Sexta-feira, 28 de Novembro de 2008
Blog da União Nacional Republicana
Um enigma chamado Rússia
A Rússia não é a antiga União Soviética. Mas, afinal, o que ela é, e o que representa hoje no cenário mundial? Uma potência que está ressurgindo ou uma oligarquia corrupta com peculiar economia de mercado?
Na seqüência do colapso do império soviético, o mundo assistiu com um misto de esperança e desespero ao surgimento de um novo país, que afinal se mostrou muito menos livre e democrático do que se esperava. A animosidade entre a Rússia e os EUA não desapareceu, mas adquiriu um novo significado depois do fim da Guerra Fria.
Em agosto deste ano, pela primeira vez depois do fim da União Soviética, o Exército russo atravessou uma fronteira internacionalmente reconhecida para se envolver em um conflito. Foi uma guerra curta e vitoriosa contra a Geórgia, mas foi também uma disputa com os EUA por influência em uma região que a Rússia considera seu quintal. Muitos encararam o conflito como um sinal de que a Rússia atual está agindo como a União Soviética.
Os sinais estão por todos os lados: o país é governado por antigos oficiais da KGB, como o próprio Putin, que vêem inimigos por toda parte;
a oposição é esmagada; jornalistas independentes, de vez em quando, são mortos; os meios de comunicação estatais fazem propaganda anti-EUA; os desfiles militares voltaram a ser realizados na Praça Vermelha.
Com esquadra russa, Chávez manda um sinal a Obama
A chegada do presidente Medvedev e de navios de guerra da Rússia à Venezuela nesta semana foi interpretada por analistas políticos como uma mensagem de Hugo Chávez ao presidente eleito dos EUA, deixando claro onde estará o maior desafio do governo de Obama nas Américas.
Chávez, que chegou a se referir a Bush como "o diabo", vem estendendo a mão para Obama e até expressou sua vontade de se entender com Washington, mesmo depois de ter expulsado o embaixador norte-americano em Caracas, em setembro. O presidente venezuelano também nega que a aproximação com Medvedev seja uma provocação aos EUA.
Apesar do tom conciliador de Chávez, a verdade é que Barack Obama enfrentará o desafio de conter um país que se esmera em firmar alianças com adversários dos EUA, como o Irã. A Venezuela não representa risco estratégico, mas Chávez vem trabalhando arduamente para preencher o vazio deixado pelo declínio da influência norte-americana na América Latina.
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