Sábado, Maio 10, 2008
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Por Jorge Serrão
Por ter insistido e investido pesado para comprar um canal de televisão de um empresário ligado aos peronistas – numa negociação que fracassou por causa pressões políticas contrárias -, o empresário brasileiro Edir Macedo Bezerra virou alvo da ira da imprensa Argentina. Macedo sofre uma ofensiva dos “hermanos” na Internet, onde circula, por e-mails, um arquivo em power pont mostrando imagens de uma suntuosa mansão, provavelmente situada nos EUA, que pertenceria ao líder da Universal.
Uma reportagem de Andrea Sambuccetti, no site http://www.infobae.com/, intitulada “A presumida ´mansão´ do líder da Igreja Universal”, promove o desgaste político da imagem do Bispo Macedo na Argentina. Se forem seguir a mesma tática usada no Brasil, onde a Universal escalou fiéis para entrar na Justiça contra seus difamadores na mídia, os argentinos correm o risco de levar um processo.
O principal mote da reportagem dos argentinos contra Macedo, veiculada em uma publicação popular pró-peronista, foi o arquivo “em ppt” com a chamada “Este sim parou de sofrer” ("Este sí que paró de sufrir"), que faz referência a um vídeo do YouTube sobre os bens de Macedo. A foto acima (que ilustra a reportagem dos “hermanos”) já provocou irritação no Bispo, que agora será obrigado a pensar mil vezes antes de brigar com os vingativos argentinos no campo político e empresarial.
Macedo agora leva o troco dos argentinos porque tenta, mais uma vez, driblar a legislação de lá, que proíbe que cultos religiosos estrangeiros controlem meios de comunicação, com a formação de sociedades com empresários e produtoras locais. Macedo já seria proprietário da Rádio Buenos Aires. Há anos seus representantes fazem ofertas de compra da rádio Rivadavia e da TV América 2.
A reportagem carrega tintas nas declarações de Alfredo Silletta, apresentado como “especialista em seitas e grupos religiosos de manipulação psicológica”. Seu Alfredo classifica a Igreja Universal do Reino de Deus como “um dos impérios econômicos mais poderosos do mundo”. O especialista destaca que, em um ano, “a Igreja fatura US$ 735 milhões de dólares, enquanto a Autolatina só fatura US$ 337 milhões, sendo a melhor empresa privada do país”.
Alfredo Silleta ataca o Bispo: “Macedo maneja milhões e milhões de dólares que ecumula em seu próprio País, o Brasil. Mas tem residência em Miami”. O especialista argentino critica que a Igreja Universal do Reino de Deus “como todo grupo religioso, não paga impostos sobre seus lucros, e que o dinheiro ingressa sem saber como e nem tendo registro”.
O porta-voz dos inimigos políticos de Macedo na Argentina vai mais além: “A Igreja Universal é um grupo perigoso, uma seita. Há uma grande manipulação psicológica sobre os fiéis, com várias denúncias sobre isto. Utiliza a teologia da prosperidade. A metade do sermão é uma pressão brutal para que os fiéis entreguem dinheiro, já que têm como teoria que nesta vida há de se dar todo o dinheiro para Deus”.
Alfredo Sillera também ataca o sistema religioso da Universal: “A doutrina central do Bispo Macedo é a luta contra os demônios. Em todos seus templos se ora pela libertação de espíritos. Desde o princípio, Macedo copiou dos pregadores norte-americanos a chamada teologia da prosperidade. Os fiéis devem entregar seus dízimos para não serem conduzidos até as garras do satanás”.
O especialista historia que, em 1990, a Universal instalou seu primeiro templo na Argentina. “Hoje já se expandiram por todo o território, tendo adquirido espaço em várias rádios de todo o país”. O site na Internet de Alfredo Silleta (http://www.sectas.org.ar/) reúne informações sobre o império de Macedo: “Hoje existem mais de 2000 templos em todo o Brasil, com um rebanho de seis milhões de membros. A Igreja está em mais de 40 países (por toda América Latina, em algumas cidades dos Estados Unidos, Europa, África e Ásia). Só no Brasil possuem um banco, dois jornais, uma revista, 30 emissoras de rádio e a Rede Record de Televisão, com 25 repetidoras em todo o território”.
O argentino pega pesado e usa seu site para criar uma associação do Bispo Macedo com o crime organizado. Está no site de Alfredo Silleta: “Há muitos anos a Justiça e o governo do Brasil investigam os líderes da Universal por prováveis vinculações com o Cartel de Cali e lavagem de dinheiro. Desde meados a década de 90, a justiça brasileira começou a investigar o Bispo Macedo e os negócios da Igreja Universal. Em 1992, Macedo terminou preso durante 12 dias, acusado de defraudação e malversação já que sua conta bancária havia acumulado mais de US$ 100 milhões de dólares. Ao final, seus advogados conseguiram sua absolvição no processo judicial”.
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