Quinta-feira, Junho 05, 2008
Alerta Total
Se soubesse, o EB não teria permitido que a Polícia do Exército cercasse a Rede TV!, em Barueri, para prender o sargento Laci Marinho de Araújo, de 36 anos, depois de uma entrevista a Luciana Gimenez.
No programa, o sargento falou sobre o relacionamento homossexual com outro sargento, Fernando Alcântara de Figueiredo, de 34 anos, repetindo a história contada pela revista Época desta semana.
Com a operação, o EB abriu caminho para que os movimentos de defesa dos homossexuais acusem a instituição de “prática da homofobia”...
Guerra psicológica
O Exército argumenta que Laci foi detido por deserção, por não comparecer ao trabalho há oito dias.
O sargento, no entanto, alega estar com problemas psicológicos e em tratamento médico.
Os laudos que ele apresenta são de médicos particulares e o Exército não os aceita.
O sargento está internado no Hospital Geral do Exército, no Cambuci, onde permanece na enfermaria.
Informação e contra-informação
A OAB-SP afirma que o Exército cercou o prédio da emissora ainda sem ter em mãos o mandado de prisão do sargento.
O documento só teria chegado às mãos dos coronéis César Augusto Moura e Luis Augusto de Oliveira Santiago, do Comando Militar do Sudeste, pelo fax da própria emissora, no fim da madrugada.
O Exército alegou que o mandado teria sido expedido no dia 21 de maio.
Sindicato contra o EB
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo protestou contra a atitude do Exército, de ter cercado a Rede TV e afirma que os militares chegaram a invadir a sede da emissora antes de ter o mandado de prisão do sargento, expedido pela juíza Vera Lúcia da Silva Conceição, da 11ª Circunscrição Judiciária de Brasília.
José Augusto Camargo, Guto, presidente do Sindicato dos Jornalistas, afirmou que a entidade vai acompanhar o caso e pedirá punição dos militares caso seja comprovado que eles infringiram a lei.
“Apesar do programa da Rede TV ser de entretenimento, ele presta informação à população, e este preceito, do direito à informação, foi quebrado quando o Exército entrou na emissora antes mesmo do fim do programa”.
Mais guerra assimétrica...
“Tivemos a invasão do Exército em meios de comunicação apenas duas vezes na história do Brasil. A primeira aconteceu na Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda, e a segunda em 1º de outubro de 1974, quando o jornal Última Hora foi invadido”.
Foi o ataque de Denise Fon, da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas.
A Polícia do Exército cercou a sede da Rede TV antes mesmo que a entrevista do sargento terminasse, por volta das 23h30m.
Defesa da Defesa
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, insistiu que o sargento foi preso porque estava afastado de suas funções:
“Essa é uma questão que deve ser analisada da perspectiva do Exército. A informação que eu tive é que esse cidadão que foi preso já estava como desertor, tinha se afastado de suas funções e foi preso por tal. O problema não é discriminação, mas verificar se os casos concretos se aplicam às leis e às regras disciplinares do Exército”.
Jobim nega que o EB tenha agido por motivações de “homofobia”.
Armação previsível
O casal de sargentos homossexuais mantém um relacionamento desde 1997. Durante a entrevista, os sargentos, que vivem em um apartamento do Exército na Asa Norte de Brasília, afirmaram à apresentadora Luciana Gimenez que tinham medo de morrer se fossem presos pela Polícia do Exército.
Após o programa, os dois se recusaram a sair da emissora sem a presença de representantes de entidades de direitos humanos.
Tudo indica que o circo já estava armado para que o cerco da Polícia do Exército produzisse uma ação de mídia em favor dos sargentos e contra o EB - que caiu na armadilha feito viadinho em brincadeira de tiro ao alvo...
Vá tomar banho...
A parte da entrevista à revista Época que mais irritou o EB foi quando o sargento comentou que:
“Existe coisa melhor para um homossexual do que tomar banho com um monte de homem pelado e sarado?”.
Pior que uma fala dessas só nomear um pedófilo para diretor de um jardim de infância...
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