-ministra Dilma Rousseff e sua poderosa secretária-executiva Erenice Guerra).
O novo escândalo já tem tudo para produzir mais uma CPI (que tem tudo para dar em nada, como sempre), no Senado. O DEM e o PSDB vão convocar um depoimento da ex-diretora da Anac, Denise Abreu. O desgoverno, por sua vez, fará de tudo para esfriar as denúncias de que Dilma Rousseff ou pessoas a ela ligadas diretamente promoveram qualquer interferência para favorecer o fundo de investimentos norte-americano Matlin Petterson e seus sócios brasileiros na compra da VarigLog – que depois acabou entregando a Varig de mãos beijadas para a Gol, controlada pela família Constantino, aliada do palácio do Planalto.
A suposta oposição ao desgoverno Lula, mais uma vez, joga na dissimulação. Ao escolher Dilma como alvo, na realidade, desvia-se o tiro certo que pode ferir gravemente o Presidente da República. O alvo certo – mas sempre evitado pelos “oposicionistas” de rabo preso - é Roberto Teixeira. O empresário Marco Antônio Audi, que contratou o compadre de Lula como advogado pela bagatela de US$ 5 milhões, revelou que Teixeira o apresentou a várias pessoas: “Ao presidente da República, à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), ao ministro Waldir Pires (Defesa), ao Luiz Marinho (Trabalho). Ele me dizia que era importante conhecer fulano de tal agora. Eu pegava o avião e ia lá. Conversava, falava das nossas intenções. Eram encontros 100% formais”.
Além do tráfico de influência, Audi confirmou que Roberto Teixeira tinha muita intimidade com os ministros do compadre Lula: “Muita. Não é pouco. Chegava nos ministérios e era reconhecido na recepção. Mandavam subir”. Audi comprovou que Roberto Teixeira tem mesmo influência na máquina governamental: “Não sei o que o Roberto Teixeira negociou. Eu só sei que investi nele, ele tinha de trazer resultados e trouxe. Sua influência foi 100% decisiva”. As denúncias de tráfico de influência também atingem a filha de Roberto, Valeska Teixeira, e Cristiano Martins (marido e sócio dela).
Desafio
Audi pondera que sua contabilidade, da Volo, VarigLog e Varig, estão abertas para qualquer um.
O problema é se a oposição realmente terá interesse em investigar o caso.
Ou a oposição de araque continuará na "estratégia" de escolher o alvo errado (Dilma Rousseff) para não atingir os alvos verdadeiros: Roberto Teixeira e seu compadre Luiz Inácio Lula da Silva?
Vaticínio
Na entrevista ao Estadão, que explodiu todo o escândalo, Marco Antônio Audi revelou por que tinha muito medo do Roberto Teixeira:“Pelo poder que ele tem. Onde? No governo, na Justiça. As verdades vão aparecer. Talvez seja tarde, e eu esteja morto (não morto, morto), mas morto empresarialmente”.
Audi assegurou que todo pagamento feito a Teixeira está contabilizado, pago com transferência bancária ou cheque nominal cruzado para a empresa dele.
As revelações de Audi – tudo indica – seriam seu “seguro de vida” (empresarial)...
Mais tráfico de influência
Além da “charuteira” Denise Abreu, outros dois ex-diretores da Anac, Leur Lomanto, Jorge Velozo e Josef Barat, confirmaram ontem a acusação de que a Casa Civil atuava para acelerar a tramitação de assuntos ligados à venda da Varig.
Lomanto afirmou: "A ministra (Dilma Rousseff) e a Erenice Guerra,( secretária-executiva da Casa Civil) diziam que a gente estava criando dificuldades".
Veloso, militar aposentado, acredita "que o Planalto tenha se mobilizado para acelerar o caso Varig".
Dá para negar?
Como sempre acontece, a amada mãe do PACo, Dilma Rousseff, nega todas aa acusações difíceis de serem provadas.
No entanto, o curioso é que todos os interessados em adquirir a Varig, apenas por coincidência, eram clientes do advogado Roberto Teixeira, amigo e compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Agora, Teixeira é advogado do fundo Matlin Patterson, o que comprova que o homem é mais que um grande estrategista: ele constrói os cenários ideais a seu favor...
Quem tiver dúvidas sobre o tráfico de influência explícito, que leia, na íntegra, as reportagens do Estadão:
http://www.estado.com.br/editorias/2008/06/04/eco-1.93.4.20080604.2.1.xml
http://www.estado.com.br/editorias/2008/06/04/eco-1.93.4.20080604.1.1.xml
http://www.estado.com.br/editorias/2008/06/04/eco-1.93.4.20080604.14.1.xml
http://www.estado.com.br/editorias/2008/06/04/eco-1.93.4.20080604.13.1.xml
http://www.estado.com.br/editorias/2008/06/04/eco-1.93.4.20080604.15.1.xml
Acusação gravíssima
A ex-diretora da Anac Denise Abreu revelou que a ministra Dilma Rousseff pediu a ela para não exigir declaração de Imposto de Renda dos sócios brasileiros da VarigLog - o que seria uma tentativa de averiguar se eram "laranjas" dos investidores estrangeiros - porque no Brasil "é comum sonegar imposto".
Dilma também alegou que nunca ia se revelar como se deu a entrada desse dinheiro no País porque poderia haver um contrato de mútuo entre as empresas e que esse contrato, de gaveta, nunca apareceria.
Denise jura que respondeu que a matéria deveria ser colocada sub judice e os meus colegas já haviam aprovado meu ofício no colegiado da Anac.
Rolo danado
A presidente da Agência nacional de Aviação (Anac), Solange Vieira, informou, em depoimento na Câmara, ter advertido a Variglog de que seu controle acionário não poderá permanecer nas mãos do fundo de investimento americano Matlin Patterson.
A lei brasileira impede que companhias aéreas sejam controladas por estrangeiros, mas no final de 2005 a Variglog foi comprada pelo fundo americano e três sócios brasileiros.
Em 2006, a Anac, sem exigir a comprovação da origem do capital, autorizou a Variglog a comprar a própria Varig.
Em 2007, a Variglog revendeu a Varig para a Gol. Solange não pertencia à Anac no tempo dessas negociações.
Hoje o fundo Matlin Patterson briga na Justiça contra sócios brasileiros e tem seus interesses defendidos pelo advogado Roberto Teixeira, amigo do presidente Lula.
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