sexta-feira, 13 de junho de 2008

Movimento gay põe psiquiatras "de quatro"

por Gerson Faria em 12 de junho de 2008

Resumo: Onde estão as autoridades psiquiátricas que não se manifestam, vendo um grupo de interesses criar terminologias pseudocientíficas com intuito de imputar doenças imaginárias à sociedade e daí clamar pela higienização social?

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Quando se afirma que o movimento gay utiliza o discurso padrão da “defesa de direitos básicos” para abrir espaços em busca de poder ilimitado, há algumas possíveis reações previsíveis:

Por parte da população em geral, esse assunto não tem relevância suficiente para causar qualquer expressão facial visível. Ou seja, ao modo brasileiro, “deixa pra lá”.

Já aquelas pessoas que sabem do que se trata, sabem também que é bastante arriscado opinar sobre esse assunto, pois a patrulha politicamente correta é atroz, louca para criar casos de linchamento que sirvam de exemplo. O melhor então, no curto prazo, é ficar calado, pois, evitando os clichês do movimento, grande é o risco de opinar de forma proibida. Isso porque todos os dias mudam os significados dos termos, a abordagem mais adequada etc.

Como só quem pode falar sobre o assunto publicamente são os donos dos termos, o movimento gay vai ganhando espaço no silêncio que obriga aos seus opositores e indiferentes. Os ativistas Kirk e Madsen já teorizaram a estratégia do movimento e um dos passos é justamente este: tornar o tema indiferente à opinião pública pelo excesso de informação externa criada e recriada pelo movimento e a proibição do contrário. De tanto ouvir o mesmo blablablá sem poder opinar, acostuma-se a ficar calado:

“Busque a dessensibilização e nada mais (...) Se você conseguir fazer com que os heteros pensem que a homossexualidade não tem nada demais, merecendo nada além de um 'dar de ombros', então sua luta por direitos sociais e legais está virtualmente ganha. Se os heteros não puderem desligar o chuveiro, ao menos eventualmente irão se acostumar a ficar molhados."

No Brasil parece-me que essa etapa está ganha. Ouvem-se os famigerados dados de que “em quatro meses, 98 pessoas sofreram por causa da homofobia” e não há um indivíduo, mal educado que seja, a ponto de perguntar ao menos o que se entende por homofobia. E não há um sujeito que chegue à conclusão que, dados esses números modestíssimos, talvez seja mais arriscado ser carteiro em São Paulo do que ser gay.

Já existem em operação “Centros de Prevenção e Combate à Homofobia” e ainda não se definiu o que é homofobia.

“Homofobia” é da categoria de termos que, como “socialismo”, não pode ser definido jamais. Sua força está em sua indeterminação, atualizável quando necessário. Os donos do termo e de seu uso é que definem seu significado no momento certo. Em mais uma conferência da burocracia gay, foram criados outros termos de mesmo tipo, lesbofobia e transfobia.

Ora, que país é esse onde qualquer grupo de interesse pode cunhar termos de conotação psiquiátrica e utilizá-los à revelia dos órgãos que seriam os responsáveis?

O que dizem os dirigentes brasileiros dos conselhos de medicina e psiquiatria? Foram postos “de quatro”, como ocorreu nos EUA?

É interessante lembrar como o processo ocorreu lá, pois no Brasil se utiliza como autoridade o fato de a Associação Americana de Psiquiatria (APA) ter excluído o homossexualismo da categoria de desordem. Em seu livro, “Homosexuality and the Politcs of Truth”, Jeffrey Satinover descreve o processo político que levou à alteração do status psiquiátrico do homossexualismo, por parte da APA. Os trechos em itálico são traduções do original.

Em um protesto ocorrido em maio de 1971, onde se realizava uma conferência de membros do alto escalão da APA, tiveram o microfone tomado da mesa e dado a um ativista do lado de fora, que bradou:

“A Psiquiatria é o inimigo encarnado. Ela engajou-se em uma incansável guerra de extermínio contra nós. Vocês devem entender isso como uma declaração de guerra... Estamos rejeitando-os como nossos donos”.

Ninguém levantou objeção alguma, fazendo com que o DSM começasse a repensar a nomenclatura do homossexualismo como desordem psiquiátrica. O comitê se encontrou formalmente e rejeitou tal mudança. O movimento gay agiu rapidamente e, em 1973, o NGTF (National Gay Task Force) comprou o mailing list dos membros da APA e enviou a esses uma carta apelando pela mudança na nomenclatura.

“Embora a NGTF tivesse um papel central nesse esforço, decidiu-se: (1) não transparecer que a carta fora escrita ao menos em parte pelo NGTF e (2) não revelar que a distribuição fora financiada por contribuições que o NGTF levantou. Realmente, a carta tinha toda indicação de ter sido concebida e enviada por aqueles psiquiatras que originalmente a assinaram. Embora cada signatário negasse publicamente qualquer papel na farsa, ao menos um deles alertou em privado que reconhecer o papel da comunidade gay na organização teria sido o ‘beijo da morte’.”

“Não há dúvidas, no entanto, sobre o grau em que os oficiais da APA estavam cientes de ambos, as origens da carta e sua forma de distribuição. Eles, bem como a NGTF, entenderam que a carta teve papel fundamental no esforço de voltar atrás na mudança”.

“O fato de que a maioria dos membros da APA que responderam terem votado pelo apoio às mudanças na classificação da homossexualidade, levou à decisão do Board of Trustees de mantê-las. Mas na realidade somente um terço dos membros da APA respondeu. Quatro anos após, uma pesquisa do periódico Medical Aspects of Human Sexuality mostrou que 69% dos psiquiatras não concordaram com a alteração e ainda consideram a homossexualidade uma desordem.”

“Dois anos após, a Associação Americana de Psicologia tomou a mesma decisão.”

Ou seja, autoridade ganha pela pressão política, ameaças, chantagem e suborno. E essa parece ser a origem da autoridade com que o movimento gay brasileiro se firma para impedir qualquer tipo de indagação no campo psiquiátrico com vistas ao entendimento e tratamento dos muitos casos conhecidos de homossexuais que sofrem com essa condição e buscam auxílio.

O Conselho Federal de Psicologia emitiu uma resolução em 1999 se eximindo de abordar o tema.

Quando a ação direta de inconstitucionalidade ADI 3510 caiu, permitindo a pesquisa com células-tronco embrionárias, juízes e cientistas sentiram-se em uma posição “histórica”, “heróica” ante o “obscurantismo das posições conservadoras das trevas das crenças religiosas”. “Galileus modernos”, como diria Vamireh Chacon. Quem aqui defendia que tal pesquisa era um tremendo furo n’água científico, já tendo sido demonstrada sua ineficácia, além de eticamente condenável, era uma minoria de padres e pesquisadores na marginalidade da opinião pública.

Já quando o movimento gay põe suas patas sobre duas áreas do conhecimento humano, a psiquiatria e a psicologia, nossos iluminados calam-se, pois parece que há temas tabus aos nossos cientistas e juízes, ao que eles costumam chamar “trevas do obscurantismo”.

Assim como sindicatos e partidos políticos que não querem ver seus membros se afastarem e querem aumentar seus quadros e dependentes, o movimento gay age rapidamente para tentar calar qualquer oposição.

Faço novamente a pergunta: onde estão as autoridades psiquiátricas que não se manifestam, vendo um grupo de interesses criar, a partir da sarjeta, terminologias pseudocientíficas com intuito de imputar doenças imaginárias à sociedade e daí clamar pela higienização social?

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