Por Paulo Carvalho Espíndola, Cel Reformado - Ternuma Regional Brasília
Na vida tudo passa, não importa o que faças. O que te fazia rir, hoje não tem mais graça (trecho de uma canção popular). Como as coisas são fugazes, ainda restam esperanças, viu, Lula. No seu governo, houve gravíssimas crises de moralidade de que você se saiu incólume, simplesmente por dizer que não viu nada. Há bem poucos dias, já no seu segundo mandato, vivíamos sob o ufanismo com que a propaganda oficial mostrava o “espetáculo de crescimento”, induzindo o crédulo povo brasileiro a esperar pelos dez milhões de empregos que viriam pelo empenho dos fios do seu bigode. Veio a “marola” da crise financeira internacional e a verdade emergiu. O seu espetáculo mostrou-se verdadeiramente circense, mercê das suas pirotecnias e discursos ilusionistas.
A quebradeira mundial chegou e a sua fala restringiu-se a salvar o resto dos seus dedos para não perder os anéis do poder em 2010. E os nossos?
A recentíssima participação brasileira na reunião dos G20 - orgulho nacional do seu império petista - foi inaugurada sob a figura grotesca de um presidente em desalinho, mal vestido para a ocasião e com olheiras sugestivas de alguma incontinência etílica. Talvez tenha sido apenas resultado de noite indormida, afinal, todos somos gente de carne e osso, mas os seus trajes não condiziam com os dos outros, preocupados com coisa séria. Eu não estava lá, porém, acredito nas fotos veiculadas pela ágil Internet. Elas, realmente, sugeriam muito.
A sua palavra e a dos seus porta-vozes foi de acusar o governo americano por esse tsumani na economia, com justíssima razão. Só não concordo com a sua empáfia de “recomendar” providências ao presidente eleito dos EUA e, muito menos, de “aconselhar” o papa, durante a sua piedosa visita ao Vaticano, a admoestar o capitalismo por todas as mazelas pelas quais vivemos. Isso deve ter feito muito mal ao Sumo Pontífice, já que você se fez acompanhar por uma terrorista, a sua Dilma Rousseff, candidamente envolta em um véu e com um dedo no gatilho para levar a contento propósitos internacionalistas. Terroristas brasileiros, de fato, são internacionalistas, uma vez que internacionalizam seus dinheiros na Suíça e em paraísos fiscais. Até hoje, ninguém sabe o destino dos milhões do cofre do Adhemar. Se for hora de abrir arquivos, que tal Dilma Rousseff abrir os seus?
Recomendações e advertências só devem partir de quem possua estofo moral para fazê-las. Não é o seu caso.
Viu, Lula? As coisas são fugazes. O que hoje faz rir, amanhã pode fazer chorar.
De repente, você é importunado por um seu amigo bolivariano, que resolveu dar um calote no Brasil. Belíssima reação do seu Itamarati. O embaixador brasileiro no Equador foi chamado às falas. E daí? O que fazer com esse tiranete? Nada, certamente, já que a honra nacional e o Erário não fazem parte do repertório das suas importantes inquietações. Antes disso, qual é a sua preocupação com os brasileiros e com a nossa mais importante hidrelétrica que estão à mercê dos “sem-terra” do Paraguai, se você também estimula vagabundos “sem-terra” nacionais? Muito dinheiro nosso é desviado para sustentar esses parasitas que você rotula de movimento “social”. Você não teve hombridade para ratificar a declaração de um general verde-oliva, segundo a qual Itaipu é nossa e será defendida pelo Exército Brasileiro, a qualquer preço, dependendo de ordem sua. Será que ela viria?
É, Lula. Será bom você arrumar uma nova viagem para uma Transilvânia qualquer, para fugir desses problemas, na suposição de que quem não é visto não é lembrado. Cuidado, entretanto! A bola já está cansando de ser pisada por você. Tudo é fugaz.
Ainda por cima, veio essa desgraça em Santa Catarina. Logo lá, presidente?
Santa Catarina, estado fabuloso, de um povo obreiro e pouco reconhecido por você, porque vota pouco em fantasias eleitorais e não prestigia o partido dos trabalhadores de araque. Talvez tenha sido por isso que você relutou em ir até lá para ver a catástrofe. Dizem que só foi por muita insistência do seu ministro da defesa.
A Petrobras, presidente? Até ela o seu governo conseguiu destruir. A maior estatal do país anda de pires na mão, amealhando suspeitíssimos empréstimos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Fica tudo em casa; afinal de contas é tudo federal...
E o calote da Bolívia, que você perdoou e até elogiou por ser “decisão soberana” de uma quadrilha igual à sua? Nada disso importa na estranha contabilidade do seu governo, visto que o descumprimento do reajuste salarial dos nossos servidores públicos, pela ótica dos Mantegas e Bernardes, salvará a economia nacional...
Tudo é fugidio. O meu alento é que você também será. Restam apenas dois anos para voltarmos a ter orgulho de ser brasileiros, mas muitos de nós, nesse tempo ínfimo em termos de História, morreremos de vergonha.
A luz virá do fim do túnel para alumiar os sobreviventes, auguro com muita resignação.
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