Quinta-feira, Novembro 06, 2008
Rapidinhas do Alerta Total
Por Jorge Serrão
A Polícia Federal fez devassa na residência paulista do delegado Protógenes Queiroz para tentar comprovar o vazamento de informações da Operação Satiagraha, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e do especulador Naji Nahas.
Os colegas federais levaram o computador pessoal do delegado, que prendeu Dantas no dia 9 de julho, deflagrando a polêmica Satiagraha.
Também foram recolhidos o rádio e o celular de Protógenes.
Investigado
Internamente, na PF, Queiroz é investigado por suspeita de ter feito grampos ilegais.
Protógenes foi abruptamente despertado às 6h da manhã de ontem por uma equipe de agentes e delegados federais, munidos de mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo.
Os policiais vasculharam o apartamento 2.508, no 25º andar do Shelton Hotel, na Avenida Cásper Líbero, Centro da capital paulista - endereço que Protógenes, que reside em Brasília, ocupa quando se desloca para a cidade.
A devassa nos endereços de Protógenes foi requisitada, formalmente, pela PF, mas o procurador da República Roberto Diana se manifestou contra a inspeção e a apreensão de bens do delegado.
Outras devassas
O inquérito, presidido pelo delegado Amaro Lucena, corregedor da PF, apura ainda suspeita de grampos telefônicos ilegais.
Outras equipes da PF, simultaneamente, fizeram blitz em outros dois endereços de Protógenes, em Brasília e no Rio, onde mora o filho dele Felipe, de 21 anos.
Também nesses locais foram recolhidos pertences e equipamentos do delegado, alvo de inquérito que investiga o vazamento de informações sigilosas da operação que ele próprio criou para esmiuçar a vida e as atividades empresariais de Dantas.
Além de Protógenes, são investigados agentes de sua equipe que também sofreram busca e apreensão por ordem judicial.
Injuriado
No fim da tarde, bastante chocado, Protógenes dirigiu-se à sede da Procuradoria da República, disposto a obter mais informações sobre os motivos pelos quais é investigado.
O cunhado dele, o advogado Fernando Alfonso Garcia, declarou que Protógenes se indignou muito com a busca realizada na casa onde mora o filho, no Rio.
É mais uma prova de como age o Estado policialesco no Brasil contra os “inimigos do Estado”.
Levou o troco
Quando a operação foi deflagrada, em julho, Protógenes acusou superiores de boicotar a Satiagraha ao não liberar contingente suficiente de homens para realizar as operações.
Com base na denúncia do delegado, o procurador Diana abriu procedimento para apurar a conduta da cúpula da PF.
Protógenes foi afastado da condução do inquérito Satiagraha e ficou marginalizado na instituição.
Alerta Total de Jorge Serrão
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